Batata Movies 2 (Especial Oscar 2021). A Noite De Premiação.

Oscar 2021: veja como foi a noite de premiação
“Nomadland”, de Frances McDormand e Chloé Zhao, foi o grande vencedor da noite…

Uma cerimônia mais intimista e humana, laureada pela diversidade. Assim foi a festa do 93º Oscar esse ano. A pandemia trouxe várias consequências para a festa do cinema. A primeira foi o atraso das produções dos grandes estúdios que acabou dando mais chance a produções menores e mais independentes deixando uma marca da diversidade entre os indicados. A segunda foi a abertura dada à exibição dos indicados no streaming em virtude dos cinemas fechados, o que deu um acesso maior ao grande público aos indicados (confesso que vi muito mais filmes na poltrona do meu sofá este ano do que nos cinemas nos anos anteriores). Em terceiro, a cerimônia, com um número menor de pessoas, lembrou muito as primeiras cerimônias ainda na década de 20, quando os prêmios eram entregues num jantar para convidados. O espaço da cerimônia – a Estação de Trem Union Station em Los Angeles – também chamou a atenção por sua elegância, singeleza e charme, longe dos teatros opulentos que sempre vimos. Como os atores indicados não puderam levar muitos acompanhantes (na verdade somente um por indicado), os atores estavam “livres” de seus managers e muito mais livres, leves e soltos no tapete vermelho, para a alegria dos jornalistas que os entrevistavam. Cada bloco da cerimônia tinha um mestre de cerimônias diferente, e quando eles falavam dos indicados, geralmente eles se dirigiam aos mesmos, dando um tom muito intimista à noite. A cerimônia também teve outros indicados sendo mostrados em outras localidades na Europa. O que chamou a atenção foi a ordem das premiações, com a estatueta de Melhor Filme não sendo o último Oscar a ser entregue, mas sim a estatueta de Melhor Ator.

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Melhor Atriz Coadjuvante para Yuh-Jung Youn. Diversidade em cena…

E as premiações em si? Podemos dizer que “Nomadland” saiu como o grande vencedor da noite, ganhando as estatuetas de Melhor Filme, Direção e Atriz para Frances McDormand, superando a forte presença de Viola Davis e a jovialidade de Carey Mulligan. É o terceiro Oscar de McDormand, que, apesar de ser mais do que merecido, soou um pouco como um Oscar inesperado, já que ela havia sido premiada mais recentemente. Mas seu trabalho foi realmente arrebatador. Outro Oscar um tanto inesperado dentro dessa linha, mas muito merecido foi o de Melhor Ator para Anthony Hopkins. Riz Ahmed e Chadwick Boseman, com a oportunidade de ser o segundo Oscar póstumo da História, vinham fortes. Mas o talento de Hopkins superou as barreiras da idade e do fato dele já ter ganho um Oscar, embora isso já tenha sido há muito tempo com “O Silêncio dos Inocentes”. “Meu Pai” também teve uma merecida premiação de roteiro adaptado. O roteiro original também foi merecido para “Bela Vingança”, a história que teve um interessante plot twist ao seu final.

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Anthony Hopkins, o melhor ator, não foi a cerimônia…

A noite de premiação teve alguns indicados previsíveis confirmados. Um deles foi “Druk”, que ganhou o Oscar de Melhor Filme Internacional. Seu diretor, Thomas Vinterberg, emocionou a plateia quando disse que sua filha iria trabalhar no filme, mas morreu dias antes num acidente de carro, onde o motorista que provocou o acidente passava mensagens no celular. Ele fez questão de rodar o filme na escola em que a filha estudava e com seus colegas reais. “Soul” também levou a marca de obviedade, ganhando as estatuetas de Animação e Trilha Sonora. Já Daniel Kaluuya era o favorito para o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante, confirmando o prêmio para “Judas e o Messias Negro”, embora eu preferisse a atuação de Lakeith Stanfield no mesmo filme. Kaluuya deixou a mãe, que assistia a cerimônia de Londres, numa saia justa quando ele agradeceu a ela por ter transado com seu pai para ele nascer e poder vivenciar aquele momento. A anciã não sabia onde meter a cara. “A Voz Suprema do Blues” ganhou dois prêmios bem merecidos: figurino e maquiagem e cabelo, onde Viola Davis foi “enfeiada” para fazer sua personagem (eu gostaria de ver Maquiagem e Cabelo para “Era Uma Vez Um Sonho” e figurinos para “Mulan”, mas…). “O Som do Silêncio” ganhou a óbvia estatueta de som e a não tão óbvia estatueta de montagem (acho que “Meu Pai” seria mais merecedor dessa categoria).

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Daniel Kaluuya, o Melhor Ator Coadjuvante…

E Mank? O campeão de indicações (dez ao todo) somente levou duas estatuetas técnicas: fotografia (onde o preto e branco foi fenomenal) e design de produção, ambas merecidíssimas (embora o Oscar de design de produção para “Meu Pai” também seria muito justo, com tantas mudanças no mesmo cenário para expressar o Alzheimer do protagonista).

Thomas Vinterberg, diretor dinarmaquês, vence o Oscar de Melhor Filme Internacional com 'Druk' — Foto: Reprodução/Oscar
O discurso de Vinterberg sobre a morte da filha muito emocionou…

O prêmio para Melhor Atriz Coadjuvante foi sintomático dos novos tempos do cinema e da Academia, pois foi vencido por Yuh-Jung Youn, numa mostra de que a renovação dos membros da Academia está mundializando a premiação, não ficando apenas no terreno da premiação de indústria, com o objetivo de se fazer mais dinheiro. Como foi dito ontem na TV por Arthur Xexéo, essa nova visão de mundo do Oscar poderia muito bem dar a premiação à Fernanda Montenegro se “Central do Brasil” estivesse concorrendo hoje. O discurso de Youn foi um dos pontos altos da noite, onde ela brincou muito com a plateia, arrancando risadas. Ela disse que foi um prazer ver Brad Pitt, um dos produtores de “Minari”, pela primeira vez, e perguntou por que ele não apareceu nas filmagens. Disse que não estava lá para concorrer, pois não é melhor que Glenn Close (que disputava sua oitava estatueta e perdeu novamente) e que teve mais sorte que as demais. Disse que sempre viu o Oscar como um programa de TV na Coreia e que, finalmente, estava lá com eles.

Mia Neal vence Oscar de melhor maquiagem pelo trabalho em "A Voz Suprema do Blues" — Foto: AP Photo/Chris Pizzello
Mia Neal, a Melhor Maquiagem e Cabelo para “A Voz Suprema do Blues”…

As demais premiações: o curta de animação foi para “Se Alguma Coisa Acontecer, Te Amo”, um alerta para as mortes por armas nos Estados Unidos; “Two Distant Strangers” ganhou para Melhor Curta, um filme que mostra um afroamericano sendo morto pela polícia, com isso acontecendo recorrentemente (ao estilo de “Feitiço do Tempo”), com nosso protagonista sempre evitando morrer pela polícia, sem sucesso; “Collete”, um filme sobre uma ex-prisioneira de um campo de concentração voltando ao seu cativeiro depois de muitos anos ganhou o prêmio para curta documentário; “Professor Polvo” ganhou para Documentário longa (embora eu preferisse “Crip Camp”); o sofrível “Tenet” ganhou para efeitos visuais (embora eu preferisse “O Céu da Meia Noite”); e a canção ficou com “Fight For You”, para “Judas e o Messias Negro”.

Roteirista de 'Meu Pai' no Oscar — Foto: Reprodução
“Meu Pai” levou a premiação de Roteiro Adaptado…

Fazendo um balanço das premiações, repetiu-se a tendência dos últimos anos de não dar muitos Oscars a somente um filme. A já citada renovação da Academia está humanizando cada vez mais o Oscar, deixando de ser uma premiação americana de indústria para ser uma premiação que tem um enfoque muito maior na mundialização e na arte, o que aproxima o Oscar dos festivais europeus, mais conhecidos por premiar o talento e a arte. Ou seja, podemos terminar essas linhas com a frase batida de que “Há males que vêm para bem”, ou seja, a transformação profunda que a pandemia provocou em nossas vidas mudou também o Oscar, mas para melhor. Que a diversidade e a arte continuem a dar as cartas. E fiquem agora com a lista dos vencedores do Oscar abaixo, junto com os demais indicados.

Tiara Thomas, H.E.R. e Dernst Emile II levam Oscar de melhor canção original por "Fight For You", no filme de "Judas e o Messias Negro" — Foto: AP Photo/Chris Pizzello
Tiara Thomas, H.E.R. e Dernst Emile II ganharam o Oscar de melhor canção original por “Fight For You”, para o filme filme de “Judas e o Messias Negro”

Veja, abaixo, os vencedores do Oscar 2021 em negrito e grifados:

Melhor filme

  • “Meu pai”
  • ‘”Judas e o messias negro”
  • “Mank”
  • “Minari”
  • “Nomadland” (vencedor)
  • “Bela vingança”
  • “O som do silêncio”
  • “Os 7 de Chicago”

Melhor atriz

  • Viola Davis – “A voz suprema do blues”
  • Andra Day – “Estados Unidos Vs Billie Holiday”
  • Vanessa Kirby – “Pieces of a woman”
  • Frances McDormand – “Nomadland” (vencedora)
  • Carey Mulligan – “Bela vingança”

Melhor ator

  • Riz Ahmed – “O som do silêncio”
  • Chadwick Boseman – “A voz suprema do blues”
  • Anthony Hopkins – “Meu pai” (vencedor)
  • Gary Oldman – “Mank”
  • Steve Yeun – “Minari”

Melhor direção

  • Thomas Vinterberg – “Druk – Mais uma rodada”
  • David Fincher – “Mank”
  • Lee Isaac Chung – “Minari”
  • Chloé Zhao – “Nomadland” (vencedora)
  • Emerald Fennell – “Bela vingança”

Melhor atriz coadjuvante

  • Maria Bakalova – “Borat: fita de cinema seguinte”
  • Glenn Close – “Era uma vez um sonho”
  • Olivia Colman – “Meu pai”
  • Amanda Seyfried – “Mank”
  • Youn Yuh-jung – “Minari” (vencedora)

Melhor ator coadjuvante

  • Sacha Baron Cohen – “Os 7 de Chicago”
  • Daniel Kaluuya – “Judas e o messias negro” (vencedor)
  • Leslie Odom Jr. – “Uma noite em Miami”
  • Paul Raci – “O som do silêncio”
  • Lakeith Stanfield – “Judas e o messias negro”

Melhor filme internacional

  • “Druk – Mais uma rodada” (Dinamarca) (vencedor)
  • “Shaonian de ni” (Hong Kong)
  • “Collective” (Romênia)
  • “O homem que vendeu sua pele” (Tunísia)
  • “Quo vadis, Aida?” (Bósnia e Herzegovina)

Melhor roteiro adaptado

  • “Borat: fita de cinema seguinte”
  • “Meu pai” (vencedor)
  • “Nomadland”
  • “Uma noite em Miami”
  • “O tigre branco”

Melhor roteiro original

  • “Judas e o Messias negro”
  • “Minari”
  • “Bela vingança” (vencedor)
  • “O som do silêncio”
  • “Os 7 de Chicago”

Melhor figurino

  • “Emma”
  • “A voz suprema do blues” (vencedor)
  •  
  • “Mank”
  • “Mulan”
  • “Pinóquio”

Melhor trilha sonora

  • “Destacamento blood”
  • “Mank”
  • “Minari”
  • “Relatos do mundo”
  • “Soul” (vencedor)

Melhor animação

  • “Dois irmãos: Uma jornada fantástica”
  • “A caminho da lua”
  • “Shaun, o Carneiro: O Filme – A fazenda contra-ataca”
  • “Soul” (vencedor)
  • “Wolfwalkers”

Melhor curta de animação

  • “Burrow”
  • “Genius Loci”
  • “If anything happens I love you” (vencedor)
  •  
  • “Opera”
  • “Yes people”

Melhor curta-metragem em live action

  • “Feeling through”
  • “The letter room'”
  • “The present”
  • “Two distant strangers” (vencedor)
  • “White Eye”

Melhor documentário

  • “Collective”
  • “Crip camp”
  • “The mole agent”
  • “My octopus teacher” (vencedor)
  • “Time”

Melhor documentário de curta-metragem

  • “Colette” (vencedor)
  • “A concerto is a conversation”
  • “Do not split”
  • “Hunger ward”
  • “A love song for Natasha”

Melhor som

  • “Greyhound: Na mira do inimigo”
  • “Mank”
  • “Relatos do mundo”
  • “Soul”
  • “O som do silêncio” (vencedor)

Canção original

  • “Fight for you” – “Judas e o messias negro” (vencedor)
  • “Hear my voice” – “Os 7 de Chicago”
  • “Husa’vik” – “Festival Eurovision da Canção: A saga de Sigrit e Lars”
  • “Io sì” – “Rosa e Momo”
  • “Speak now” – “Uma noite em Miami”

Maquiagem e cabelo

  • “Emma”
  • “Era uma vez um sonho”
  • “A voz suprema do blues” (vencedor)
  • “Mank”
  • “Pinóquio”

Efeitos visuais

  • “Problemas monstruosos”
  • “O céu da meia-noite”
  • “Mulan”
  • “O grande Ivan”
  • “Tenet” (vencedor)

Melhor fotografia

  • “Judas e o messias negro”
  • “Mank” (vencedor)
  • “Relatos do mundo”
  • “Nomadland”
  • “Os 7 de Chicago”

Melhor edição

  • “Meu pai”
  • “Nomadland”
  • “Bela vingança”
  • “O som do silêncio” (vencedor)
  • “Os 7 de Chicago”

Melhor design de produção

  • “Meu pai”
  • “A voz suprema do blues”
  • “Mank” (vencedor)
  • “Relatos do mundo”
  • “Tenet”
Oscar 2021: veja como foi a noite de premiação
Uma turma da pesada…

Batata Séries – Jornada Nas Estrelas Enterprise (S01, Ep 04), Inesperado. Contatos Imediatos De Quatro Grau.

Vamos dar sequência às nossas análises de episódios de Jornada nas Estrelas, falando hoje do quarto episódio da primeira temporada de Enterprise, intitulado “Inesperado”.

Star Trek: Enterprise - Season 1 Episode 5 - Rotten Tomatoes
Uma nave funcionando mal…

Muitos problemas ocorrem dentro da NX-01. Archer sofre com o desconforto da placa de gravidade dando defeito durante seu banho, o sintetizador de alimentos não funciona direito quando T’Pol tenta usá-lo, e outros problemas. Trip acha que o problema está no exaustor de plasma. Eles saem de dobra para consertar. T’Pol percebe que o plasma que sai dos exaustores está muito próximo da nave. Eles investigam e descobrem que há uma nave camuflada no meio do plasma. Archer pede para Hoshi abrir as frequências de saudação e, ao falar com os alienígenas, descobrem que eles estão com problemas em sua nave e usam o campo de dobra da Enterprise para se deslocar. Archer pede que eles retirem a camuflagem. Trip é escalado para ajudar a nave alienígena (xyriliana) e vai ficar três dias lá. Ele passa um tempo desagradável numa câmara de descompressão e se encontra com os alienígenas da nave. Trip está meio grogue,  mas trabalha nas máquinas da nave com uma alienígena. Ele entra em contato com Archer, diz que não se sente bem e que quer voltar para a Enterprise. Archer entra em contato com o capitão da nave alienígena e este diz que Trip deve dormir um pouco, pois chegou à nave e não quis descansar. Archer ordena que Trip permaneça na nave e descanse uma hora antes de começar a trabalhar. Depois do descanso, Trip conversa com a alienígena que mostra que a nave tem uma espécie de ecossistema vegetal de onde os alienígenas extraem comida e assim ele se aproxima da alienígena que, mesmo com uma pele cheia de escamas, é mais sensual do que T’Pol (se me permitem o comentário macho heterossexual). A alienígena leva Trip para uma sala que reproduz, por meio de hologramas, o planeta natal dela (isso mesmo, caro leitor trekker, um holodeck no século 22). A moça xyriliana convence Trip a participar de uma espécie de jogo onde eles trocam informações um do outro telepaticamente, o que faz rolar um clima entre eles. Mas os motores são consertados e Trip retorna à Enterprise. A tripulação das duas naves se despedem e a nave xyriliana entra em dobra. Enquanto comia, Trip percebe uma espécie de verruga no braço. Ao mostrá-la a Phlox, este diz que a verruga é um mamilo e que existe uma forma de vida dentro dele. Ou seja, Trip está grávido e rolou um contato imediato de quarto grau entre ele e a moça xyriliana. Assim, ficou difícil para Trip convencer Phlox, Archer e T’Pol (que zoou imensamente da cara dele) de que não rolou nenhum contato sexual. Foi nesse momento que Trip lembrou do jogo telepático feito com a xyriliana, onde os dois colocavam suas mãos juntos numa caixa de pedrinhas para se ter o elo telepático. Archer decide procurar os xyrilianos para resolver a questão. O mais curioso é que Trip começa a despertar sentimentos maternais, além de ficar com mania de perseguição e mais sensível. Como eles procuram os xyrilianos há oito dias e não conseguem achá-los, Archer fala a Trip para este já cogitar a hipótese de ser mãe para esse ser que vai nascer, o que deixa o engenheiro-chefe transtornado.

Star Trek: Enterprise: Season 1 - Episode 5 ( Watch Full Episodes)) -  OpenloadMovies
Uma alienígena interessante…

A nave xyriliana é encontrada, mas a Enterprise intercepta um cruzador klingon. Conclui-se  que a nave xyriliana pifou de novo e está camuflada pegando uma carona na nave klingon. Archer tenta entrar em contato com a nave klingon e toma uns dois torpedos fotônicos pela proa. Ele retoma a comunicação e fala com os klingos dos xyrilianos. Os klingons decidem matar os xyrilianos mas Archer insiste que não faça isso. Diante da irredutibilidade dos klingons, T’Pol entra na conversa e diz que foi Archer que levou Klaang ao Império (episódio piloto), evitando uma guerra entre as casas. Trip fala também que os xyrilianos têm uma fantástica tecnologia holográfica. O capitão klingon diz que irá à nave xyriliana. Trip quer ir junto mas o klingon não quer sua presença. Archer então abre o jogo e fala da gravidez de Trip para o klingon, fazendo os klingons caírem na risada, sob os olhos atônitos da tripulação da ponte da Enterprise. Na nave xyriliana, O capitão klingon aceita o holodeck e Trip mostra sua gravidez à alienígena, que diz que o embrião ainda pode ser transferido para outro corpo. Com tudo resolvido, T’Pol fala a Trip que, pelos registros, ele é o primeiro ser humano do sexo masculino a ficar grávido. Trip diz ironicamente que sempre quis entrar para a História. Fim do episódio.

Star Trek: Enterprise" Unexpected (TV Episode 2001) - IMDb
Brincando de holodeck…

O que podemos falar do episódio “Inesperado”? Em primeiro lugar, não há aqui uma mensagem ou reflexão mais profunda. Esse foi um episódio com um leve acento cômico, que foi a gravidez de Trip e os comentários muito engraçados de T’Pol sobre a situação. Mas o episódio mantém a linha dos episódios anteriores de que os humanos ainda aprendem a fazer contato com novas civilizações e saber lidar com os percalços disso. Se dessa vez eles encontram uma espécie muito pacífica que é a dos xyrilianos, responsáveis por passar a tecnologia do holodeck, que apareceu mais em TNG, isso não significa que esse contato não tenha trazido problemas. Se Trip foi descuidado ao se relacionar com a xyriliana, não prevendo qualquer coisa inesperada, o mesmo ocorre com a xyriliana, que sabia que podia engravidar seu parceiro, mas não acreditava que isso poderia acontecer com um ser de outra espécie. Ou seja, a moral da história desse episódio muito bem podia ser aquela máxima ancestral: “cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém”.  

Enterprise "Unexpected" Season 1 Episode 5 | Star trek enterprise, Star trek,  Episode 5
Um Trip mais sensível…

No mais, foi muito legal ver o Archer bonachão e inexperiente interagir com os klingons casca grossa, onde a diplomacia não ajuda muito. Os argumentos de Archer para salvar os xyrilianos da destruição certa já estavam se esgotando quando T’Pol (sempre ela) salva o dia mais uma vez e, entendendo a cultura klingon, fazendo sempre o mais lógico, consegue convencer o capitão do cruzador a conversar com os xyrilianos, não sem Trip passar um ridículo por todos e ter que revelar a sua gravidez até na frente dos klingons.

Dessa forma, “Inesperado” é um episódio de Enterprise que mostra que a interação de humanos com espécies alienígenas pode ser mais problemática do que meras questões de beligerância. Até na paz e na boa compreensão pode rolar um probleminha inesperado. E assim, a corajosa tripulação da Enterprise vai adquirindo suas experiências, sob os olhos frios de uma T’Pol que, dessa vez, deve estar morrendo de rir por dentro, como pudemos ver no seu fino e delicioso sarcasmo com Trip.

Star Trek: Enterprise Episode Guide - Season 1 | Star trek enterprise, Star  trek, Star trek universe
Uma gravidez indesejada…

Batata News – Game Over. Agressividade Em Tempos Agressivos.

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Cartaz da Peça, Realizada em Julho

Durante a Ditadura Militar, ficou conhecido o fato da encenação de algumas peças teatrais com o objetivo de agredir o público para que ele começasse a se manifestar e sair da letargia com relação aos anos difíceis daquele regime. Isso foi falado em “1968, O Ano Que Não Terminou”, de Zuenir Ventura. Pois é. Essa foi a impressão que eu tive quando assisti a peça “Game Over, Ou Não Tá Fácil Pra Ninguém”, de mais uma turma de formandos da Escola Técnica Estadual de Teatro Martins Penna. Talvez essa tenha sido a peça mais agressiva que eu assisti na Escola. Também pudera. Isso é um sinal dos tempos altamente agressivos pelos quais temos passado e onde a Terceira Lei de Newton (a da ação e reação) acaba se aplicando com muita vontade.

Agora, uma coisa precisa ficar bem clara. Se a peça foi agressiva com o público, isso não significa que ela tenha agredido propriamente o público. A abordagem foi incisiva, mas não desrespeitosa. A peça foi dividida em várias pequenas histórias e situações em que se analisa a conjuntura social, econômica e política atual, que passa por momentos muito difíceis. E a forma impactante com que isso é feito tem uma intenção: tirar o espectador da zona de conforto e, com a sua participação na peça, estimulá-lo à reflexão, como no momento em que as atrizes da peça convidam todas as espectadoras a queimar numa churrasqueira acesa alguns pênis de cartolina que simbolizam o machismo e preconceitos masculinos. E cada espectadora tinha liberdade para queimar o preconceito ou a repressão que quisesse: ser a única mulher do setor da empresa em que trabalha e ser tratada como um objeto de desejo por causa disso, repúdio à violência doméstica, dizer o que a mulher deve fazer ou vestir, etc., etc. A experiência foi tão catártica e libertadora que algumas espectadoras queimaram mais de um pênis, pois tinham muito o que dizer e repudiar.

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Os Alunos da Escola Martins Penna

Obviamente, a peça tinha algumas críticas bem pontuais à atual conjuntura política, que produz um farto material de factoides por segundo, o que provavelmente obrigou-se a introduzir falas de última hora. Houve, também, um hilário momento em que uma atriz vestida de barata se dirigiu de forma bem agressiva à plateia, reclamando da crueldade dos humanos.

As pessoas circulavam pelo palco para participar da peça enquanto um andaime, às vezes em alta velocidade, circulava. É claro que as pessoas foram previamente avisadas do andaime, mas mesmo assim o pessoal teve que dar uma corridinha em alguns momentos, até porque os atores, num momento da peça, jogavam estalinhos e bexigas cheias d’água no palco, confirmando a interação agressiva da peça.

Houve, ainda, alguns momentos um tanto claustrofóbicos, onde pessoas desesperadas corriam em meio ao palco escuro, iluminando o público com lanternas, numa metáfora da angústia provocada por regimes repressivos. Nessas horas, víamos verdadeiras explosões de paroxismo por parte dos atores.

Dessa forma, “Game Over, Ou Não Tá Fácil Pra Ninguém” cumpre bem a sua proposta que é denunciar os tempos sombrios pelos quais passamos, tirando o espectador de sua letargia, passividade e zona de conforto. Uma peça agressiva sem agredir e altamente interativa, fazendo um convite à reflexão.  Uma peça que exprime bem todo um zeitgeist de forma intensa e até bem-humorada. Mais um pontaço dos alunos da Escola Estadual de Teatro Martins Penna. Veja o vídeo abaixo onde os alunos tentavam arrecadar fundos para a peça.

Batata Movies (Especial Imagens Para O Futuro – O Cinema da Alemanha Oriental) – Os Assassinos Estão Entre Nós. Vingança Ou Reparação?

Cartaz do Filme

Já falamos aqui, em outras ocasiões, da Mostra Nouvelle Vague Soviética, que ocorreu na Caixa Cultural do Rio de Janeiro em fins de maio e início de junho do ano passado. Foi uma mostra muito boa, que reuniu grandes filmes soviéticos do pós-stalinismo, quando a cultura do país tinha mais autonomia para funcionar sem censuras, até a época de Brejnev, quando as proibições e restrições voltaram com força total. Doze filmes e uma palestra daquela mostra estão resenhados aqui na Batata Espacial. No mês de agosto de 2018, a Caixa Cultural do Rio de Janeiro fez outra mostra intitulada “Imagens Para O Futuro, O Cinema Da Alemanha Oriental”, onde foram exibidos vinte e cinco filmes e tivemos três palestras. Infelizmente, não pude acompanhar mais de perto essa mostra, mas dos poucos filmes que vi, não tive uma impressão muito positiva. Confesso que achei a coisa muito monótona a maioria das vezes e não pretendo falar de todas as películas assistidas. Um dos filmes que merecem atenção aqui é o bom “Os Assassinos Estão Entre Nós”, de Wolfgang Staudte, produzido em 1946 (portanto, um ano após o fim da Segunda Guerra Mundial) e que tem 91 minutos de duração. Vamos analisar o filme aqui com os spoilers de sempre.

Um casal inicialmente em conflito…

E por que tal filme é digno de ser resenhado aqui? Porque é uma película que fala da situação do povo alemão no imediato pós-guerra, quando eram obrigados a viver em condições precárias em cidades que eram pouco mais do que um amontoado de escombros. Um médico de nome Hans Mertens (interpretado por Wilhelm Borchert) anda bêbado pelas ruas, bares e prostíbulos. Ele pega um apartamento abandonado para viver e é mal falado pelos vizinhos. Até que, um dia, uma bela mulher bate à sua porta. É Susanne Wallner (interpretada por Hildegard Knef), que alega ser a dona do apartamento. Recebida de forma grosseira pelo médico, Susanne no entanto aceita que o mesmo viva dentro do apartamento. E assim, os dois começam a estabelecer uma relação que paulatinamente se torna um romance. Mas o problema é que Mertens descobre que um antigo militar que era seu superior no exército nazista, Ferdinand Brueckner (interpretado por Arno Paulsen), vive em uma casa aconchegante, cheio de luxos. Ele, depois da guerra, se tornou um próspero empresário capitalista, ao passo que a grande maioria da população vivia na miséria e fome totais. Brueckner havia ordenado a execução de muitos civis durante a guerra, inclusive mulheres e crianças, o que deixa Mertens com desejo de vingança. Assim, o antigo médico agora busca uma estratégia para executar seu antigo superior nazista.

… que depois tenta reconstruir a vida num país destruído…

O grande debate desse filme é se a vingança é algo justificável ou a reparação dos crimes de guerra deve ser feita na justiça. Ficamos seduzidos pela primeira alternativa, quando vemos toda a empáfia e arrogância de Brueckner, sem falar que ele era um nazista e um empresário capitalista inescrupuloso (ou seja, o cão chupando manga dentro dos parâmetros socialistas de uma produção cinematográfica da República Democrática Alemã). Mas o filme não cai em tal armadilha, pois a figura redentora de Suzanne impede que a vingança seja consumada e coloca Mertens nos trilhos, dando ao vilão a punição merecida, dentro do âmbito da lei e da justiça. Parece que tal desfecho era muito importante naquele contexto, pois as pessoas acabavam de sair de um conflito onde tudo, principalmente a vida, era desrespeitado. Seria importante a volta da vida civilizada dentro da lei voltar, depois de anos de sangue e de barbárie.

Um antigo nazista perseguido por sombras do passado, bem ao estilo expressionista…

Outro detalhe que também chama muito a atenção no filme é a redenção do personagem Mertens. Um médico que tinha medo de sangue e que havia testemunhado um massacre, estava totalmente imerso na bebida, no trauma e na desesperança. A figura de Susanne chega na hora certa para salvá-lo. Assim, o médico salva a vida de uma garotinha fazendo uma traqueotomia e se esquecendo de seu medo de sangue, além de não cobrar nada por isso. E, pela figura de Susanne, ele abandona seu projeto sanguinário de vingança e opta pela justiça institucional. Uma verdadeira mudança da água para o vinho. Não é à toa que Wilhelm Borchert, o intérprete de Mertens, foi disparado o melhor ator do filme, dada todas as nuances de sua interpretação (o bêbado rude, o homem atormentado, o melancólico sem esperança, o sedento por vingança, e o racional que abandona a vingança). Já Hildegard Knef teve em suas mãos uma personagem demasiado plana, muito amorosa e de fala suave, não podendo demonstrar todo o seu talento, mas de uma beleza estonteante. Já Arno Paulsen teve o mesmo problema de mostrar um personagem plano, ficando só no terreno da empáfia e arrogância, mostrando mais talento nas cenas de desespero mais ao final do filme, quando é ameaçado pelo revólver de Mertens e depois atrás das grades jurando inocência.

Rara imagem de making of…

Assim, “Os Assassinos Estão Entre Nós” pode até hoje em dia soar como um filme que nos impõe uma liçãozinha de moral ao final (“a vingança é a arma do otário”), mas ainda assim é um filme que muito nos faz refletir como era a vida das pessoas depois de uma guerra, onde tiveram ainda que viver muitos anos em condições precárias sob os escombros de um país destruído, sendo esse sim um dos grandes filmes dessa mostra aparentemente mediana (seria necessário ver mais filmes para se ter uma melhor impressão da produção da época). Deixo vocês agora com a introdução do filme…

Batata News – Paul Klee, Equilíbrio Instável. Trajetória Bem Delineada.

Paul Klee, um artista inclassificável…

O CCBB do Rio de Janeiro traz, até o dia 12 de agosto, mais uma de suas megaexposições. O agraciado da vez é o artista Paul Klee (1879-1940). Nascido na Suíça, mas de nacionalidade alemã, seu nome sempre foi motivo de controvérsia no que se refere a sua pronúncia. Sob nossos olhos americanizados, quando vemos o nome Paul Klee logo vem à nossa cabeça uma sonoridade parecida com “Pou Clii”, no bom inglês. Mas esse nome é bem germânico e na verdade se pronuncia algo como “Pául Clêê”. Pronúncias à parte, essa é uma exposição muito bem vinda a nosso país, já que há muito poucas obras de Klee no Brasil e a exposição “Equilíbrio Instável” traz cento e vinte obras do Zentrum Paul Klee de Berna, guardião do espólio do artista.

O Anjo Novo, vendido a Walter Benjamin…

Klee pode ser classificado como um artista inclassificável, pois bebe de várias fontes para executar suas obras. Ele foi muito prolífico, contando com cerca de dez mil trabalhos, dos quais o Zentrum tem quatro mil. A exposição, por incrível que pode parecer, começa com seus desenhos dos tempos de criança, organizados e catalogados pelo próprio artista ainda em seus tempos de infância.

Réplicas de seus fantoches…

Mais tarde, ele vai para um curso de desenho em Munique, depois de não ser aceito na Academia de Arte local. Começa a desenhar a anatomia humana e nus no curso, que finalmente o fazem ingressar na Academia. Lá, aprende a retratar a natureza, mas a arte mais clássica e renascentista não era muito a praia de nosso artista. Retornando à Berna, ele começa a fazer águas-fortes com criaturas bizarras. Agora sim Klee acha que dá um pontapé inicial em sua carreira de artista.

Obra mais abstrata. Influência de Kandinsky.

Depois de casar com a pianista Lily Stumpf em 1906 (Klee também era músico), ele retratava a sua vida doméstica com o filho pequeno Félix enquanto a mulher trabalhava. Klee irá conhecer Kandinsky em 1911 e sua arte, por esta influência, mergulha no abstracionismo. O artista irá ainda ter contatos com o grupo expressionista “Der Blaue Reiter” (“O Cavaleiro Azul”), o cubismo em Paris e o uso das cores na Tunísia. Klee fabricou fantoches para o filho brincar.

Acusação. Referência ao Nazismo.

Cerca de cinquenta fantoches teriam sido produzidos e grande parte deles se perdeu na Segunda Guerra Mundial ou foi roubada. A exposição tem cinco réplicas que mostram bem a genialidade criativa de Klee. Ele vai lecionar na famosa Bauhaus, a escola de arquitetura e arte de Walter Gropius na Alemanha, que queria aliar arte e estética à funcionalidade.

O Zentrum Paul Klee em Berna…

Klee lecionava mais pelo dinheiro e sofria com a falta de tempo para criar, saindo da escola posteriormente. A ascensão do nazismo também influenciará a obra do artista, com quadros representando emigrantes, acusadores e o próprio Adolf Hitler numa figura bizarra. A agressividade nazista o faz retornar a Berna.

Klee no ateliê…

A exposição é um prato cheio para os artistas plásticos, obviamente, não somente por analisar a produção artística de Klee como também há um pequeno salão da mostra que exibe objetos pessoais que Klee usava para pintar e há painéis que explicam de forma detalhada suas técnicas de pintura. Cabe frisar aqui que as obras de Klee são extremamente frágeis, o que obriga uma presença reduzida de público nos salões, aumentando a fila e o tempo de espera para se entrar na exposição. Por isso, é recomendável que o leitor não deixe para ir à exposição mais ao seu final, lá para o dia 12 de agosto, pois as filas e o tempo de espera deverão ser muito maiores. Este escriba ficou cerca de duas horas esperando para entrar e isso numa fila que nem do prédio saiu. E outra coisa: não se esqueça de pegar o ticket na bilheteria, pois ele é exigido, mesmo com a entrada sendo gratuita.

O filho Félix, retratado em casa…

Seguindo a exposição, temos ao final as telas da década de 30, quando Klee já se encontrava doente. Ele sofria de esclerodermia, uma doença que enrijece o tecido conjuntivo. Mesmo assim, ele fez mais de mil obras no período. No final da exposição há um fac-símile de seu quadro “Anjo Novo” que ele vendeu para o historiador Walter Benjamin e hoje está de posse do Museu de Israel. Há toda uma história bonita em torno desse quadro mas essa eu deixo para o estimado leitor conhecê-la na exposição em si.

Klee, numa idade mais avançada, com o seu gato…

Assim, “Paul Klee, Equilíbrio Instável” é uma exposição obrigatória, pois é uma oportunidade única de conhecer de forma aprofundada esse grande artista com o qual tempos pouquíssimo contato por aqui. Vale a pena também comprar o catálogo da exposição por módicos R$ 86,00 e que podem ser divididos em três vezes no cartão. Imperdível.

Klee e Kandinsky…

Batata News – Palhaços. Rindo Da Acidez Da Vida.

Cartaz da Peça

Dedé Santana fez muito sucesso como trapalhão e não sai de nossos corações. Agora, do alto de seus 83 anos, tivemos a grande oportunidade de vê-lo no teatro na peça “Palhaços”. E podemos dizer que esse foi um grande presente que só serviu para ratificar a sua já consagrada carreira, pois vemos aqui o humorista desempenhando um papel bem mais complexo que o visto ao lado dos Trapalhões.

Dedé Santana de volta em grande estilo…

Lá a gente testemunhava um espetáculo circense de palhaços que não pintavam o rosto (essa é uma definição muito antiga que foi dada aos Trapalhões) onde Dedé tinha a tarefa específica e difícil de ser a eterna escada do Didi. Em “Palhaços”, além de Dedé ser o protagonista e ter a sua própria escada, o ator Fioravante Almeida, ele tem a tarefa mais complexa de interpretar um personagem que tem o seu grau de humor, mas também com um conteúdo dramático bem intenso, onde podemos tanto nos compadecer com seu personagem como também sentir uma certa aversão por ele, talvez até raiva, em virtude de sua dureza com relação a sua escada.

Grande dobradinha com Fioravante Almeida…

O plot da peça é bem simples. O palhaço Careta (interpretado por Dedé) descansa entre um número e outro e encontra um rapaz escondido no seu “camarim” (interpretado por Almeida) chamado Benvindo, um vendedor de sapatos. O rapaz fala de toda a sua fascinação pela carreira de artista e Careta começa a perguntar sobre a vida de Benvindo, que é muito simplória e trivial. A peça então toma um rumo um tanto ácido, humorado e existencial, onde os dois personagens avaliam suas vidas. Careta é cruel com as questões existenciais de Benvindo, onde uma relação de amor e ódio acaba se estabelecendo entre os dois.

O diretor foi Alexandre Borges

O que podemos falar de Dedé? Sua interpretação como ator dramático só não é surpreendente pois já sabemos como ele é um excelente ator. Mas ainda assim, vê-lo fazendo um papel dramático chama demais a atenção. Dedé é cativante, envolvente, prende totalmente nossa atenção, despertando em nós sentimentos muito contraditórios pelo grau de afeto e dureza de seu personagem.

Ensaio com o diretor em ação…

Outro elemento que chamou muito a atenção e tornou esse espetáculo todo especial é que o querido trapalhão improvisou, e muito, despertando risadas espontâneas do próprio Dedé e ainda uma pequena observação durante o transcorrer da própria peça: “Hoje, o diretor me mata!”, o que despertou risos gerais da plateia. Ou seja, o homem foi um show total. Já Fioravante Almeida se mostrou um grande talento fazendo o ingênuo Benvindo, além de ser a escada perfeita para Dedé. Seu personagem também tinha uma gama extensa de sentimentos, que iam da esperança, alegria, medo, desesperança, raiva. E Careta tripudiando impiedosamente dos sentimentos de Benvindo, levando a coisa à beira do tragicômico.

Dedé com o vasinho de flores que eu dei para ele. Fioravante Almeida também ganhou o seu

Assim, “Palhaços” foi um grande espetáculo que passou pelo Teatro Clara Nunes. Tivemos a oportunidade de ver o querido trapalhão num papel mais dramático que humorístico, mostrando todo o talento desse ícone de nossa cultura. Um ícone nascido num circo bem pobre, como o próprio Dedé fez questão de enfatizar ao final do espetáculo. E este escriba se deu ao direito da tietagem explícita e sentou na primeira fila somente para presentear Dedé com um vasinho de flores, assim como Fioravante Almeida, que muito se emocionou com o pequeno mimo e ainda falou em pleno palco que é hábito da plateia russa dar plantas para os atores. Só é pena que a peça já tenha saído de cartaz. Mas fica aqui o registro.

Este humilde escriba esteve na peça…

Batata News – Impressões Sobre O Oscar 2019

Queen abriu a festa!!!

A festa do Oscar esse ano começou com duas novidades. Em primeiro lugar, nada de mestre de cerimônias. Alguns acharam isso bom, porque se evitaram algumas piadinhas de gosto duvidoso, infelizes até. Por outro lado, se temos um bom Mestre de Cerimônias (me lembro muito de Whoopi Goldberg e do “hors concours” Billy Cristal) a coisa até flui bem e foi uma pena não termos essa figura esse ano. A segunda coisa foi a redução do tempo da premiação: cerca de três horas e meia. Confesso que isso me chateou mais, mesmo tendo que acordar cedo no dia seguinte, até porque o Oscar acontece somente uma vez por ano e o gasto com tempo de TV não seria uma exorbitância. Creio que valeria o investimento até por todo o clima de expectativa (e audiência garantida) que o Oscar proporciona.

“Green Book” levou a estatueta de Melhor Filme

Mas, o que podemos dizer do que aconteceu na cerimônia em si? Foi uma noite em que parece que a Academia se redimiu do “Oscar Branco” dos últimos anos. Muitos filmes de temática negra entre os indicados, assim como premiações também direcionadas nesse sentido. A começar pela atriz coadjuvante, Regina King, de “Se a Rua Beale Falasse”, desbancando Emma Stone e Rachel Weisz em “A Favorita”. Sei não, mas preferia que esse prêmio tivesse sido dado a Stone, até porque ela teve mais tempo de tela do que King e uma personagem que exigia mais de sua atuação, no qual a moça correspondeu. O trabalho de King também foi bom mas sua personagem foi menos presente no filme como um todo. Já para ator coadjuvante, Mahershala Ali teve um Oscar muito merecido em “Green Book”, sendo praticamente um dos protagonistas do filme. Essa era uma categoria muito disputada, principalmente quando a gente se lembra de Sam Rockwell fazendo Bush em “Vice” e Richard Grant em “Poderia Me Perdoar?”. Para ator, a surpresa de Rami Malek em “Bohemian Rhapsody”, desbancando Christian Bale (meu favorito) em “Vice” e Willem Dafoe em “No Portal da Eternidade”. Se for para alavancar a carreira do jovem ator (que mostrou seu talento também no remake de  “Papillon”), vale a estatueta. Mas que valia um prêmio aqui para um dos medalhões, valia. Para atriz, outra surpresa; Olivia Colman, de “A Favorita”, superou Glenn Close. Confesso que aqui achei o prêmio injusto. Preferia até Melissa McCarthy se Close não ganhasse. A premiação de Alfonso Cuarón para melhor diretor em “Roma” foi merecida mais por sua cinematografia (o Oscar de Fotografia para “Roma” foi, sim, merecido) do que pela direção em si, já que o filme poderia ter explorado um pouco mais a vida de preconceito das empregadas domésticas, o que parecia ser uma de suas propostas. Achei aqui que o prêmio de diretor caberia melhor para Spike Lee, pela sua forma de contar a inusitada história de “Infiltrado na Klan” com humor e, simultaneamente, tom de denúncia. Pelo menos, Lee levou a estatueta de Melhor Roteiro Adaptado e ainda fez um discurso anti-Trump, o que foi um dos pontos altos da cerimônia. Agora, sacanagem retumbante foi a força da indústria dar o Melhor Filme Estrangeiro a “Roma” e não a “Cafarnaum”, um dos melhores filmes do ano. A premiação de Melhor Animação para “Homem Aranha no Aranhaverso” foi muito merecida, mas se o critério mais artístico fosse adotado, “Ilha dos Cachorros” também poderia ter levado a estatueta, mesmo com uma história mais esquisita e tensa do que o Blockbuster divertido que foi “Aranhaverso”. Uma surpresa muito agradável foi para “Pantera Negra”. O melhor filme da Marvel de todos os tempos (na opinião desse humilde escriba) abiscoitou três estatuetas: figurino, design de produção (direção de arte) e trilha sonora. Foi a primeira vez que um blockbuster de super-herói recebe Oscars. E, particularmente, estou muito feliz que isso tenha ocorrido com “Pantera Negra”. Já os efeitos especiais ficaram para “O Primeiro Homem”, um filme que usa os efeitos sem ser de forma pirotécnica, com tiros, porradas e bombas, mas sim para deixar o espectador o mais íntimo possível das sensações da viagem num foguete e de como é a superfície lunar.

Os vencedores de ator e ator coadjuvante…

Os números musicais também deram o ar da sua graça e esquentaram a noite mais do que o normal. Foi simplesmente o Queen com Adam Lambert que abriu a festa, que nem preciso dizer mais nada. Aliás, “Bohemian Rhapsody” foi o grande vencedor da noite, pois abiscoitou quatro de cinco estatuetas que concorria. Além de Melhor Ator para Malek, ganhou os Oscars de Montagem (os mais puristas vão reclamar da cronologia fora de ordem, mas creio que isso foi mais uma proposta de roteiro), Mixagem de Som e Edição de Som. A decepção ficou por conta de “Vice”, que recebeu somente o prêmio de Maquiagem e Cabelo, merecidíssimo. Mas a parte mais emocionante da noite disparado foi o dueto de Lady Gaga com Bradley Cooper que ganhou o Oscar de Melhor Canção por “Nasce Uma Estrela”. Foi muito legal de ver os dois cantando juntos e toda a emoção de Gaga (que já comeu o pão que o diabo amassou na sua vida, com histórico de estupro e bullying) no seu discurso de agradecimento pelo prêmio de Melhor Canção.

Regina King, a melhor atriz coadjuvante…

Por fim, o melhor filme, para “Green Book, O Guia”. Eu particularmente achei muito merecido e era meu candidato. O filme despertou uma certa polêmica, pois a família do pianista (esse filme é baseado em fatos reais) não gostou do roteiro escrito pelo pai do motorista, que teria carregado nas tintas na amizade dos dois. Mas ainda assim, acho que valeu pela história, nem pelo fato da componente do racismo, mas sim pelo fato de que são duas figuras humanas que aprendem um com o outro, estabelecendo um vínculo. E a questão de se carregar nas tintas com a amizade, bem, o cinema, desde Melliès, nunca teve compromisso com a realidade. Talvez com a denúncia, mas nunca devemos nos esquecer que a sétima arte é a arte do ilusório.

Mahershala Ali, um prêmio merecido…

Muito bem, essas foram as impressões do Oscar desse ano. Alguns criticam a premiação do politicamente correto em detrimento da arte. Pode até ser, mas creio que isso não deslegitima o talento de quem ganhou. Claro que houve surpresas e até injustiças (leia-se Glenn Close e “Cafarnaum”) mas isso não pode significar um olhar mais antipático para os vencedores, que tiveram seus méritos. Devemos nos lembrar que houve uma mudança de perfil nos eleitores da Academia. Cerca de dois mil novos membros foram eleitos num Universo de oito mil eleitores em todo o mundo. Isso obviamente provoca mudanças nos pontos de vista, o que não deixa de dar um certo dinamismo revigorante para uma instituição que deve ter começado excessivamente WASP. De qualquer forma, o grande prêmio não é a estatueta careca e dourada, que vai ficar nas prateleiras dos vencedores pegando poeira, e sim os filmes e as histórias contadas, não importam se ganharam a estatueta ou não, que mexem com a imaginação e emoções de cinéfilos ao longo de todo muito. Prefiro os DVDs dessas preciosidades na minha estante. E Oscar? Posso comprar um de plástico no Saara na época do Carnaval, sem querer desmerecer o glamour da cerimônia, obviamente. Esperemos, agora, pelo próximo ano. Antes de terminar, só mais uma coisa: na seção “In Memoriam”, nosso Nelson Pereira dos Santos foi relembrado, com muita justiça, numa prova de que nosso cinema é sim reconhecido lá fora, muito ao contrário do que ocorre aqui quase sempre.

Olivia Colman, uma surpresa…

Fiquem agora com a lista de premiados:

MELHOR FILME

Premiado: Green Book – o guia

Roma

Bohemian Rhapsody

Pantera Negra

Nasce uma estrela

Vice              

A Favorita

Infiltrado na Klan

Cuarón, o melhor diretor, abraçando Del Toro…

MELHOR DIREÇÃO

Premiado: Alfonso Cuarón – Roma

Spike Lee – Infiltrado na Klan

Pawel Pawlikowski – Guerra Fria

Yorgos Lanthimos – A Favorita

Adam McKay – Vice

Malek: Bohemian Rhapsody ganhou quatro estatuetas….

MELHOR ATRIZ

Premiada: Olivia Colman – A Favorita

Yalitza Aparicio – Roma

Glenn Close – A Esposa

Lady Gaga – Nasce uma Estrela

Melissa McCarthy – Poderia Me Perdoar?

MELHOR ATOR

Premiado: Rami Malek – Bohemian Rhapsody

Christian Bale – Vice

Bradley Cooper – Nasce uma Estrela

Willem Dafoe – No Portal da Eternidade

Viggo Mortensen – Green Book

Spike Lee, o cara!!!!

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE

Premiada: Regina King, Se a rua Beale falasse

Amy Adams, Vice

Marinha de Tavira, Roma

Emma Stone, A Favorita

Rachel Weisz, A Favorita

MELHOR ATOR COADJUVANTE

Premiado: Mahershala Ali – Green Book

Adam Driver – Infiltrado na Klan

Sam Elliott – Nasce uma Estrela

Richard E. Grant – Poderia Me Perdoar?

Sam Rockwell – Vice

MELHOR ROTEIRO ADAPTADO

Premiado: Infiltrado na Klan

The Ballad of Buster Scruggs

Poderia me perdoar?

Se a rua Beale falasse

Nasce uma estrela

O ponto alto da noite: Lady Gaga e Bradley Cooper

MELHOR ROTEIRO ORIGINAL

Premiado: Green Book – O guia

A favorita

No coração da escuridão

Roma

Vice

MELHOR FILME DE LÍNGUA ESTRANGEIRA

Premiado: Roma

Cafarnaum

Guerra fria

Never Look Away

Assunto de família

Muito choro com o Oscar….

MELHOR ANIMAÇÃO

Premiado: Homem-aranha no Aranhaverso

Os Incríveis 2

Ilha dos cachorros

Mirai

WiFi Ralph: Quebrando a Internet

MELHOR FOTOGRAFA

Premiado: Roma

Guerra fria

A favorita

Never Look Away

Nasce uma estrela

MELHOR DIREÇÃO DE ARTE

Premiado: Pantera Negra

A favorita

O primeiro homem

O retorno de Mary Poppins

Roma

MELHOR FIGURINO

Premiado: Pantera Negra

The ballad of Buster Scruggs

A Favorita

O retorno de Mary Poppins

Duas rainhas

MELHOR MONTAGEM

Premiado: Bohemian Rhapsody

Infiltrado na Klan

Green Book – o guia

A Favorita

Vice

MELHORES EFEITOS ESPECIAIS

Premiado: O primeiro homem

Vingadores: Guerra infinita

Christopher Robin: Um Reencontro Inesquecível

Ready Player One

Solo: Uma história Star Wars

MELHOR MAQUIAGEM E PENTEADO

Premiado: Vice

Duas rainhas

Border

MELHOR EDIÇÃO DE SOM

Premiado: Bohemian Rhapsody

Pantera Negra

O primeiro homem

Um lugar silencioso

Roma

MELHOR MIXAGEM DE SOM

Premiado: Bohemian Rhapsody

Pantera Negra

O primeiro homem

Roma

Nasce uma estrela

MELHOR TRILHA SONORA

Premiado: Pantera Negra

Infiltrado na Klan

Se a rua Beale falasse

Ilha dos cachorros

O retorno de Mary Poppins

MELHOR CANÇÃO ORIGINAL

Premiada: Shallow (Nasce uma Estrela)

All the Stars (Pantera Negra)

I’ll Fight (RBG)

The Place Where Lost Things Go (O Retorno de Mary Poppins)

When A Cowboy Trades His Spurs For Wings (The Ballad of Buster Scruggs)

MELHOR DOCUMENTÁRIO

Premiado: Free Solo

Hale County

Minding the Gap

Of Fathers and Sons

RBG

MELHOR CURTA-METRAGEM DOCUMENTÁRIO

Premiado: Absorvendo o tabu

Black Sheep

End Game

Lifeboat

Uma noite do Jardim

MELHOR CURTA-METRAGEM DE FICÇÃO

Premiado: Skin

Detainment

Fauve

Marguerite

Mother

MELHOR CURTA-METRAGEM ANIMADA

Premiada: Bao

Animal Behaviour

Late Afternoon

One Small Step

Weekends

Batata News – Marakanãdê. Defendendo As Tradições Indígenas Com Muito Preparo Físico.

A Escola Técnica Estadual de Teatro Martins Penna volta a atacar e apresenta a peça “Marakanãdê”, da turma da tarde da Escola. Como já temos feito aqui há algum tempo, vamos falar de mais esse espetáculo que os competentes alunos da Escola sempre apresentam com muita força e vigor, mesmo com todas as dificuldades pelas quais o Estado passa. Divulgar esse trabalho e tornar ao conhecimento do público a produção de novos talentos na arte de atuar é o mínimo que a gente pode fazer para apoiar a Escola.

Dessa vez, a peça é uma reflexão sobre as comunidades indígenas brasileiras, seus modos de vida e diversidade. Vários temas relacionados a questão indígena foram abordados. Em primeiro lugar, os atores fizeram uma espécie de explanação bem divertida sobre a viagem que fizeram de van até uma comunidade indígena que vive em Angra dos Reis, onde tiveram experiências bem peculiares e interessantes no contato com os membros da comunidade. A peça ainda mergulhou nas lendas e na cosmogonia dos indígenas, onde mitos sobre o surgimento do dia e da noite, do Sol, da Lua e das estrelas foram apresentados, assim como o surgimento de divindades quase sempre relacionadas a elementos da natureza, como os pássaros. A forma como os brancos tratam os indígenas desde a colonização até os dias atuais, sempre mencionando o genocídio e a violência também foi lembrada, sendo assustador como a prática sistemática de extermínio nunca deixou de ser aplicada nos últimos séculos.

Dá para perceber que a peça não teve um fio narrativo tal como estamos acostumados,ou seja, não havia uma história a ser contada da forma tradicional, com personagens que interpretavam papéis e com os quais a gente podia se identificar. A opção por trabalhar um tema principal (os indígenas) e os vários subtemas referentes ao tema principal fez com que o trabalho do elenco fosse muito mais coletivo, com nenhum ator se sobressaindo sobre o outro, e todos dependendo uns dos outros para que o espetáculo tivesse um bom andamento. Uma coisa que chamou a atenção foi o espírito um tanto circense da peça, com muitos números de tecido acrobático, subidas em escadas, pulos do palco para o chão, o que exige muito preparo físico do elenco que era formado por alunos bem jovens (e olha que eles ainda executavam todas as suas falas durante as acrobacias!). Foram muitos pulos, saltos e acrobacias durante a execução da peça, o que se constituiu num verdadeiro espetáculo à parte. Eu até tomei uma pezada de leve de uma atriz no meu peito, um acidente obviamente, que não me feriu mortalmente (ainda bem que a moça era muito pequenininha e magrinha, apesar de estar interpretando a Lua num encontro de amor no tecido acrobático – leia-se eclipse– com o Sol). O mais engraçado é que houve alguns improvisos e algumas risadas dos atores, quebrando um pouquinho o protocolo do ensaio. Uma das atrizes, ao rir de um improviso de sua colega, fez depois um sinal de “olha o tempo” para ela,o que trouxe um momento de descontração quase que despercebido no espetáculo.

Assim,“Marakanãdê” foi mais uma ótima peça produzida pelos intrépidos membros da Escola Técnica Estadual de Teatro Martins Penna, que seguem trabalhando e produzindo na área teatral e mantendo a tradição de mais de um século de ser um celeiro de novos talentos. Desta vez a peça foi um grito de alerta contra o genocídio indígena e a extinção da rica diversidade cultural que reside em nosso país, sendo necessário que a preservemos, ainda mais em tempos tão sombrios onde toda essa cultura sofre ainda mais riscos. Tal panorama só engrandece a iniciativa da peça, de seus alunos e da Escola. E também a gente sempre torce para que os formandos tenham um futuro muito frutífero e prolífico em suas carreiras, assim como a gente sempre deseja o mesmo para os demais formandos de turmas passadas. Como um bom trekker, desejo sempre vida longa e próspera para a Escola Técnica Estadual de Teatro Martins Penna. A peça ainda fica em cartaz essa semana, de quarta a sexta às 19 horas. A Escola Martins Penna fica no centro da cidade do Rio de Janeiro, na rua Vinte de Abril, perto do Campo de Santana. Prestigie!!!

Os alunos da Escola Técnica de Teatro Martins Penna