Batata Movies (Especial Oscar 2018) – Me Chame Pelo Seu Nome. Um Idílio Em Brancas Nuvens.

                   Cartaz do Filme

Mais um filme concorrente ao Oscar. “Me Chame Pelo Seu Nome” concorre a quatro estatuetas (Melhor Filme, Melhor Ator para Timothée Chalamet, Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Música Original). Esse é um daqueles filmes que fala da formação de um adolescente, tanto do ponto de vista intelectual quanto afetivo. Com o tempero especial de que haverá um relacionamento homossexual que envolve esse adolescente que se descobre à cada dia.

     Elio até se envolvia com suas amigas…

O contexto é a Itália de 1983, onde um casal ítalo-americano de professores universitários de ascendência judia recebe, no período de férias, alunos que foram seus bolsistas de pós-graduação, para uma espécie de estágio de pesquisa acadêmica em História da Arte. Elio (interpretado por Chalamet) é o filho desse casal e tem uma vida bem idílica na suntuosa casa dos pais, regada a muita intelectualidade e muitas menininhas. A grande curiosidade todo ano é a de como será o próximo aluno que os pais receberão. E nesse ano de 1983, chega Oliver (interpretado por Armie Hammer, o novo cavaleiro solitário, lembram?), um sujeito grandão, de porte atlético, que sabe muito das coisas e parece ter uma certa arrogância que irrita um pouco Elio. Mas, pouco a pouco, essa impressão vai desaparecendo à medida que Elio se aproxima mais de Oliver e começa a se insinuar para o aluno do pai. A diferença de idade não impede o relacionamento afetivo entre os dois, para a tristeza das menininhas que cortejam os dois rapazes. Mas os dois somente aprofundam mais e mais o caso amoroso, regado à muito afeto, atração física e debates intelectuais sobre arte e muitos outros temas, tudo isso sob o olhar complacente dos pais que aceitam numa boa essa forma de relacionamento. O único problema é que esses namoricos de verão são muito efêmeros, deixando apenas uma lembrança e uma dor.

                                  Mas Oliver mudou todo o contexto…

O filme consegue tratar tudo isso com uma suavidade enorme, não sendo algo considerado agressivo nem nas cenas de sexo entre os dois. A gente estranha um pouco o clima excessivamente zen da película, pois geralmente os filmes que abordam a temática homossexual vêm carregados de conflitos e a gente espera que, em algum momento, alguma turbulência afete todo aquele idílio.

                              Interesses por arte…

Mas isso não acontece, e vemos como Elio acertou na loteria ao ter pais tão compreensivos e abertos para a sua opção sexual. Assim, o que menos importa aqui é a história, mas como se processa todo esse ambiente poético e idílico que transpira sensibilidade no DVD, já que não temos mais o filme de 35 mm passando no projetor. De qualquer forma, é interessante ver a indicação de melhor ator para um profissional tão jovem como Chalamet, não deixando de ser merecida.

                                           … e outros mais afetivos…

Assim, vale a pena dar uma conferida em “Me Chame Pelo Seu Nome”, mesmo que seja um filme de ritmo bastante lento. O que importa aqui é a parte poética e sensível de um relacionamento que é visto com muito preconceito por certos setores da sociedade, algo que ajuda a diminuir um pouco todo esse preconceito, já que tal relacionamento, além de ser colocado de uma forma muito terna, ainda é exercitado num ambiente muito compreensível. E tudo isso no ano longínquo de 1983, sendo algo a se refletir, perto do que vemos hoje em dia por aí em nosso país cada vez mais atrasado e odioso.