Um documentário brasileiro passou rapidamente por nossas telonas. “Sepultura Endurance” fala sobre a banda de trash metal brasileira que em trinta anos de carreira se tornou uma das mais importantes no cenário mundial de seu segmento. Nos cem minutos de duração do filme, pudemos ver um documentário altamente convencional, sem voos mais ousados. A ideia foi pura e simplesmente retratar não somente o cotidiano atual da banda, como também de traçar um histórico da mesma.
Muitas entrevistas e trechos de shows eram alternados com depoimentos dos músicos, assim como filmagens de ensaios e gravações. Foi muito interessante testemunhar a gênese do Sepultura, onde jovens moleques simplesmente se divertiam fazendo shows e popularizando sua imagem no exterior atraves de cartas escritas aos lendários fanzines. A distância que a América do Sul tinha perante ao mundo dito desenvolvido, numa época em que não havia internet e a comunicação era feita basicamente por carta, deu uma dimensão mítica ao Sepultura lá fora, o que somente aumentou a curiosidade sobre a banda. Outro elemento que chama muito a atenção é a grande admiração dos músicos estrangeiros pelo Sepultura, maravilhados pela forma hábil como os integrantes da banda aliaram harmoniosamente músicas de origem indígena com a violenta batida do trash metal.
A jornada estafante das turnês pelo mundo afora e as querelas com os irmãos Cavalera (que não quiseram participar do documentário) são também abordadas, assim como a introdução do novo vocalista, Derrick Green, que foi num primeiro momento rechaçada por alguns. Sei não, confesso que sou um leigo no tema, mas a introdução de Green como vocalista a meu ver deu muito mais carisma ao grupo, pois a sua presença é muito forte, maior que a de Max Cavalera. Já musicalmente não tenho condições de avaliar alguma coisa. Mas só sei que gosto muito de ver Green no grupo.
Assim, “Sepultura Endurance” é um bom documentário sobre a famosa banda de trash metal brasileira, que busca produzir um material para os fãs com uma linguagem bem simples e convencional, embora isso não signifique que o documentário seja ruim, pelo contrário. Só é de se lamentar que muito poucas músicas tenham passado na íntegra ao longo do filme.