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Batata Jukebox – The Cult

 The Cult
The Cult

Vamos começar mais uma seção inédita da Batata Espacial. Batata Jukebox vai falar de grupos musicais irados de hoje e do passado. Vamos começar com a banda The Cult. Formada em 1984, em Yorkshire, Inglaterra, essa banda de hard rock foi composta de ex-integrantes das bandas Southern Death Cult, Theatre of Hate e, posteriormente, Death Cult.

No fim dos anos 70, um jovem chamado Ian Astbury decidiu criar uma banda. Este foi o início do Southern Death Cult, um grupo de rock gótico pós-punk. A música do grupo não combinava totalmente com o seu estilo, uma vez que Astbury era muito influenciado pela música e visuais dos anos 60.

Em 1983, com o fim do Southern Death Cult, Ian Astbury junta-se a Billy Duffy (guitarra, ex-Theatre of Hate), Jamie Stewart (baixo, ex-Ritual) e Ray Mondo (bateria), e a banda passa a se chamar Death Cult.

Em julho de 1983, a banda lançou Death Cult, com quatro canções. Em setembro do mesmo ano, Ray deixa a banda para dar lugar a Nigel Preston, (ex-Sex Gang Children). Com o novo baterista, o Death Cult lança em outubro de 1983 o single God Zoo.

Em uma sexta-feira, (13 de Janeiro de 1984), antes de fazerem um programa de TV, Ian decide que a banda passaria a se chamar The Cult, retirando, assim, a conotação “gótica” da banda.

A seguir, assinam um longo contrato com o selo Beggars Banquet. Depois, a banda procede a uma turnê europeia antes do lançamento de Dreamtime em agosto de 1984.

O álbum de estreia, Dreamtime, sai em 1984. Após esse lançamento, o baterista Preston é substituído por Mark Brzezicki. Durante as gravações do segundo álbum, Mark é substituído por Les Warner (ex-baterista de bandas como Sham 69 e Johnny Thunders) e é lançado o disco Love (1985). Este álbum é uma homenagem da banda a grupos e artistas da década de 1960 e 1970, como Led Zeppelin, The Doors, Jimi Hendrix, entre outros, que sempre os influenciaram. Além do título do álbum, os timbres, os efeitos de guitarra e as equalizações utilizadas em Love são baseadas nos discos dessa época (nos anos anteriores aos 1980).

O baixista Stewart passou a tocar guitarra base e o baixista Kid Chaos, de uma banda chamada Zodiac Mindwarp, entrou no grupo. Discussões entre Astbury e Duffy começaram a abalar o grupo. A dupla não estava se entendendo nas novas composições devido à direção que a banda queria tomar (indo para o hard rock tradicional e deixando o gótico) e a saída foi chamar o respeitado produtor Rick Rubin para rearranjar as músicas que já haviam sido gravadas (e que só foram lançadas no Rare Cult Box Set, anos depois). Tal produtor já havia trabalhado com o Slayer e Danzig. Dessa união, surgiu em 1987 o álbum Electric.

A banda entrou em turnê por um ano e meio e os problemas de Astbury com o álcool pioraram cada vez mais. Muitos shows, inclusive uma temporada no Japão, foram cancelados. Nessa época, Les Warner saiu do grupo.

Para a gravação do novo álbum, foi chamado o famoso produtor Bob Rock (Mötley Crüe e Bon Jovi e depois Metallica), Mickey Curry (Brian Adams) foi recrutado para as baquetas, Kid Chaos foi demitido e Jamie Stewart retornou ao baixo. Sonic Temple foi lançado em 1989 e teve a participação de Iggy Pop nos vocais de “New York City”. Após esse lançamento, Matt Sorum é recrutado para a tour, mas deixa a banda logo em seguida, indo para o Guns N’ Roses.

Contudo, as coisas não iam bem: Astbury havia chegado num nível em que o álcool trazia riscos graves para a sua saúde. A banda teve que se empenhar várias vezes com versões instrumentais nas músicas, para cobrir as constantes ausências de Astbury. No final da turnê do álbum Sonic Temple, em 1990, Stewart abandonou o grupo, cansado de ser mediador das constantes discussões entre Astbury e Duffy e da rotina das constantes turnês. Ele montou uma banda chama The Untouchables, com Adrian Smith, que havia saído do Iron Maiden na mesma época.

Com o novo baixista Charlie Drayton, a banda lança Ceremony, em 1991. Em 1993, mais mudanças: entram Craig Adams (ex-Sisters of Mercy e The Mission) no baixo e Scott Garrett na bateria. O produtor Bob Rock é chamado novamente e The Cult é lançado em 1994, e o grupo se dissolveu após um show no Brasil. Astbury e Duffy partiram em projetos solo, mas nenhum deles conseguiu muita repercussão separado.

Decidem, então, unir-se novamente e participam da trilha sonora do filme estrelado por Nicolas Cage, Gone in 60 Seconds com a faixa “Painted on My Heart”. Em junho de 2001, o Cult lança o novo álbum Beyond Good and Evil, novamente com produção do veterano Bob Rock. Na sequência, a banda entrou em mais um hiato. Astbury foi chamado para assumir os vocais de ‘The Doors of The 21st Century’. Oliver Stone havia pensado no cantor para estrelar o filme The Doors, em 1991, que Val Kilmer acabou por estrelar.

Em 2005, o Cult anunciou a volta as atividades e a turnê Return of the Wild, que resultou no último disco da banda, lançado em 2007, chamado Born Into This, sempre com Astbury e Billy Duffy como os membros principais.

Em 2007-2008, a banda teve seu sucesso “She Sells Sanctuary” presente no jogo Guitar Hero Aerosmith. A mesma música já havia sido licenciada, em 2001, para o jogo Gran Turismo 3: A-Spec e, em 2002, para o jogo Grand Theft Auto: Vice City, podendo esta ser ouvida na rádio VROCK do jogo.

Em 25 de Setembro de 2009, iniciaram a digressão europeia Love Live Tour em Lisboa. Em 1 de agosto de 2010 lançaram um novo single “Every Man and Woman Is a Star” que está disponível no iTunes.

Em 2013 foi lançado o jogo Grand Theft Auto V, contendo a música “Rain” (1985), podendo ser ouvida na rádio Los Santos Rock Radio.

Vamos agora colocar aqui a letra de “Revolution”, do álbum “Love”, uma música que tocou muito por aqui na década de 80. E, a seguir, o vídeo clip!

“Revolution”
Pictures of never ending dreams
I can’t see what these images mean
Locked inside me
Can’t set the rainbows free
Like perishing flowers
They sag and twist and die

There’s a revolution
There’s a revolution, yeah
There’s a revolution
There’s a revolution

Sorrow
What does revolution mean to you?
To say today’s like wishing in the wind
All my beautiful friends have all gone away
Like the waves
They flow and ebb and die

There’s a revolution
There’s a revolution
There’s a, there’s a revolution
There’s a revolution

There’s a revolution
There’s a revolution
There’s a revolution
There’s a revolution, yeah

Joy or sorrow
What does revolution mean to you?
To say today’s like wishing in the wind
All my beautiful friends have all gone away
Like the waves
They flow and ebb and die

There’s a revolution
There’s a revolution
There’s a revolution
There’s a revolution

Revolution
Revolution
Revolution
Revolution

Revolution
Revolution
Revolution
Revolution, yeah

Batata Antiqualhas – Falcões Da Noite. Visões Do Terrorismo De Décadas Atrás.

Cartaz do Filme
Cartaz do Filme

Imagine um filme com Sylvester Stallone, Rutger Hauer, Billy Dee Williams (nosso Lando Calrissian), Lindsay Wagner (a lendária Mulher Biônica da década de 1970) e Persis Khambatta (a Ilia de “Jornada nas Estrelas, o Filme”). Pois é, caro leitor, isso aconteceu! Mais especificamente, no longínquo ano de 1981, no filme “Falcões da Noite” (“Nighthawks”), um delicioso thriller de ação policial. Vamos recordar aqui essa interessante história.

DaSilva e Fox. Policiais casca grossa
DaSilva e Fox. Policiais casca grossa

A trama fala de dupla de policiais Deke DaSilva (interpretado por Stallone) e Fox (interpretado por Williams). A atividade deles consistia em fazer tocaias para bandidos na rua. O plano, por sinal muito exótico, era o seguinte: DaSilva se disfarçava de pessoas acima de qualquer suspeita: um senhor respeitável de terno e gravata, uma senhora (?!?!), etc., e se metia nos piores buracos de Nova York, atraindo os bandidos. Mas Fox estava à espreita e DaSilva, obviamente, preparado para a tocaia. No início do filme, em sua versão legendada, chega a ser hilário o que DaSilva fala ao bandido depois de tirar seu disfarce de uma respeitável senhora: “Vem me atacar, He-Man!!!”. Bem antenado com o zeitgeist (“espírito da época”). E assim, entre muitas armadilhas, bocas de fumo estouradas e muita, muita porrada, nossos estimados policiais vão vivendo. Infelizmente, isso traz problemas para nosso DaSilva, pois sua antiga namorada, Irene (interpretada pela “biônica” Lindsay Wagner) quer que ele saia daquela vidinha complicada. Um belo dia, os dois são recrutados para participar de uma divisão antiterrorismo, pois um terrorista internacional muito perigoso, Heymar “Wulfgar” Reinhardt (interpretado por Hauer) chega à Nova York depois de se indispor com todos os grupos terroristas e revolucionários, já que suas técnicas eram extremamente violentas. Ou seja, nosso terrorista pirou na batatinha e decidiu agir por conta própria, de forma free-lancer. Na verdade, ele tinha a ajuda da perigosa Shakka Holand (interpretada por Khambatta). No início, DaSilva e Fox não aguentavam as exaustivas aulas. E DaSilva se desentendeu com o instrutor, pois não queria abrir fogo contra o terrorista em situações em que inocentes estivessem em perigo, já que DaSilva, assim como Fox, eram veteranos de guerra do Vietnã (um embrião do Rambo?), ficando implícitos os traumas de guerra no protagonista.

Wulfgar, o terrorista maluquinho...
Wulfgar, o terrorista maluquinho…

Wulfgar tinha por hábito se envolver com moças para transformar seus apartamentos em uma espécie de base para ele. Feito isso, ele as assassinava, sempre dizendo “você vai para um lugar melhor”. Assim, temos várias cenas onde Wulfgar procurava suas presas em discotecas, onde podemos atestar os ritmos musicais da época. Em alguns momentos, parece que estamos vendo “Os Embalos de Sábado à Noite” e John Travolta aparecerá do nada para dançar. Aliás, a trilha sonora do filme, composta por Keith Emerson, é show! Uma batida instrumental cheia de tensão, com o devido espírito da época! Algo que soa muito diferente do que se ouve por aí hoje em dia.

uma terrorista fria...
Shakka, uma terrorista fria…

Rutger Hauer conseguiu fazer um grande vilão, o primeiro de sua carreira, estourando em “Blade Runner” pouco tempo depois. O mais irônico de tudo é que ele era considerado um terrorista internacional muito perigoso e as supostas técnicas dos policiais de rua de Nova York não seriam suficientes para capturá-lo. Entretanto, foi com tais técnicas ultrapassadas que DaSilva pegou Wulfgar. E adivinhem qual foi? Isso mesmo, caro leitor, DaSilva se vestiu de mulher!!!! Wulfgar foi à casa de Irene, o amor de DaSilva, para matá-la. Ele via a moça de costas com um vestido rosa e sua longa cabeleira loura. Quando ele se aproximou com a faca para dar cabo de Irene, ela se vira e vemos um Stallone barbado com peruca loura e vestido rosa apontando a arma para ele (aaaarrrrrgghhhhh!!!!). Wulfgar ficou tão traumatizado que demorou uns dois minutos para processar aquela grotesca informação em seu cérebro. Quando ele decidiu atacar, foi prontamente fuzilado por DaSilva.

DaSilva e Irene. Relação complicada
DaSilva e Irene. Relação complicada

Apesar de ser um filme de ação trivial, não podemos deixar de perceber alguns lances interessantes. Os personagens de Stallone e de Fox conseguiam ser duas vacas bravas, mas, ao mesmo tempo, ter alguma serenidade, não sendo tão caricatos. Foi legal ver Stallone numa interpretação não tão exótica assim, como o foi em muitos de seus filmes. Ou seja, sua paralisia facial ainda não era a estética dominante de sua interpretação. E ele deu conta do recado. Billy Dee Williams mostrou que não é somente Lando Calrissian, fazendo o fiel escudeiro Fox, que se indignava profundamente com o traficante da boca de fumo que lhe oferecia dinheiro, mas ao mesmo tempo era uma voz de temperança para DaSilva, ao convencê-lo a não abandonar a unidade antiterrorista. Persis Khambatta poderia ter sido mais aproveitada, mas ainda sim sua participação foi maior que a de Lindsay Wagner. Essa sim apareceu muito pouco no filme, o que é de se lamentar bastante.

aaaaaaarrrrrrggggghhhhhh!!!!!
aaaaaaarrrrrrggggghhhhhh!!!!!

Outra virtude da película é atestarmos as visões de terrorismo da época, ainda muito vinculadas a movimentos revolucionários. Wulfgar se vangloriava de defender uma causa. Ele se acreditava um defensor e libertador dos oprimidos, numa visão um tanto romântica e tresloucada da coisa. Ao escutar isso, DaSilva só falava, em tom de questionamento e com sarcasmo: “Você acha, é?”, ao que Wulfgar retrucava: “Isso te fascina”. Se o policial questionava o terrorista em tom de pouco caso, até porque, na visão do policial, Wulfgar era um louco e era bom não contrariar, vemos um traço de romantismo e ideologia no terrorista, até porque, naquela época, os Estados Unidos ainda patrocinavam muitas ditaduras no mundo ocidental, sobretudo na América Latina. É inclusive citado que a América do Sul estava cheia de revolucionários. Logo, a existência de muitos grupos revolucionários no mundo ocidental era algo que fazia parte da realidade daquele tempo. Hoje em dia, os terroristas não têm rosto e vêm de mais longe, mais especificamente do Oriente Médio, não havendo nacionalidades definidas e sim grupos armados que são extremamente demonizados pela mídia. É um terrorismo mais violento, cruel e aparentemente sem romantismos, embora as ideologias ainda estejam lá escondidas. E o cinema, geralmente, auxilia no processo de demonização. Wulfgar tinha rosto, se reportava à mídia em telefones públicos próximos ao local dos atentados, ou seja, cometia erros que os terroristas de hoje jamais cometeriam. Podemos atestar, então, nas produções cinematográficas ao longo do tempo, um processo que vai de um terrorismo mais “romântico” e menos planejado no passado para um terrorismo de hoje mais frio e calculista.

Assim, “Falcões da Noite” é um interessante filme das antigas por mostrar a nós como determinados conceitos e formas de comportamento se alteram ao longo do tempo. E é um filme muito fácil de se obter em DVD. Dê uma garimpadinha por aí, que vale a pena. Por enquanto, veja a versão dublada e completa do filme abaixo

 

Batata Books – Darth Plagueis. Criando O Universo Sith.

 

Capa do Livro (Aleph)
Capa do Livro (Aleph)

A Editora Aleph realizou um grande lançamento literário do Universo Expandido de “Guerra nas Estrelas”. Rotulado como “Legends”, “Darth Plagueis”, do eficiente escritor James Luceno, é uma daquelas obras que nos fazem amar o Universo Expandido com todas as nossas forças. É uma história que busca compreender a lógica dos Sith e sua História pregressa. É um livro que preenche uma lacuna muito importante sentida durante a exibição de “A Ameaça Fantasma”, e que poderia muito bem ser considerado uma obra canônica.

Você conhece a lenda de Darth Plagueis???
Você conhece a lenda de Darth Plagueis???

O ponto de partida do livro está naquela conversa entre o Chanceler Palpatine e Anakin Skywalker durante o Episódio III sobre a tragédia de Darth Plagueis, o sábio, um mestre Sith que queria ter controle total sobre os midi-chlorians para poder não somente evitar a morte e viver eternamente, mas também poder gerar a própria vida. Plagueis foi morto por seu próprio aprendiz, ou seja, Palpatine em pessoa. Mas, como teria sido isso? Qual foi o contexto que teria levado ao encontro entre o mestre e o aprendiz? Por que Plagueis foi assassinado? Essas foram as questões que Luceno quis responder em seu livro. E, podemos dizer que o autor fez isso de forma magistral, criando todo um passado para os Sith. Luceno não se limitou a descrever apenas as trajetórias de Darth  Plagueis e Darth Sidious (ou seja, Palpatine), mas também menciona Siths pregressos como Darth Tenebrous, que foi o mestre de Darth Plagueis, e de Darth Bane, conhecido por ter criado a famosa “Regra de Dois”, onde somente podem existir dois Siths de cada vez, ou seja, o mestre e o aprendiz, com o aprendiz tomando o lugar do mestre quando ele se sente preparado para isso. E como o aprendiz toma o lugar do mestre? Muito simples: assassinando-o! Para poder criar todo esse Universo, Luceno dedica páginas e páginas de textos altamente densos e explicativos, mas que não são cansativos, muito pelo contrário, pois eles nos ajudam a contextualizar toda a situação anterior ao Episódio I, como o poder ascendente da Federação de Comércio sobre Naboo, o poder de conglomerados econômicos como o Clã Bancário Intergaláctico, do qual Darth Plagueis fazia parte sob o nome de Hego Damask, a influência de Plagueis e Palpatine na construção do exército de dróides por parte da Federação de Comércio e na montagem do exército de clones por Zaifo Vias, além das conversas de Palpatine com Dookan estimulando-o indiretamente a abandonar a ordem Jedi e a se tornar um Sith. A parte final do livro, inclusive, ocorre paralelamente aos eventos do Episódio I.

Zaifo VIas
Zaifo Vias

É muito interessante notar como Luceno associa aos Sith as piores características do capitalismo selvagem e do fascismo.  Podemos perceber isso em vários pontos do livro. Todas as manobras do Clã Bancário Intergaláctico e da Federação de Comércio para aumentar sua área de atuação econômica através do ato de semear discórdias entre mundos fracos da Orla Exterior e o Senado em Coruscant, enfraquecendo a estabilidade política da República e estimulando os movimentos separatistas. Ou ainda, todos os assassinatos encomendados ou cometidos pelo próprio Sidious ou Plagueis para tirar do caminho seus adversários políticos, algo recorrente no fascismo italiano e no nazismo. Mas talvez o aspecto mais assustador foi todo um conjunto de experiências com midi-chlorians que Darth Plagueis fazia com seres vivos de várias espécies, algo que se assemelhava muito às experiências genéticas que Joseph Mengele fazia com prisioneiros de campos de concentração.

Palpatine. Tomando o lugar do mestre.
Palpatine. Tomando o lugar do mestre.

A forma como os Sith encaravam a Força em contraposição com a visão dos Jedi é algo também explorado no livro. Enquanto que os Jedi se deixam influenciar pela Força e atuam segundo os desígnios dela, os Sith, pelo contrário, pretendem dominar a Força e usá-la de acordo com seus interesses. Dessa forma, os Jedi seriam fracos e sua Ordem estaria irremediavelmente condenada à extinção, ao passo que os Sith, com seu poder e forte iniciativa, dominariam a Galáxia, o que era a essência do Grande Plano, mencionado ao longo de todo o livro.

É curioso notar como a maldição dos nomes de “Guerra nas Estrelas” para a língua portuguesa também aparece neste livro. Além do já conhecido chefe de segurança da Princesa Amidala (!), que atende pela alcunha de Panaka, temos personagens com o nome de Cabra e de Doriana. Das duas uma: ou isso acontece de propósito (tem algum brasileiro muito zoador por lá) ou é muito azar mesmo.

Dookan. Persuadido a passar para o lado sombrio da Força.
Dookan. Persuadido a passar para o lado sombrio da Força.

Após a história de Darth Plagueis, ainda há uma excelente entrevista com James Luceno onde o autor fala do processo de criação do livro, da pesquisa, das interações com a Lucas Licensing no processo criativo, do passado criado para Palpatine e das semelhanças entre Palpatine e Anakin Skywalker.

Assim, “Darth Plagueis” é mais uma obra-prima de James Luceno, que já tinha nos dado o excelente “Tarkin”, constituindo-se, na minha modesta opinião de iniciante do Universo Expandido, no melhor autor de “Guerra nas Estrelas” depois de Timothy Zahn. Se você gosta da trilogia “Prequel”, é uma leitura obrigatória. Se não, aí está uma boa chance para olhá-la com um pouco mais de carinho. Não deixe de ler.

Darth Plagueis. De dar medo!!!
Darth Plagueis. De dar medo!!!

Batata Literária – Penumbra

Eu sou a penumbra.
Aquela que está entre o claro e o escuro,
entre o amor e o ódio,
entre a alegria e a tristeza,
entre a tolerância e a intolerância,
entre a afeição e o desprezo.
Sou a linha tênue que une as dicotomias.
Estou espremida entre forças opostas.
Eu sou muito desfocada
e tento separar coisas bem definidas,
ou tento unir coisas bem definidas?
Essa indefinição me angustia,
essa indefinição me indefine.
Sou o sim ou sou o não?
O mais ou menos não me satisfaz.
De que lado estou?
Ou será que tenho uma função mediadora?
Tenho aversão aos extremos?
Tenho aversão aos exageros?
Serei, então, um ponto de equilíbrio?
Tenho função de acalmar forças tão opostas?
Oh, que tarefa ingrata
dada a alguém tão delicada, fina e tênue como eu!
Por que me foi dado tão pesado fardo?

Talvez eu tenha recebido esse malfadado trabalho
justamente por ser tão frágil
para que todos se lembrem
que os equilíbrios são muito instáveis
à medida que os extremos se tornam tão violentos.
Por isso, sou tão fina,
tão quebradiça e tão delicada,
sucumbindo à ignorância dos exageros.

penumbra

Batata Movies – Doutor Estranho. Medicina, Misticismo e Princípio da Incerteza.

Cartaz do Filme
Cartaz do Filme

Por Carlos Lohse

A Marvel dá mais uma de suas boas cartadas. Estreou no cinema o esperado “Doutor Estranho”, estrelado por Benedict Cumberbatch, e que tem Mads Mikkelsen fazendo o papel do vilão. Somente esses pequenos detalhes já justificam a ida ao cinema, antes de mais nada. Mas o filme tem mais, muito mais, pois ele consegue abordar temas muito interessantes. Só quero fazer uma observação aqui. Esse artigo terá “spoilers”. Espero que você já tenha visto o filme. Caso contrário, volte mais tarde.

Vemos aqui a história do Doutor Stephen Strange (interpretado por Cumberbatch), um competente neurologista com uma carreira de muito sucesso. Isso faz com que Strange tenha um comportamento extremamente arrogante, provocando a antipatia de muita gente. A única pessoa que ainda consegue aturá-lo é outra neurologista, Christine Palmer (interpretada por Rachel McAdams), colega de profissão e ex-namorada. Um belo dia, Strange, que é um cara muito bem de vida financeiramente e é cercado de bens materiais, está em seu possante carro falando ao celular sobre qual cirurgia ele fará, e acabou sofrendo um grave acidente por isso, que destrói suas hábeis mãos para cirurgias muito delicadas. Desesperado por não poder mais conseguir exercer seu ofício, ele descobre com seu fisioterapeuta um paraplégico que conseguiu voltar a andar. Ao falar com ele, este lhe indicou um endereço no Nepal. Lá, Strange conhece a anciã (interpretada por Tilda Swinton), que vai lhe revelar os segredos do misticismo e a existência do multiverso. Mas um antigo aluno da anciã, Kaecilius (interpretado por Mads Mikkelsen), quer permitir que uma entidade cósmica maligna invada a Terra sob a promessa de vida eterna. Strange, então ainda um aprendiz, vai ter que evitar que os planos de Kaecilius se concretizem para salvar o planeta.

Um neurocirurgião irado!!!
Um neurocirurgião irado!!!

Dá para perceber que o enredo é bem interessante. A coisa aparentemente cai num lugar comum da velha história do materialista fútil e arrogante que descobre a elevação espiritual no misticismo. Mas a película não fica apenas nessa boa lição. A medicina, área de atuação de Strange, e representante da ciência no filme, não fica relegada a um segundo plano e aparece recorrentemente como um recurso necessário ao longo da história, como se a sabedoria do misticismo se aliasse à sabedoria da ciência. Mas o mais incrível aqui é a ideia de que há um multiverso, ou seja, a existência de vários universos possíveis, além de portais que vão de um lugar para outro. Essas ideias são muito relacionadas à mecânica quântica e à física da relatividade geral. Os portais lembram muito a noção de buracos de minhoca, onde corpos com muita massa e muito densos (os conhecidos buracos negros) distorcem a estrutura do espaço-tempo de tal forma que poderiam provocar “atalhos” entre duas regiões do Universo. No filme, entretanto, esses buracos de minhoca seriam provocados pelo misticismo e magia dos aprendizes da anciã. Já a ideia de multiverso é associada à mecânica quântica, mais especificamente ao Princípio da Incerteza de Heisenberg. Esse princípio diz que, para conhecermos o movimento de um átomo ou outra partícula qualquer, devemos conhecer simultaneamente sua posição e velocidade. O problema é que não conseguimos essa determinação simultânea. Só podemos conhecer ou a posição ou a velocidade, nunca as duas ao mesmo tempo. E isso é uma limitação imposta pela própria natureza. Assim, para cada posição que determinamos, temos infinitas possibilidades de velocidade, e, para cada velocidade que determinamos, temos infinitas possibilidades de posição. E o que tudo isso quer dizer? Que este Universo em que vivemos é apenas um de muitos prováveis, ou seja, somos todos ondas de probabilidade. Eu poderia até entrar em questões mais complexas e polêmicas do tipo: se tudo agora é probabilidade, como fica Deus, algo altamente determinístico, num contexto desses, mas vamos parar por aqui, já que temos um filme a analisar. Então, a existência na película de um multiverso, onde há uma infinidade de universos possíveis, tem tudo a ver com o Princípio da Incerteza cunhado pelo físico atômico Werner Heisenberg. O mais legal foi ver essas associações entre a física relativística e a mecânica quântica com o misticismo. Os físicos e astrofísicos que não me ouçam, mas essas formas científicas de conhecimento sempre tiveram um quê místico aos olhos do grande público, sobretudo a mecânica quântica, um assunto muito hermético para a grande maioria das pessoas. Ver isso em “Doutor Estranho” só confirma tal hermetismo e mito que associam saberes tão diferentes (ciência e misticismo).

Kaecilius. Poder de Persuasão.
Kaecilius. Poder de Persuasão.

O que mais podemos falar do filme? Algumas coisas que já detectamos no Universo Marvel em outras ocasiões. Em primeiro lugar, a vinda de um novo herói sempre é muito bem vinda, já que um dos principais problemas dessa franquia é o excesso de filmes de herói, tornando a coisa até um certo ponto repetitiva. Tem-se, então, a necessidade de uma renovação constante, que leva ao surgimento de novos heróis nas telonas, algo que a Marvel consegue fazer bem, pois tem um celeiro praticamente inesgotável de super-heróis. Em segundo lugar, o humor novamente deu o ar de sua graça, mesmo que o personagem do Doutor Estranho tenha uma aparência um tanto soturna. Vou sempre defender esse conteúdo mais humorístico da Marvel, pois ele funciona e traz aquela coisa nova de que os filmes precisam, ressaltando sempre que fazer humor é algo extremamente difícil.

Um discípulo, uma mestre e um bibliotecário sisudo
Um discípulo, uma mestre e um bibliotecário sisudo

E os atores? Bom, eu acho que nem preciso dizer muito. Dessa vez, a Marvel caprichou muito no elenco, colocando somente cobras criadas. Cumberbatch foi muito bem como o médico arrogante que se regenera, arrancando simpatia do espectador. Mikkelsen, o atorzaço de sempre, mostrou grande poder de persuasão ao tentar convencer o Doutor Estranho à sua causa. Tilda Swinton, que já tinha ido muito bem em papéis altamente díspares nos filmes “Amantes Eternos” e “O Grande Hotel Budapeste”, prova novamente seu lado camaleônico ao fazer uma anciã que é a mestre do protagonista, e, ao mesmo tempo, desperta dúvidas em seus discípulos à respeito de sua integridade moral. E temos Chiwetel Ejiofor, aquele ator de nome complicadíssimo que protagonizou “12 Anos de Escravidão”, e que aqui interpreta Mordo, o principal discípulo, o mais cheio de dúvidas em relação à sua mestre, com uma interpretação contida e sóbria, até em seus maiores momentos de decepção.

Comprem o Gibi!!!!
Comprem o Gibi!!!!

Assim, “Doutor Estranho” é mais um tiro certo da Marvel, que conseguiu mostrar o seu poder de renovação, além de repetir o que vem dando certo, que é o humor. Um filme laureado por um excelente elenco, que dá credibilidade aos personagens. Uma película que usa o misticismo como mote principal, sem esquecer a importância da ciência. E, como em todos os filmes da Marvel, com pós-créditos. Dois, para ser mais exato. Não saia da sala até a última letrinha e além. Você não vai se arrepender. Programa imperdível! E não deixe de ver o trailer abaixo.

Batata Movies – O Contador. Um Ben Affleck Esquisitão.

Cartaz do Filme
Cartaz do Filme

Por Carlos Lohse

Um filme americano meio demodê em nossas telonas. “O Contador” lembra muito aquelas películas americanas de superviolência da década de 80, quando tiros de metralhadora em profusão retalhavam exércitos inteiros vivos. Convenhamos, mesmo os filmes de ação mais violentos de hoje em dia não têm mais esse perfil. Tudo bem que o “tiro, porrada e bomba” ainda está por aí, mas talvez num tom um pouco mais caricato ou seja, como coadjuvante da ação. Já em “O Contador” temos mais a ação como coadjuvante da violência.

Wolff, um sujeito soturno
Wolff, um sujeito soturno

O filme fala de um certo contador, Christian Wolff (interpretado por Affleck), um sujeito muito esquisitão, que teve uma infância regada a muitos traumas psicológicos, tanto por parte de mãe quanto por parte de pai. Mas esse lado psicológico totalmente descalibrado esconde um talento monstruoso para números e memorização. Isso faz com que Wolff se torne um grande contador na idade adulta, mas com um jeitão extremamente soturno e antissocial. Devido ao seu ótimo talento com números, Wolff torna-se o contador de pessoas muito perigosas. E aí, a sua vida passa a ficar ameaçada o tempo todo. Simultaneamente, ele é investigado por órgãos do governo americano, em virtude de suas ligações muito perigosas. Está armado o terreno para um filme com altas doses de violência explícita. Em tempo: o nosso protagonista não é um mocinho indefeso nas mãos de perigosos e violentos bandidos, já que ele tem um quê psicótico terrível.

Dana, uma "outsider"
Dana, uma “outsider”

O que dizer mais de um filme como esse? Apesar de altamente manjado em sua violência de anos 80, a película conta com um bom elenco. Além de Affleck, que está muito bem como o antissocial e psicótico contador, temos a ótima presença de J. K. Simmons (esse cara é realmente um excelente ator!) como Ray King, o agente do governo que está no encalço de Wolff e que tem uma ligação com o contador (chega de “spoilers”), uma grata presença de John Lithgow (só par reforçar o climão anos 80 do filme) e Anna Kendrick (a Cinderela de “Caminhos da Floresta”), que interpreta Dana Cummings, uma contadora também de passado introspectivo que serviu como um arremedo de par romântico com Wolff. A moça foi muito bem no seu papel de “outsider”. O filme ainda contou com a presença menos conhecida de Cynthia Addai-Robinson, como a agente Medina, de passado delinquente e que fica nas mãos de King, sendo obrigada a investigar a vida de Wolff. Assim, podemos dizer que o elenco vale a pena.

Medina e King. No encalço de Wolff
Medina e King. No encalço de Wolff

Uma coisa que ficou legal foi a alta dose de humor negro em alguns momentos do filme, principalmente depois que Wolff despejava seu pacote de maldades em cima de seus inimigos. Isso aliviava de uma certa forma a forte tensão da película, que poderia se tornar maçante e repulsiva caso não houvesse tal alívio cômico.

Um problema foi a alta quantidade de personagens que aparecem e desaparecem no transcorrer da trama, não ficando muito claro às vezes quem é quem e de que lado o personagem está. Deu a impressão de que o roteiro ficou um tanto mal escrito. É o tipo do filme que exige uma atenção redobrada do espectador.

Participação de John Lithgow. Climão dos anos 80
Participação de John Lithgow. Climão dos anos 80

Assim, “O Contador”, apesar de carregar muito nas tintas no quesito violência e de um herói com atitudes extremamente questionáveis, ainda assim é um bom filme, pois conta com medalhões de um naipe de um Ben Affleck, J. K. Simmons e John Lithgow, assim como tem uma alta dose de humor negro que compensa uma violência extrema pouco justificada por uma trama um tanto mal contada. É um filme que podemos dizer que é digno de atenção.

Batata Movies – Nosso Fiel Traidor. Ética Num Mundo Antiético.

Cartaz do Filme
Cartaz do Filme

Por Carlos Lohse

Um curioso filme em nossas telonas. “Nosso Fiel Traidor” é inspirado numa história de John Le Carré, o conhecido escritor de histórias de espionagem. Quando pensamos nesse gênero, ainda mais com esse autor, nos remetemos imediatamente aos tempos de Guerra Fria, quando a União Soviética era uma sólida inimiga dos Estados Unidos. Mas este não é o caso aqui. Podemos dizer que essa história tem ligações com a Rússia pós-socialismo, já inteiramente adaptada ao capitalismo, com todas as influências da máfia russa agora nos holofotes principais.

McGregor: nobreza jedi

Do que consiste a história? Vemos aqui um casal em crise passando férias em Marrakesh para recuperar a relação. O marido é Perry (interpretado por Ewan McGregor), um professor universitário de poesia, e a esposa é Gail (interpretada por Naomie Harris), uma promotora bem sucedida. Uma noite num bar, o casal é observado por um grupo de homens muito mal encarados. Gail se desentende com Perry e o deixa sozinho no bar. É o momento em que um dos homens se aproxima. Ele é Dima (interpretado por Stellan Skarsgard), um russo que consegue ser simultaneamente de comportamento muito rude e muito amistoso e persuasivo. Ele convence Perry a ir a uma festa estranha de gente esquisita. E, aos poucos, o professor se aproxima cada vez mais do russo e de sua família, levando a esposa a reboque. Um belo dia, Dima revela a Perry que ele e sua família estão ameaçados pela máfia russa e pretende fazer aquilo que em terras tupiniquins é chamado de “delação premiada”, ou seja, ele entrega o nome de todos os mafiosos russos que usam dinheiro sujo para abrir um banco em Londres em troca de proteção para ele e sua família. Perry recebe de Dima um pen drive com alguns dados que serão entregues a representantes do MI6. Está criado um ambiente onde um casal normal acaba se envolvendo com gente muito, muito casca grossa.

Skarsgard arrebentou!
Skarsgard arrebentou!

Quais são os elementos de destaque dessa película? Em primeiro lugar, é uma história muito bem escrita e contada, o que confirma toda a notória genialidade de le Carré para tramas de espionagem. A gente fica com os olhos vidrados na tela o tempo todo, esperando o próximo lance desse jogo de xadrez que é o filme, onde o perigo está à espreita o tempo todo. Dima é seguido sistematicamente pelos próprios seguranças, que o perseguem em nome de Príncipe, o chefão da máfia russa. E a graça da coisa está na forma como os protagonistas precisam incessantemente driblar os vilões da história, o que carrega a trama com muito suspense, colocando a ação em segundo plano. Em segundo lugar, o elenco. Skarsgard simplesmente arrebentou nesse filme, sendo talvez uma das melhores atuações de sua carreira. Ele conseguiu dar ao seu personagem rústico e durão um enorme carisma, assim como um lado muito humano. Ele realmente consegue conquistar o público aos poucos. Já McGregor convence como o cara certinho, que se mostra extremamente intolerante com violências contra as mulheres da película, tendo um comportamento ético e moral digno de um Obi Wan Kenobi. Naomi Harris esteve muito bem, e foi legal ver a moça ter mais espaço para mostrar todo o seu talento, ao contrário de suas atuações como “bondgirl”. Destaque deve ser dado também a Damian Lewis, no papel de Hector, o policial que negocia com Dima, negociação essa cheia de momentos tensos, o que enriqueceu a história. Lewis conseguiu dar ao personagem uma empáfia e arrogância que incomodavam.

Harris: mais do que uma "bondgirl"
Harris: mais do que uma “bondgirl”

O mais curioso aqui é que esse filme fala muito de conteúdo moral num meio totalmente imoral, que é o crime organizado. Um casal normal, que mal conhece um criminoso que lava dinheiro, se dispõe a arriscar a própria vida para salvar a família do criminoso. Esse paradoxo, digno dos melhores jedis (desculpem-me repetir a piada, mas não resisto) é um grande barato nessa história e a motivação principal das ações dos protagonistas, conferindo algo um pouco diferente para histórias de espionagem, onde le Carré comprova que pode criar tramas com pessoas consideradas normais, ou seja, fora dos limites do meio da espionagem, e com valores morais e éticos, algo pouco visto entre assassinos, criminosos e espiões com licença para matar.

Lewis: um agente arrogante
Lewis: um agente arrogante

Assim, “Nosso Fiel Traidor” é mais uma daquelas películas altamente recomendadas, pois tem uma excelente história, um bom elenco, e protagonistas que não são espiões em si, mas pessoas comuns do dia a dia, pautadas por valores éticos. Vale a pena dar uma conferida neste filme. E não deixe de ver o trailer abaixo.