Batata Books – Império E Rebelião: O Fio Da Navalha. Leia E Os Piratas.

                Capa do Livro

A Editora Universo Geek lançou mais um livro da saga de “Guerra nas Estrelas”. Sob o selo “Legends”, “Império e Rebelião: O Fio da Navalha”, de Martha Wells, é um livro mais centrado na Princesa Leia, bem ao gosto do estilo do empoderamento feminino atual e, como o próprio título sugere, coloca nossa amada princesa na popular sinuca de bico, numa trama ardilosa em que Leia terá que ter muito jogo de cintura para lidar com as muitas adversidades que aparecem pelo caminho.

                  Leia numa situação espinhosa…

Mas, no que consiste a história? Estamos entre os Episódios IV e V, onde a Aliança Rebelde é implacavelmente seguida pelo Império e ela precisa montar a sua base no planeta gelado de Hoth. Numa negociação pela compra de recursos para a base, Leia e Han Solo partem para uma viagem com o intuito de fechar o acordo. Entretanto, eles caem numa armadilha em que serão atacados por forças do Império. Uma sucessão de acontecimentos colocará nossos protagonistas frente à frente com uma nave pirata cujos tripulantes são originários de Alderaan, o mesmo planeta de Leia, destruído pela Estrela da Morte. Esses piratas estavam endividados com uma corporação pirata ainda maior, que poderia muito bem entregar Leia ao Império caso soubessem da verdadeira identidade dela. Para piorar a situação, o Império tem um agente infiltrado dentro da Aliança que poderá colocar tudo a perder. Leia, que teve a tripulação de sua nave seriamente afetada pelo ataque, buscará resgatar a tripulação de outra nave que será aprisionada pela corporação pirata com o objetivo de vender os membros da tripulação como escravos, e ainda vai ter que lidar com os piratas de seu planeta natal, onde ficará aquela situação ambígua de os piratas de Alderaan serem, ao mesmo tempo, criminosos e dedicarem uma grande devoção à princesa enquanto sobreviventes da tragédia que assolou seu planeta. O problema é que o tal agente imperial infiltrado e o próprio Império estão à espreita.

             Han Solo. Participação secundária…

Esse é um livro de mulheres, como foi dito acima. Além de Leia, a líder dos piratas de Alderaan e a líder da corporação pirata também são do sexo feminino e há uma interação grande entre essas personagens, que assumem realmente uma posição central. Han Solo, por exemplo, tem uma posição mais secundária na história, enquanto que Luke Skywalker e Chewbacca praticamente são coadjuvantes, aparecendo pouco ao longo da história. Isso pode até incomodar um pouco os fãs, mas creio que essa situação é bem compensada pela boa construção de Leia no livro, onde seus pensamentos, medos, indecisões e decisões são frequentemente mencionados, sobretudo nas relações com Metara, a líder dos piratas de Alderaan, muito insegura perante Leia, e Viest, a líder da grande corporação pirata, uma mulher perversa e cheia de caprichos.

O livro tem um pequeno problema, sendo um tanto maçante na sequência em que Leia e os piratas de Alderaan estão no grande asteroide de Viest. Aqui a história se preocupou muito em contar como era o interior do asteroide em ricos detalhes, à medida que nossos personagens se deslocavam por ele. Tal detalhismo tornou a coisa meio arrastada e sem ação, ao contrário do que acontece mais ao fim do livro, onde a ação frenética torna a leitura muito mais rápida. Confesso que essa descontinuidade incomodou um pouco.

Ainda assim, “Império e Rebelião: No Fio da Navalha” é um bom livro, pois colocou Leia em dilemas éticos e morais pesados, além de obrigar nossa personagem a assumir uma postura diplomática e estratégica muitas vezes quando ela interagia com os demais personagens do livro, seja com Metara, seja com Viest, seja com os imperiais. E é curioso perceber que Leia e Solo ainda não têm um relacionamento amoroso aqui, o que torna a interação entre os dois ainda um pouco dura e que nos dá a chance de presenciarmos umas situações um pouco engraçadas. Vale a pena a leitura, principalmente para as fãs de Leia e os fãs de “Guerra nas Estrelas” em geral.

      Metara, uma pirata de Alderaan…

Batata Antiqualhas – Spock e Leonard – Dualidade Que Se Completa (Parte 6)

     Dorothy Fontana, a grande roteirista de “Jornada nas Estrelas”

Mais outro episódio marcante para o personagem Spock foi “Deste Lado do Paraíso”, escrito pela grande Dorothy Fontana, uma secretária de Roddenberry que se tornou uma das melhores escritoras de “Jornada nas Estrelas”. Pelo machismo latente da época, ela encobria o seu nome com os créditos D. C. Fontana. A escritora chega a Nimoy e diz que quer escrever uma história de amor para Spock, algo que deixa o ator com as orelhas em pé. Mas Dorothy fez a coisa na medida certa, pois o amor entre Spock e uma moça que havia se apaixonado por ele no passado, Leila Kalomi, era provocado por esporos liberados por uma plantinha num planeta onde havia uma colônia terrestre. A coisa deu tão certo que esse hoje é um dos episódios mais cultuados de “Jornada nas Estrelas” e o mais adorado pelo público feminino. Jill Ireland, a atriz que interpretou Leila Kalomi, era esposa de Charles Bronson na época e, por ser muito bonita (era uma estonteante lourinha de olhos azuis), era acompanhada pelo ator que só fazia papéis durões, sendo muito ciumento e possessivo com relação à moça, não sem razão, segundo Nimoy, que se sentia muito desconfortável em ter que beijá-la nas gravações do episódio, na presença do maridão ciumento. Este episódio também é marcado pela “surra” que Spock dá em Kirk, pois as pessoas só se livravam dos esporos num ataque de raiva e o capitão realmente irritou o seu primeiro oficial para isso. O problema é que um vulcano é três vezes mais forte que um humano. Dá para imaginar como Kirk apanhou.

                  A deslumbrante Jill Ireland

Um dos episódios mais vulcanos foi “Tempo de Loucura”, escrito por Theodore Sturgeon, consagrado escritor de ficção científica. Foi ele que criou o termo “Vida Longa e Próspera”. A cada sete anos, os vulcanos devem acasalar, caso contrário morrem. O ritual de acasalamento se chama Koon-Ut-Kal- If-Fee, também conhecido como Pon Farr. Kirk leva o amigo para o planeta Vulcano e, por força das circunstâncias, é obrigado a fazer uma luta de morte com Spock, já que a prometida do primeiro oficial era apaixonada por outro vulcano e, de forma bem lógica, ela usou os meandros do ritual para meter o capitão e Spock numa tremenda sinuca de bico. McCoy conseguiu convencer a todos que iria injetar em Kirk uma espécie de estimulante para compensar a atmosfera rarefeita de Vulcano. Mas era uma espécie de tranquilizante que simulou a morte de Kirk. Convencido de ter matado seu capitão, Spock diz que vai entregar-se à corte marcial, mas encontra Kirk vivo na enfermaria, esboçando um largo sorriso na frente de McCoy e da enfermeira Christine Chapel (interpretada por uma Majel Barrett agora loura – no piloto “A Jaula” ela tinha longos cabelos negros –  sendo apaixonada por Spock). Nimoy não gostou muito disso, pois em sua intenção em proteger as características de seu personagem, achou que deveria haver um encontro reservado entre Spock e Kirk. Mas a plateia das convenções de “Jornada nas Estrelas” vai à loucura quando vê a explosão emocional de Spock perante McCoy e Chapel, vibrando ainda mais quando o vulcano se justifica dizendo que sente um alívio lógico pela frota estelar não ter perdido um de seus melhores oficiais.

Celia Lovsky tinha dificuldade em fazer a saudação vulcana

Foi também em “Tempo de Loucura” que apareceu a famosa saudação vulcana, sendo que poucas pessoas conseguiam fazê-la. Celia Lovsky, a sacerdotisa T’Pau do episódio, tinha que deixar a mão de prontidão antes de começar a rodar a cena e torcer para a mão não desfazer a saudação. Outro que tinha enorme dificuldade era Shatner (nas palavras de Nimoy, também pudera, pois ele não era vulcano!). Mas como a saudação vulcana apareceu? Isso é tema para nosso próximo artigo. Até lá!!!

Um sorridente Spock em “Tempo de Loucura”, que leva os fãs ao delírio!!!

Batata Literária – Formas Abstratas.

Somos as formas abstratas

Podemos ser todas poligonais

Podemos ser curvilíneas

Planas ou tridimensionais

Somos manifestações das almas

Sonhadas, atormentadas, lúdicas

Linhas, círculos e triângulos

Gotas de tinta num tecido branco

 

Esqueça o real e o concreto!

Dê asas à sua imaginação!

A forma do mundo é a que você deseja!

Desertos de telas!

Dunas de fractais!

Raízes de aglomerados de esferas!

Cachos de icosaedros!

Octógonos de vinte lados!

 

Quem é mais abstrato?

O surrealista?

O expressionista?

Com certeza, não é o realista

Nem o naturalista!

O abstrato é o que tem a maior coragem!

O abstrato é o que mais transgride!

O abstrato é o que menos se apega.

 

Seria o abstrato um revolucionário?

Talvez um iconoclasta…

Ou, aquele que destrói as convenções

Sem temer suas próprias pulsões

Os paladinos da mesmice

Montados em sua chatice

Acham os abstratos uns dementes

Mas, ao fim, eles são apenas diferentes

 

Batata Movies – Assassinato No Expresso Oriente. Kenneth Branagh Volta A Atacar!

Cartaz do Filme. Um detetive e um rosário de suspeitos

Um bom filme em nossas telonas. “Assassinato No Expresso Oriente” marca a volta de histórias da mestre Agatha Christie no cinema, sob a responsável chancela de ninguém mais, ninguém menos do que Kenneth Branagh. Um filme que tem como atrativo uma grande história, contada por um grande elenco. Além de Branagh, no óbvio papel de Hercule Poirot, com seu bigode de trinta quilômetros, tivemos nomes de peso como Judi Dench, Willem Dafoe, Johnny Depp, Penélope Cruz, Michelle Pfeiffer e a “Star Wars” Daisy Ridley. Mesmo que o filme tenha sido totalmente centrado em Branagh, somente a presença desse elenco é um belo cartão de visitas que já faz o filme ser ansiosamente aguardado.

                                   Poirot e seu bigodão. O cara!!!

A história não sai do lugar comum das tramas de Christie: um assassinato, onde Poirot precisa desvendar o mistério de quem é o assassino, dentre todo um rosário de suspeitos. No caso aqui, a vítima é um gângster magistralmente interpretado por Depp (sua face camaleônica novamente o torna irreconhecível e o fato dele ser o morto em questão torna a sua presença limitada na película, o que é uma pena). Poirot está cansado e já faz uma viagem para desvendar um caso. O detetive precisa de férias e recebe esse pepino para descascar em pleno trem, que fica preso numa avalanche. Assim, ele tem pouco tempo para descobrir o assassino, enquanto os funcionários da linha férrea desobstruem os trilhos cobertos pela neve. O filme dá a entender que esse é um dos casos mais difíceis que Poirot enfrentou, cujo desfecho é bem trágico, o que talvez tenha colocado essa história de Christie numa posição mais singular. Como eu somente li um livro da autora, não posso dar uma opinião segura quanto a isso, mas se agregarmos as histórias de “Morte Sobre o Nilo” e “Testemunha de Acusação”, ambas aproveitadas para o cinema, vemos que “Assassinato no Expresso Oriente” toma um caminho um tanto diferente dessas demais histórias no que se refere ao desfecho. De qualquer forma, o filme nos dá uma sensação de mortificação e aperto no coração em seu final, onde sentimos toda a dor de Poirot com o que ele presencia, o que dá margem para uma boa reflexão e discussão filosófica. Ou seja, é uma Agatha Christie que faz pensar não na forma da montagem de uma trama, mas sim faz pensar questões mais profundas. Até pelo fato de o filme terminar dessa forma mais inusitada, a atenção total que o espectador deve dar a uma história que reconstitui um assassinato como se fosse as peças de um quebra-cabeça não é tão necessária assim. E a cerebralidade policial da película é substituída por algo mais emotivo e que lança nossa alma numa lamentação incomensurável.

                                   Atores de peso…

Com relação aos atores? Branagh simplesmente arrebentou. Ele deixou bem clara a meticulosidade do personagem ao exigir dois ovos cozidos rigorosamente iguais e em ser um observador rigoroso, sendo possível identificar cada detalhe de seu interlocutor. Suas gargalhadas ao ler Dickens também foram dignas de atenção, já que o escritor é famoso por contar histórias não tão alegres assim. Todos esses detalhes atraíam o espectador que nada conhece sobre Poirot ou ajudavam a ressuscitar uma figura há muito tempo esquecida (o que foi o meu caso). Do elenco estelar, devo confessar que lamentei o pouco tempo de tela a alguns medalhões do naipe de Dafoe, Dench e Cruz. Michelle Pfeiffer estava magnífica no filme e, mesmo com os sinais da idade já despontando em sua face, ela não deixa de ser uma mulher charmosa. Ainda contribui para a atuação dela o fato de sua personagem ter uma certa centralidade na história. Só é de se lamentar que, com tantos craques de atuação aqui, Daisy Ridley tenha ficado tão ofuscada. Bom, se ela quer ser grande, ela precisa estar entre os grandes. E se ela foi chamada para isso, eu considero tal situação um bom sinal. Ela fez o que podia fazer de melhor ali. Mas teve um baixo tempo de tela, também, até por motivos óbvios.

                                … e uma diva…

Dessa forma, “Assassinato No Expresso Oriente” pode até ser mais uma adaptação de Agatha Christie para o cinema, mas não deixa de ser simpática e atraente, pois é conduzida por alguém muito competente como Branagh. Pela boa história, pelo elenco e, principalmente, pela reflexão gerada por um desfecho um tanto inusitado, vale a pena dar uma conferida.

Batata Movies – Vazante. Cenas De Um Passado Não Tão Distante.

                                  Cartaz do Filme

A competente cineasta brasileira Daniela Thomas nos brinda com mais um de seus bons filmes. “Vazante” é um filme inquietante por si só. Parecendo muito afastado no tempo e descolado de nossa realidade, a película consegue nos mostrar de que ela pode se aproximar mais de nosso tempo presente do que imaginamos. Um filme que consegue fazer refletir e fazer chocar.

                                   Um casamento…

Vemos aqui a história de Antônio (interpretado por Adriano Carvalho), um dono de fazenda que vive em Minas Gerais no início do século XIX. Ele perde tragicamente a esposa e filho quando a mulher estava em trabalho de parto. Desesperado, o homem se lança no mato e lá fica deitado, tentando de alguma forma aplacar a sua dor. Mas como não há nada melhor do que um dia após o outro, a família do irmão da falecida vai morar numa fazenda vizinha. Com a família virá Beatriz (interpretada por Luana Nastas), uma jovem praticamente na pré-adolescência, que acaba casando com Antônio, em virtude das rígidas condições sociais da época. O homem precisa passar uns dias fora de casa para tratar de seus negócios com gado. Enquanto isso, Beatriz passa os dias sozinha, interagindo com os escravos da fazenda. Paro com aqui com os spoilers, mas o leitor um pouco mais atento já está percebendo, ao ler estas linhas, para qual rumo a história irá, assim como o desfecho.

                       A escravidão retratada…

Bom, se a trama não é algo tão inédito assim, isso também não significa que o filme não tenha virtudes. Muito pelo contrário até, pois a película é cheia de lances muito atraentes. A começar pelo notório preto e branco que leva o público a um contraste em claro e escuro muito marcante. Tal contraste já ajuda a alimentar o ambiente opressor do filme, já que as relações sociais numa fazenda no interior de Minas Gerais na primeira metade do século XIX não será exatamente o melhor exemplo de candura e leveza.

Aliás, a grande vedete do filme está justamente na questão das relações sociais. Numa sociedade patriarcal e com muitas heranças de um Antigo Regime ainda próximo (onde as relações pessoais e de troca de favores suplantavam as práticas impessoais e competitivas da sociedade capitalista), atrelada ao fator complicador gerado pela escravidão, vemos aqui como a hierarquização se fazia de forma extremamente presente. Os homens brancos praticamente são os senhores de tudo, indo desde os escravos, tratados como objetos que satisfazem todas as suas necessidades (até sexuais), chegando até a figura da esposa branca Beatriz, que em sua inocência adolescente, acabava se juntando aos escravos e de uma certa forma se igualava a eles, se virmos isso do ponto de vista das propriedades que os patriarcas brancos têm. Essa visão de superioridade do homem branco sobre a mulher, branca ou não, e sobre o próprio negro, ainda se faz presente nos dias de hoje. É só verificarmos que estrato da sociedade compõe a casta de grandes executivos, quem são os empregados, como a mulher é vista no mercado de trabalho e como há a óbvia manutenção do racismo e da ideologia dominante de uma elite que faz de tudo para restringir os direitos sociais. Nesses pontos, podemos dizer que “Vazante” é até bem atual. A única coisa que incomodou um pouco foi o fato de, a uma certa altura do filme, as relações pessoais foram colocadas um pouco de lado em virtude de um maior destaque dado ao relacionamento do casal protagonista. O problema é que, cedo ou tarde, isso teria que acontecer, até para que o filme tivesse um quê maior de dramaticidade. Outro problema aqui foi a qualidade do som, creio também que um pouco por culpa do sistema de som da sala do Estação Botafogo 2, que não está lá essas coisas. Em alguns trechos, os atores pareciam sussurrar bem baixo, o que atrapalhava a compreensão.

                   Mulher negra. Duplo objeto…

A questão da escravidão é muito bem trabalhada na película. Vemos um capataz negro controlando os escravos africanos. Devemos nos lembrar de que havia muitos conflitos envolvidos entre os africanos recém-chegados ao Brasil (que haviam se tornado escravos há pouco tempo e que lutavam para sair dessa condição) e os chamados crioulos, que eram negros nascidos no Brasil já na condição de escravos, que encaravam com mais “naturalidade” a sua condição. O filme mostra muito bem a postura bem mais rebelde dos africanos e de como a barreira linguística podia complicar muito as coisas, pois até os próprios escravos não entendiam uns aos outros, dependendo de sua procedência. Ainda, foi apresentado na película o escravo liberto (ou forro), esse nem livre, nem escravo, que tinha a promessa de uma carta de alforria caso trabalhasse mais alguns anos para o senhor. O forro tinha então o projeto ambicioso de recuperar a propriedade falida em troca da liberdade. E a sua função de administrador que precisava fazer a propriedade funcionar direitinho acabava o aproximando de um capataz que tratava os escravos da mesma forma que um branco o faria. Quando vemos esses momentos polêmicos do filme, onde negros maltratam negros, devemos nos lembrar que a escravidão no Brasil foi um fenômeno altamente complexo onde muitas situações ocorreram. O filme buscou trilhar um pouco por esse caminho mais complexo, saindo do lugar comum da escravidão somente como uma manifestação de violência do branco opressor contra o negro.

       A senhora convivendo com os escravos…

Dessa forma, “Vazante” é um daqueles filmes fundamentais que aparecem por aí, pois não é todo dia que vemos uma película abordar questões históricas de grande complexidade com eficiência e maestria. É um programa imperdível como produto cinematográfico e de análise histórica.