Batata Movies 2 (Especial Oscar 2021). Emma. A Shipadora Do Século XIX.

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Cartaz do Filme…

Dentre as nossas análises de filmes que concorrem ao Oscar desse ano de 2021, falemos hoje de “Emma”, que concorre a duas estatuetas: Melhor Maquiagem e Cabelo e Melhor Figurino. Para podermos falar desse filme, vamos precisar dos spoilers de sempre.

Emma. 2020 Emma Woodhouse | Emma woodhouse, Filmes, Moda
Emma tem fama de casamenteira…

O filme fala da história de Emma (interpretada por Anya Taylor-Joy), uma mocinha da Inglaterra do século XIX que tem como diversão principal arranjar casamentos entre as pessoas do seu círculo numa cidadezinha de interior. Cheia de si, arrogante e vaidosa, ela controla a vida das pessoas com a fama de casamenteira que conseguiu. Entretanto, ela é vista com reservas por Knightley (interpretado por Johnny Flynn), que critica a vaidade e arrogância de Emma. Knightley, assim como Emma, também é um observador arguto dos membros daquela sociedade e quase sempre não concorda com as estratégias que Emma tem para as pessoas no que se refere ao arranjo de casamentos.

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Knightley não aprova as atitudes de Emma…

O filme, baseado numa história de Jane Austen, tem um gostinho de comédia, mas soa mais como uma espécie de crítica à sociedade tradicional do século XIX, onde as vidas das pessoas são regidas por rígidas convenções sociais e a preservação das aparências, ao invés das pessoas serem livres para fazerem suas escolhas afetivas. Emma se vê como uma grande sabichona e conhecedora das pessoas, mas chegará um momento na história em que ela vai errar feio em suas previsões. O preconceito e arrogância da garota também a colocarão numa tremenda saia justa quando ela comete uma indelicadeza com uma senhora, o que a deixou muito mal na fita com todos. A partir daí, suas amizades mais próximas começam a deixá-la. Outros erros de avaliação de Emma se revelam e ela finalmente percebe que tem que assumir uma postura mais humilde e que ela deve desfazer os malfeitos provocados por seu comportamento arrogante. Como a moça se arrependeu de seus atos e tentou consertá-los, a história lhe reservou o happy end que o leitor de repente até já adivinhou: ela se casa com Mr. Knightley, com quem se estranhava constantemente. Ou seja, algo bem óbvio em termos de roteiro.

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Controlando a vida das pessoas…

Já que temos uma história meia boca aqui, onde os diálogos altamente rebuscados deixam a coisa um tanto morosa e o final feliz redime todos os pecados da protagonista, vamos às indicações. A premiação de figurino encontra concorrentes fortes como “Mank” e “Mulan”. Talvez haja uma chance maior para maquiagem e cabelo, embora o trabalho em “Era Uma Vez Um Sonho” também tenha ficado muito bom.

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Um final óbvio…

Dessa forma, “Emma” é um filme engraçadinho, mas que não desperta muito entusiasmo pela história que tem até o mérito de fazer uma crítica de costumes, mas que é muito trivial e tem um desfecho altamente conveniente (uma ruína para Emma poderia cair bem melhor aqui). As indicações são merecidas, mas enfrentarão uma grande concorrência.