Passou recentemente em nossas telonas um filme bem curioso. “Com Amor, Van Gogh” busca cobrir os últimos dias do famoso pintor Vincent Van Gogh, onde pudemos testemunhar todo um rosário de suas desventuras e desesperos, até culminar em sua morte. Um filme que fala da sensibilidade de um homem totalmente atormentado por si mesmo, mas também por pessoas que não entendiam que ele era uma figura que precisava de ajuda.
O enredo do filme vai se desenrolar a partir do pedido que o carteiro de Van Gogh, Joseph Roulin (interpretado por Chris O’Dowd) faz ao seu filho, Armand (interpretado por Douglas Booth) de entregar uma carta de Vincent ao seu irmão, Theo.
Inicialmente, Armand não estava nem aí para tal tarefa, mas seu pai consegue convencê-lo a fazer uma viagem para entregar a carta. A partir daí, Armand vai mergulhar numa espécie de investigação sobre o que aconteceu com o artista desde quando ele decide começar a pintar até o fim de sua vida. Num momento da película, dá-se a entender que Armand suspeitou que Van Gogh poderia ter sido assassinado. Mas, à medida que o filho do carteiro se inseria mais e mais nesse curioso mundo, a certeza do suicídio do artista somente crescia.
Esse é um filme de andamento muito lento, com a busca do filho do carteiro beirando o enfadonho. O que era realmente curioso era a reconstituição dos passos do pintor e sua vida altamente depressiva até o seu momento final. Claro que toda essa reconstituição se dava quando o filho do carteiro ia entrevistando as pessoas que tiveram algum tipo de contato com o artista e víamos os momentos atormentados de sua vida em flash-back. Mas esse não foi o grande destaque do filme e sim o fato de que a película foi pintada à mão, onde dá-se a impressão de que temos uma animação à óleo acontecendo, onde são reproduzidos muitos quadros do pintor, ficando a sensação de que vemos uma verdadeira obra de arte em movimento. O filme ainda tem a grande característica de, ao seu final, fazer uma espécie de inventário de todos os personagens (reais) que apareceram ao longo do filme e tiveram uma participação na vida de Van Gogh. Ou seja, o filme tem um quê altamente descritivo e possuir uma cópia dele é altamente justificável se você deseja ter detalhes da biografia desse grande artista.
Assim, “Com Amor, Van Gogh” pode até ter um roteiro um tanto arrastado e chato, se a gente se prender à toda a intenção do filho do carteiro de investigar um suposto assassinato do artista, mas, por outro lado, o efeito de animação é altamente interessante e instigante, tornando a película algo bonito de se ver, sem falar na descrição detalhada da biografia de Van Gogh e das pessoas que o cercavam. Vale a pena dar uma olhada nesse quando do lançamento do DVD, pois infelizmente o filme já saiu de cartaz.