Batata Séries – Jornada Nas Estrelas Discovery (S03, Ep 05). Morrer Tentando. Discovery Submetida A Mais Uma Prova.

Star Trek: Discovery Season 3 Episode 5 Review: Die Trying | Den of Geek
Uma tripulação maravilhada com a Federação…

O quinto episódio de Jornada nas Estrelas Discovery, “Morrer Tentando”, é mais um daqueles em que a tripulação da nave tem que provar suas boas intenções num século 32 cheio de desconfianças. Para podermos falar do episódio aqui, os spoilers estão liberados. Esse episódio foi escrito por James Duff e Sean Cochran.

Qual é o plot? A Discovery finalmente chega à sede da Federação e todos na tripulação ficam maravilhados com naves como a Voyager-J ou a Nog. Mas, quando falam com o Comandante em  Chefe da Frota Estelar, Charles Vance, a coisa não fluiu muito bem, pois não há dados sobre a Discovery ou o Anjo Vermelho. Para piorar, a Discovery, ao viajar no tempo, quebrou regras de um acordo que evitava viagens temporais para alterar o passado (vide Enterprise e sua Guerra Fria Temporal) e, assim, é considerado que foi cometido um crime. Dessa forma, a tripulação da Discovery terá que provar sua fidelidade à Federação. A Discovery irá para reformas e a tripulação será interrogada, readaptada e realocada. Burnham, obviamente, sobe nas tamancas e já quer violar as regras. Há um grupo de refugiados alienígenas que tem uma doença para a qual não existe cura. Burnham quer a lista de onde esses alienígenas estiveram para investigar e buscar uma cura. Mas Saru deixa bem claro que não vai desrespeitar ordens de seus superiores na Frota nem que roubará propriedade da Federação, como Burnham sugeriu.

Star Trek: Discovery Reveals The New Future Starfleet And Its Admiral
Um almirante nada receptivo…

Saru comunica à tripulação que ela será separada e todos fazem carinha de birra de criança de três anos. Hologramas fazem interrogatórios e não entendem o comportamento um tanto bizarro dos interrogados, que, recorrentemente, praticavam o ato de insubordinação de uma forma até meio malcriada (a velha e irritante violação da hierarquia militar que vemos em Discovery, onde oficiais graduados se comportam de um jeito totalmente infantil). Dentre esse interrogatório, temos um destaque especial para Georgiou que, com piscares de olhos na mesma frequência dos hologramas, consegue desativá-los. Mas há um senhor, bem humano, que a começa a interrogar Georgiou (interpretado pelo lendário diretor David Cronenberg, de “Scanners”, “A Hora da Zona Morta” e “A Mosca”!!!). E esse interrogatório foi a melhor parte do episódio disparado, pois esse senhor, de nome Kovich, conseguiu deixar Georgiou muito bolada, pois ele falou que o Império Terrano caiu há mais de quinhentos anos e que não houve qualquer travessia do Universo Espelho para o nosso Universo desde que Georgiou atravessou. Georgiou ainda quis manter sua marra, dizendo que, no nosso Universo, a fraqueza de uma pessoa é outra pessoa. E Kovich rebateu dizendo que isso pode explicar por que Georgiou veio para o nosso Universo, pois ela gosta de alguém aqui (adivinha quem???). Ou seja, a maligna e perversa Imperatriz tem uma fraqueza humana, que é gostar de outra pessoa. Já estava na hora de Georgiou tomar um rabo de arraia desses na série.

Burnham e Saru vão atrás da tenente Willa, chefe de segurança de Vence, pedindo a lista das viagens dos alienígenas doentes. Burnham insiste, sendo um pouco mais diplomática e Willa diz que vai falar com Vance.  Eles conseguem a lista e veem um planeta chamado Urna, que tinha várias indústrias que envenenavam o planeta. Provavelmente os alienígenas pararam no planeta e consumiram alimentos contaminados. O mais interessante é que toda a tecnologia do século 32 não conseguiu detectar isso mas Saru e, principalmente, Burnham, conseguem apresentar a solução do problema, numa forçada de barra. Para curar a doença, serão necessárias amostras saudáveis das plantas consumidas pelos alienígenas. Burnham (sempre ela) diz que havia uma nave da Federação que guardava amostras de sementes de vários planetas da galáxia, a U. S. S. Tikhov. Vence diz que essa nave ainda existe, mas está a cinco meses de distância. Burnham se lembra do motor de esporos da Discovery. Vance ordena Willa que prepare uma equipe para pilotar a Discovery. Burnham diz, de forma malcriada, que a tripulação da Discovery já está pronta para fazer a missão. Vance adverte Burnham contra o seu tom. Saru, diplomaticamente, pede a Vance que a equipe da Discovery seja enviada, com a Burnham como capitã da nave, enquanto Saru se oferece para ficar com Vance para ajudá-lo, por uma questão de confiança. Vance autoriza Burnham a ir, mas com Willa. E, se ela não voltar logo, as conseqüências recairão sobre Saru. Pronto. Agora Burnham será a capitã da Discovery e sua marra subirá a níveis insuportáveis. A Discovery vai para onde a Tikhov está e a nave está numa turbulenta nebulosa. A Discovery consegue tirar a nave da nebulosa com o raio trator e parece que uma família Barzan (da espécie de Nhan) tomava conta da nave. Nhan vai no grupo avançado, juntamente com Culber e, obviamente, Michael. Na Tikhov, eles encontram um holograma da família que guarda as sementes, e a família cantava a mesma melodia do violoncelo de Adira. Nhan mexe no histórico dos hologramas e descobre que a nave passou por uma tempestade de íons. Culber encontra os corpos da família, exceto do pai. Burnham entra no cofre das sementes por teletransporte, mas não consegue acessar o código. O pai da família, Attis, a ataca,  defendendo as sementes, e desaparece estranhamente, como se estivesse fora de fase. Burnham entra em contato com Stamets, Tilly e Reno e explica a situação de Attis. Eles conseguem fazer uma tecnobabble meio chula, que inclui um “arroto figurado” e Willa, do século 32, nada entende sobre essa tecnobabble, constituindo-se em mais um furo de roteiro. Attis reaparece e é teletransportado para o cofre, onde está Burnham e os demais. Nhan tenta convencer Attis a ceder as sementes, sem sucesso. Aí, Culber vai fazer o que? Pedir para Burnham conversar com Attis, é lógico!!! Burnham, com jeitinho, convence Attis a ceder as sementes. Mas ele não quer deixar a nave e ficar com sua família, mesmo que morra em pouco tempo, já que seu corpo foi muito comprometido com a tempestade iônica. Culber se opõe a deixar Attis para trás, assim como Burnham. Mas Nhan se lembra do respeito a outras culturas que a Federação tem. E decide ficar para tomar conta das sementes, pois elas são muito importantes para a Federação e não podem ficar sozinhas. Burnham aceita a entrega de Nhan, apesar de admitir que há um ano discutiria com ela sobre isso e não a deixaria ficar. É claro que rolou uma choradeirazinha básica. E as duas se despediram.

Star Trek: Discovery (Season 3 Episode 5) "Die Trying" - Startattle
Burnham, advertida por sua marra…

De volta à Federação, Vence viu o sacrifício de Nhan e a missão bem sucedida da Discovery. Entretanto, diz que não há mais missões de cinco anos. Saru relembra Giotto, o pintor renascentista que criou a perspectiva dos três pontos de fuga, a profundidade e a totalidade, expandindo a visão de mundo que estava muito restrita com a Idade Média, a “Idade das Trevas”. Isso deu esperança às pessoas e a Discovery agora (segundo Burnham, que intervém na conversa de novo) pode ajudar com o motor de esporos, as informações da esfera e a tripulação. Vence, apesar de achar a tripulação da Discovery instável, aceita, desde que a Discovery obedeça estritamente suas ordens. Burnham força a barra e pergunta sobre a combustão. Vence diz que há mais teorias do que naves e não tem provas. Burhnam retruca dizendo que o desafio de busca de provas está aceito. Os alienígenas são curados. Burnham ainda conversa com Willa sobre a estranha música de Adira e Attis e as duas não chegam a uma conclusão. Burnham vai conversar com Georgiou sobre a música, mas esta parece fora do ar. Quando ela se dá conta de que Burnham está ao seu lado, começa a conversar com ela como se nada tivesse acontecido. O episódio termina com Saru chamando mais uma vez a atenção de Burnham para escolher suas palavras com Vance e fala em esperança.

Star Trek: Discovery – Season 3, Episode 5 Recap: “Die Trying”
Insubordinação nos interrogatórios…

O que podemos falar do episódio “Morrer Tentando” Em primeiro lugar, ele começa com uns easter eggs de naves que os tripulantes da Discovery veem ao chegar à Federação. Uma Voyager-J, uma nave chamada Nog de relance, criando uma expectativa boa, com relação à História A, que é o reencontro da Discovery com a Federação. Entretanto, logo depois a gente vê novamente o que vimos nos dois capítulos anteriores, quando a Discovery, esperando chegar a um lugar que lhe recebesse de braços abertos, lhe dispense, na verdade, um tratamento hostil, como aconteceu na Terra e com os Trills, onde a Discovery teve que provar suas boas intenções. Agora, vai ser a vez da Discovery mostrar que é confiável para a Federação. Isso acabou ficando um tanto repetitivo. Mais uma vez, a tripulação da Discovery teve que enfrentar a arrogância de um grupo. E reagiu muito mal, debochando da hierarquia militar. Vou lembrar mais  uma vez aqui que a hierarquia militar é muito importante em Jornada nas Estrelas, pois ela dá a oportunidade de mostrar a sociedade utópica do futuro, onde o superior tem mais respeito com seu subalterno. O que vemos em Discovery são subalternos malcriadinhos como crianças de três anos birrentas. E isso cansa. Pelo menos, o interrogatório de Georgiou levado por David Cronenberg foi uma gratíssima surpresa. Se no início esse diálogo ainda foi estragado um pouco pelos roteiristas (a questão do interrogador usar óculos para parecer inteligente), depois ele foi muito bem escrito e fez uma coisa que eu particularmente já queria ver há muito tempo que era testemunhar a Georgiou ser desancada. E a coisa foi bem bonita, sendo esse o melhor momento do episódio.   

Star Trek: Discovery season 3, episode 5 recap - "Die Trying"
Georgiou, cheia de marra…

O episódio teve alguns furos de roteiro como a Burnham conseguir resolver o problema da doença dos alienígenas quando toda a tecnologia do século 32 não o fez. Ainda, o não entendimento de Willa à respeito da tecnnobabble de Stamets, Tilly e Reno para trazer Attis também foi um pouco estranho, seguindo a mesma lógica do exemplo anterior.

Star Trek: Discovery "Die Trying" clip with David Cronenberg & Michelle Yeoh
… vai finalmente encontrar alguém que vai colocá-la em seu lugar…

E Burnham? Esse foi mais um episódio de protagonismo excessivo da moça, que podia ser mais bem dividido entre os demais personagens. Por exemplo, já é a segunda vez que Culber pede para Burnham conversar com alguém. Seria muito mais legal, a meu ver, Culber ter convencido Attis com sua forma doce e delicada de atender seus pacientes. Mas o protagonismo de Burnham não ficou somente aí. Ela vai comandar a Discovery nesse episódio e vai colocar Saru, que teve algumas falas interessantes ao início e final, numa posição muito periférica em todo o resto do episódio. Pelo menos, os escritores de Discovery agora procuram relativizar esse protagonismo excessivo de Burnham, e a moça sofreu advertências não somente de Saru mas também de Vance. Ela chegou a fazer carinha de birra em alguns desses momentos, mas sua personagem sabe que se excede na violação da hierarquia e que precisa mudar. Essa foi uma mudança boa para Burnham nessa temporada.

Star Trek: Discovery' Season 3 Episode 5: The Mirror Universe is gone, what  does this mean for Georgiou? | MEAWW
… e vai ficar boladaça…

E a história B, que se passa na Tikhov?  Essa foi uma história mais mediana, onde podemos perceber novamente um certo exagero no melodrama.  A perda da família de Attis e a entrega de Nhan fizeram novamente com que algumas lágrimas vertessem, numa série que ficou muito marcada pelo melodrama nas temporadas anteriores. Era hora de Discovery se desapegar um pouco disso e ser mais ficção científica. Esperemos que a ficção científica aflore mais na questão da investigação da combustão.

Star Trek: Discovery Recap, Season 3 Episode 5: 'Die Trying'
Nhan vai fazer um sacrifício…

Assim, se “Morrer Tentando” não foi o melhor episódio de Discovery até agora, pelo menos tivemos bons momentos como a participação de Cronenberg e ver a Michael precisar rever seus conceitos sobre disciplina. Mas os vícios dos diálogos mal escritos ainda permanecem, sobretudo na tecnobabble do episódio, onde a palavra “arroto” foi usada de forma indiscriminada e despropositada. Mais uma vez, tivemos um episódio de História A e B com arco fechado, o que é bom para a série.  

Preview — Star Trek: Discovery Season 3 Episode 5: Die Trying | Tell-Tale TV
Saru e Michael. Mais advertências para a protagonista…

Batata Séries – Jornada Nas Estrelas Discovery (S03, Ep 04), Não Me Esqueça. Puxando Demais No Melodrama.

Star Trek Discovery Season 3 Episode 4 Review Forget Me Not — Spoilers |  IndieWire
Uns trills meio zoados…

O quarto episódio de Jornada nas Estrelas Discovery, “Não Me Esqueça”, teve alguns pontos positivos, mas foi marcado por um melodrama excessivo, que coloca a ficção científica para escanteio. Um pouco de emoção sempre é algo bom na construção dos personagens, mas a coisa foi um pouco exagerada nesse episódio, o que deu sono em alguns momentos. O episódio foi escrito por Alan McElroy, Chris Silvestri e Anthony Maranville. Para podermos falar um pouco do que foi visto, spoilers serão necessários.

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Um planeta um tanto idílico…

O episódio começa com o Dr. Culber em seu diário pessoal dando suas impressões sobre a tripulação, que está sob o stress de procurar o que sobrou da Federação à qualquer custo. Adira não tem lembranças ainda de como ela conseguiu o simbionte. Culber dá duas opções para isso: examinar o hipocampo de Adira, o que seria penoso para ela, ou ir ao planeta dos Trills para conseguir respostas. Adira decide pela segunda opção.

Saru conversa com Stamets sobre a alternativa de o motor de esporos poder funcionar sem ele, já que ele foi gravemente ferido uma vez e o motor de esporos é a única forma de se locomover no século 32. Tilly chega a apresentar um estudo alternativo sobre matéria escura, mas Stamets faz pouco e é grosseiro com a moça.

Star Trek: Discovery season 3, episode 4 recap - "Forget Me Not"
Burnham e sua necessária cena de ação…

Ao chegar a Trill, Culber acha que Michael (como sempre) é a melhor escolha para a companhia de Adira à superfície do planeta, pois a menina precisa de apoio emocional. Ao chegar ao planeta, os trills veem Adira como uma abominação, pois ela é uma humana que contém um simbionte e não uma trill (já vemos Discovery esculachando agora os trills) e que Adira deve ser separada de seu simbionte, algo que Burnham rechaça imediatamente. Um dos trills, porém, acha que Adira pode ser o futuro da espécie deles, pois a combustão dizimou a população trill e há poucos trills capazes de carregar um hospedeiro. Ele quer que Adira vá a uma caverna onde talvez ela consiga se comunicar com seu simbionte, mas os outros trills acham que ela vai contaminar um local sagrado. A líder trill se opõe a ideia de Adira ir à tal caverna e ela, juntamente com Burnham devem abandonar o planeta. Adira chora (tadinha). As duas são escoltadas por um simbionte que exige que o simbionte seja retirado de Adira. Guardas armados veem e Burnham passa fogo em todo mundo (deve ter sido por isso que Culber queria que Burnham fosse ao planeta, para ter a cena de ação do episódio). O trill que queria que Adira fosse à caverna aparece e leva as duas para lá. Ao chegarem à caverna, Adira fica imersa num lago onde ela deve se comunicar com seu simbionte, enquanto os demais trills aparecem. Mas algo dá errado e ela afunda, desaparecendo. Burnham mergulha heroicamente no lago atrás de Adira.

Star Trek Discovery Season 3 Episode 4 Recap: "Forget Me Not"
Ótima participação do Dr. Culber no episódio…

Culber diz a Saru que, depois dos exames, constatou que a tripulação está estressada e é preciso fazer algo que os conecte. Saru pede sugestões ao computador, que altera seu tom de voz e sugere filmes de cineastas como Buster Keaton ou Charlie Chaplin, ou um jantar do capitão com sua tripulação. Saru organiza a janta, mas a experiência é um desastre total, em virtude do stress da população, com Detmer agredindo Stamets e outros lances um tanto bizarros (mais uma vez os malditos diálogos, com os roteiristas estressando os personagens e, principalmente, os espectadores), deixando Saru com uma tremenda cara de tacho, tadinho (agora não fui sarcástico como fui com a Adira acima).

Star Trek Discovery Season 3 Episode 4 Review Forget Me Not — Spoilers |  IndieWire
Um jantar desastroso…

No fundo do lago, Burnham encontra Adira com uns filamentos tentando se conectar à moça. Burnham acha que os filamentos têm relação com o simbionte e pede que Adira permita que os filamentos se unam a ela. Adira revê seu namoradinho, Gray, que era um trill e tinha um simbionte em si. Nas lembranças de Adira, o episódio toma um rumo muito meloso. Mas todo esse idílio é marcado por um acidente onde Gray é ferido mortalmente e seu simbionte tem que ser passado para Adira às pressas. Adira finalmente consegue contato com os hospedeiros anteriores de seu simbionte, incluindo Gray e o próprio Senna Tal. Burnham e Adira voltam à superfície e são bem recebidas por todos os trills quando estes percebem que a união com o simbionte foi bem feita. Adira recebe a oferta para ficar em Trill, mas ela prefere seguir com a Discovery.

Tilly volta à sala de jantar para confortar Saru. Stamets também vai lá para se desculpar com Tilly e retomar a pesquisa com matéria escura. Já Detmer finalmente assume que tem um problema e aceita a sugestão que Culber havia dado a ela de procurar ajuda médica (aquela sequela do segundo episódio). Toda a tripulação é chamada para o hangar. Saru montou uma projeção de Buster Keaton para relaxar a tripulação. Stamets e Detmer fazem as pazes na exibição do filme. Saru e Culber conversam e o kelpiano acredita que a escolha que o computador fez por Buster Keaton na verdade foi uma escolha dos dados da esfera que estão na Discovery e que querem proteger a tripulação, já que os dados são protegidos pela Discovery.

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Apesar do contratempo, o esforço de Saru foi recompensado…

Adira tem as lembranças de Senna Tal e entrega para Burnham as coordenadas que levam à Federação. O episódio termina com Adira tocando um violoncelo e Gray a ajudando a tocar em suas memórias.

O que podemos dizer do episódio “Não Me Esqueça”? Em primeiro lugar, tivemos, como dito acima, um melodrama um pouco exagerado, principalmente na História A, onde Adira se encontra com seu namoradinho Gray. Talvez a coisa tenha ficado um pouco enfadonha até porque ainda não temos uma intimidade suficiente com Adira. Aliás, a História A foi um tanto problemática, principalmente quando vemos a forma com que os trills foram retratados, sempre daquela forma religioso-mística que vemos às vezes em Discovery (as más línguas diriam que, desta vez, os trills foram as vítimas de Discovery no ato de serem esculachados pela série). Burnham teve que ciceronear Adira muito mais pela pequena cena de ação do que qualquer coisa. E estimulou a moça a ir fundo nas suas lembranças para que o processo de interação com o simbionte não fosse de todo prejudicado. Mas devo dizer que achei que a participação de Burnham nesse episódio foi mais periférica e isso foi algo bom, mesmo que a história de Adira tenha ficado um tanto arrastada. Já a História B foi mais interessante, pois teve uma boa participação de Culber, um personagem bom de Discovery que deveria ser mais aproveitado, Saru teve novamente um protagonismo, onde ele queria cuidar do stress da sua tripulação, o que não deu muito certo, para depois o kelpiano acertar a mão com Buster Keaton (definitivamente o melhor do episódio). O grande barato aqui foi ver Stamets e Tilly se entendendo depois de uma grosseria um tanto despropositada (essa grosseria apareceu de um jeito forção somente para haver uma reconciliação depois) e Detmer procurando ajuda médica depois desse assunto ter sido levantado no segundo episódio, além da reconciliação de Stamets com Detmer. A História B também puxou para o melodrama? Sim. Mas ainda assim, essa História trabalha a interação da tripulação da Discovery, o que, na minha modesta opinião, faz o episódio melhorar muito, quando não há tanto foco na Michael e podemos ver os outros personagens interagindo mais uns com os outros. Por fim, as coordenadas da localização da Federação, dando mais um passo no eixo principal da série. Uma coisa deve ser dita aqui. Não parece que estejamos vendo um grande filme de treze capítulos. Há a história principal que transcorre ao longo desses episódios, mas fica a impressão de que os roteiristas também conseguiram fazer histórias independentes em cada episódio, com direito até a História A e B, como vimos nesse episódio e no segundo. Pode-se dizer que isso foi um avanço dos roteiristas na série. Agora, os diálogos continuam cansativos e até um tanto bizarros, principalmente quando vemos a Tilly falando que vomitou em cima de um telarita durante o jantar ou o que a Detmer falou do sangue de Stamets. Nessas horas, realmente não sei o que esses roteiristas têm na cabeça.

Dessa forma, “Não Me Esqueça” é um episódio que, apesar de carregar nas tintas do melodrama, ainda assim tem suas virtudes, tais como a História A e B e novamente uma atenção à tripulação da nave, com um destaque bom para Culber. Alguns diálogos permanecem bem sofríveis, o que é uma constante nesses episódios de Jornada nas Estrelas Discovery.

Blu del Barrio and Ian Alexander Discuss "Forget Me Not," Both Returning  for STAR TREK: DISCOVERY Season 4 • TrekCore.com
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Batata Séries – Jornada Nas Estrelas Discovery (S03, Ep 03), Povo Da Terra. E Volta A Série De Uma Personagem Só.

Star Trek: Discovery Season 3 Episode 3 Review: People of Earth | Den of  Geek
Michael de volta. Começando com choradeiras…

O terceiro episódio de Jornada nas Estrelas Discovery, “Povo da Terra”, infelizmente confirmou um medo: o da volta da série de um personagem só, no caso a Michael Burnham, que volta a se levar demais a sério, assim como os demais personagens que a idolatram, o que foi uma constante nas temporadas anteriores. Esse episódio foi escrito por Bo Yeon Kim e Erika Lippoldt e dirigido por Jonathan Frakes.  Para podermos falar desse episódio, os spoilers estão liberados.

Qual é o plot? O episódio começa com um diário pessoal de Burnham para a tripulação da Discovery explicando o que ela achou no futuro. Setecentos anos depois deles terem partido para o futuro, o suprimento de dilítio acabou. A Federação procurou fazer projetos alternativos de dobra que acabaram sendo não confiáveis. Aí, veio a combustão, onde ninguém sabe exatamente o que aconteceu, mas todo o dilítio ficou inerte num instante, o que provocou a explosão de todas as naves com núcleo de dobra ativo. A Federação desapareceu, sendo somente uma sombra do que já foi. Burnham se tornou uma transportadora, trocando bens por dilítio para explorar os setores e procurando por pistas para descobrir o que causou a combustão e tentar reerguer a Federação. Ela ainda procura a Discovery, ama a todos, etc., etc., e que encontrou um amigo (Book). Um belo dia, o sinal do comunicador soa. E ela encontra a tripulação da Discovery, onde a choradeira é geral, como não podia deixar de ser. Numa conversa com Saru, Burnham diz que enviou uma transmissão para Terralísio e recebeu como resposta que nunca ouviram falar da mãe dela. Burnham conversa com a tripulação que a combustão parece ter ocorrido em um instante e em todo o espaço. Stamets diz que isso é impossível, que nada faria todo o dilítio ser afetado ao mesmo tempo. Georgiou, de forma ríspida, diz a Stamets que ele salta a nave num espaço cogumelo, sendo a primeira mostra dos diálogos insuportáveis que são uma marca de Discovery. Burnham diz que morreram milhões e encontrou uma transmissão da Frota Estelar. A transmissão é de um almirante Senna Tal, que diz que vai esperar por quem quiser se unir a ele na Terra. A mensagem tem doze anos e a Terra estava longe para alcançar.  A ideia é ir para a Terra com o motor de esporos (ele de novo!!!) e encontrar o almirante Senna Tal. Saru quer conversar com Burnham sobre quem vai ser capitão da Discovery, mas Burnham “deixa” o Saru ser o capitão, pois ele ficou responsável pela nave sozinho (essa “permissão” de Burnham revela duas coisas: ela ainda pode tudo na série, até conceder postos de capitão: e foi  atendido um pedido do fandom, onde muitos queriam que Saru fosse capitão, apesar da bênção e graça de Burnham). Saru senta na sua cadeira e enfatiza a importância de se fazer tudo juntos, ou seja, valorizando o trabalho em equipe, parecendo ser essa equipe um pólo destacado de Burnham.

Star Trek: Discovery season 3, episode 3 recap - "People of Earth"
Michael e Saru. Como respeitar a hierarquia???

Tilly e Burnham começam uma conversa de que os parentes já se foram há séculos e se vai existir algo que eles vão reconhecer quando chegar à Terra, como as pirâmides de Gizé ou bolo. Burnham diz que o bolo é eteno (???), algo um tanto piegas. A conversa termina com mais uma choradeira. Se a Burnham do primeiro episódio ainda tentou segurar o choro na frente do Book, quando ela se encontra com a tripulação da Discovery, a choradeira começa de novo, infelizmente. Tilly ainda diz que gostou dos dreads da Burnham e que ela parece mais leve, naquela tentativa de mostrar uma Burnham mudada que, nesse episódio, parece ser cada vez mais a velha Burnham de sempre.

Book é transportado para a Discovery por Georgiou, o que rende alguns daqueles diálogos chatos que somente os roteiristas de Discovery sabem escrever tão bem (ou mal, dependendo do ponto de vista). E, depois, vamos ter a primeira sequência de conversas entre Book e Michael, algo que deixou o episódio um tanto sonolento e até arrastado, pois eles falavam de seu ano de convivência juntos, onde não sabemos de nada o que aconteceu, com a maior naturalidade e desenvoltura do mundo.

Star Trek: Discovery' goes 'Scooby-Doo' in season 3, episode 3 | Space
De volta à Terra…

Michael sugere a Saru para colocar todo o dilítio da Discovery escondido na nave de Book, algo que Saru não gosta muito. O kelpiano também quer saber por que Michael “concedeu” o comando da nave a ele. Ela diz que, no ano que passou no futuro, muito da sua perspectiva mudou. Foi decidido que o dilítio ficará na nave de Book e ele não poderá entrar na nave até que cheguem à Terra.

A Discovery chega a Terra, mas a recepção é das piores. A capitã Ndoye, da Força de Defesa da Terra Unida, diz que eles violaram algumas leis e que devem partir, pois não são bem vindos. Saru fala da intenção deles procurarem um almirante na Terra e Ndoye fala que fará uma inspeção na nave, com muitos oficiais de defesa da Terra se transportando para a nave. Michael ajuda Book a entrar num uniforme da Discovery, enquanto eles continuam falando de eventos que passaram juntos e que não presenciamos.

Star Trek: Discovery Season 3 Episode 3 Review: People of Earth | Den of  Geek
Georgiou e mais diálogos insuportáveis…

Michael e Georgiou conversam no corredor um papo bem emblemático: até onde Burnham se encaixa na Discovery depois dela passar um ano no futuro e fazer o que quiser? Ela respeitaria as regras da Discovery?

Depois, Burnham (sempre ela) vai conversar com Saru e com Ndoye. Saru pergunta a Ndoye do que a Terra tem tanto medo. Ndoye diz que a Terra é autossustentável e que é atacada por piratas que querem roubar dilítio, sendo que a maior ameaça é um alienígena chamado Wen. Saru assegura que a Discovery nada tem a ver com esses saqueadores. Saru diz que somente quer fazer contato com a Federação, mas Ndoye diz que a Federação e a Frota Estelar já não estão na Terra há cerca de cem anos, pois achavam que permanecer no planeta as tornaria um alvo depois da combustão. A autossuficiência da Terra também não faz mais a presença da Federação necessária. Sobre Senna Tal, Ndoye diz que ele já está morto há dois anos.

Star Trek: Discovery (Season 3 Episode 5) "Die Trying" - Startattle
Um capitão muito desrespeitado…

Na Engenharia, Stamets está muito incomodado com uma (ou um?) adolescente de dezesseis anos, de características bem andróginas, que inspeciona o motor de esporos. O nome da moça é Adira. Enquanto isso, as naves de Wen vêm para ataque e Ndoye diz para não responder. Mas Saru diz que ela não tem jurisdição sobre a Discovery e ele quer abrir um canal para comunicação. Wen quer que o dilítio da Discovery seja entregue ou ele atacará. Ndoye diz a Saru que o pedido que ele fez para visitar a Terra está negado e que a Discovery tem que sair da órbita da Terra para que o planeta lide com Wen. Mas, ao se transportar, Ndoye e os oficiais da Terra não conseguiram. De forma muito intransigente, Ndoye diz que a Discovery sabotou os transportes. Saru diz que não sabotaria a força da Terra e que vai lidar com Wen e com o problema do transporte. Ndoye diz para levar o conflito para longe, ou vai entender isso como uma guerra da Frota Estelar contra a Terra. Michael empurra Book para um plano para salvar a Discovery e eles levam a nave de Book abarrotada de dilítio para o espaço, sem sequer avisar a Saru.

Na Engenharia, Tilly e Stamets descobrem um dispositivo, instalado por Adira, que sabota os transportadores da Força da Terra e que, se mexido, pode desligar os escudos da nave. Eles decidem se aproximar de Adira para entender melhor seus planos, depois de mais um diálogo pitoresco.

Star Trek: Discovery Season 3, Episode 3, "People of Earth" Photos Reunite  the Crew | News Break
Uma adolescente um tanto andrógina. Ou não binaria???

Saru quer entrar em contato com a nave de Book, mas Georgiou diz que não, pois isso vai atrapalhar o plano de Michael. Depois, Ndoye decide que a nave de Burnham deve ser alvejada, num festival de desrespeito total à autoridade de Saru como capitão.

O plano da Burnham é fingir que vai entregar o dilítio a Wen. Mas Ndoye quer por que quer destruir a nave de Book. Saru, que não quer atacar a Terra, vai se colocar entre as forças de defesa da Terra e a nave de Book para protegê-la. A Discovery é atingida e um outro tiro atingirá a nave de Book e de Wen. Burnham diz isso a Wen e diz que ele terá que abaixar os escudos para o transporte do dilítio. Wen abaixou as armas e, quando abaixou os escudos, ele foi transportado. Michael, Book e Wen aparecem na ponte da Discovery. Burnham coloca Wen e Ndoye cara a cara para conversarem. Mas os dois não se entendem. Então Georgiou, com sua sutileza de um rinoceronte entrando a toda numa loja de cristais, chuta a perna de Wen e o capacete deste cai, revelando-se um humano. Saru insiste que Ndoye e Wen comecem um diálogo.  Wen é de uma colônia em Titã que se separou da Terra há um século por ser autossuficiente, mas essa autossuficiência foi perdida num acidente, perdendo também a capacidade de comunicações para pedir ajuda. Quando uma nave foi à Terra pedir ajuda, foi destruída. Saru e Burnham intervêm na conversa e dizem que a Terra e Titã agora podem fazer um acordo baseado em trocas, acabando com o estado de litígio entre os dois e com o ideal da Federação consertando as coisas. Ndoye autoriza a visita da tripulação da Discovery à Terra.

Stamets encontra Adira e diz tudo sobre o motor de esporos a ela, além de dizer que é do século 23. Mas pressiona a moça para ela dizer quem realmente é. Ela disse que se tornou inspetora para poder achar uma nave da Federação e que a sabotagem foi para ganhar tempo, além de ter certeza que a tripulação da Discovery fosse confiável. E que Adira quer ir com a tripulação da Discovery, pois conhece Senna Tal.  Mais tarde, Adira revela a Saru que ela carrega um simbionte trill, apesar dela ser humana. O problema é que Adira, por ser humana, tem dificuldade de acessar as memórias dos hospedeiros anteriores, dentre eles Senna Tal. Assim, Adira pode ter lembranças do que ocorreu com a Frota Estelar. Burnham se desculpa com Saru dizendo que deveria ter contado sobre o plano de tirar a nave de Book com o dilítio da Discovery e Saru diz que ela deveria ter contado sim, pois a confiança entre os dois é indispensável. Burnham diz que mudou em um ano e que ainda está assimilando isso, mas que pretende trabalhar com Saru, Os dois acertam que Burnham será a Primeira Oficial. Já Book vai embora. O episódio termina com a tripulação da ponte da Discovery, sem Saru e sem Michael, abraçando uma árvore de cerca de mil anos de idade, que era a árvore onde eles estudavam quando eram cadetes da Academia da Frota Estelar no século 23, sendo essa a permanência que Tilly queria encontrar quando chegou à Terra depois de 930 anos, o que levou também a uma consciência ecológica que já vimos em Star Trek com lacraias gigantes e, não esqueçamos, baleias.

Star Trek: Discovery' Season 3 Episode 3: Crew makes its first step toward  re-establishing the Federation | MEAWW
Precisando trocar umas ideias…

O que podemos dizer do episódio “Povo da Terra”? Em primeiro lugar, esse foi um episódio mais arrastado que os anteriores. E não por causa da ausência de cenas de ação, mas sim por alguns diálogos altamente maçantes (um problema recorrente em Discovery), principalmente entre Michael e Book, que ficaram relembrando várias coisas que fizeram em um ano e que ninguém, apenas eles, testemunharam. Todos os fatos narrados por eles somente faziam algum sentido para eles e isso tornava a coisa chata, já que o espectador não pegava qualquer referência. Confesso que a única coisa que esses diálogos queriam mostrar foi que houve um relacionamento de amizade bem construído entre Michael e Book, onde até tivemos uma Michael mais leve como assinalou Tilly. Entretanto, foram conversas um pouco maçantes a meu ver que afetaram um pouco o ritmo do episódio. Isso sem falar de diálogos mal escritos para outros personagens, como as descomposturas de Georgiou ou o bolo da Tilly.

E a Michael Burnham? Mais livre, leve e solta ou a Michael de sempre? Nos seus momentos com Book, ela parecia mais livre, leve e solta realmente. Mas no relacionamento com a tripulação, os vícios das temporadas anteriores ainda assombram a personagem. A choradeira do reencontro (espero que essa choradeira pare por aqui), a “nomeação” que ela faz de Saru como capitão, a heroína mais infalível que o papa na nave, reconhecida até por Georgiou, que é agressiva com todo mundo.  Pelo menos, a personagem se desculpou com Saru ao desobedecer sua ordem de não levar a nave de Book cheia de dilítio para o espaço, no que Saru afirmou que ela realmente não deveria ter saído com a nave e que a confiança é fundamental. Foi bom ver que Burnham reconhece que gosta de fazer o que quer, tal como ela fez no ano que passou com Book no futuro (e, convenhamos, como ela fez nas duas primeiras temporadas), e que precisa mudar com relação a isso para ser a Primeira Oficial de Saru (parece que aqui mais uma vez os roteiristas assumem essa insubordinação de Burnham do passado para agora fazer uma Burnham um pouco mais comportada que segue aqui a hierarquia militar; torçamos que eles consigam e resistam à tentação de tornar a personagem novamente insubordinada).

Foi muito chato, também, ver Saru sendo desrespeitado por Georgiou e Ndoye. É caso para novamente confinar aos aposentos, retirando da ponte, pois ficar batendo boca não adianta muita coisa. Mas essa não é a índole de Saru, que prioriza o lado diplomático, embora não esqueçamos que a Frota Estelar também já deu suas demonstrações de força. Phasers e torpedos fotônicos servem para que?

Foi criticado por aí que a Terra se transformou nesse episódio numa metáfora dos Estados Unidos da Era Trump. É a velha história do agora século 32 com cara de século 21. Todo esse estado beligerante até poderia ser justificável no contexto apresentado, não fosse por um problema: a escala de tempo aqui não está sendo contada em anos ou décadas, mas sim em séculos. Esse estado de agressividade terrestre mantido por um tempo de longa duração passa a ficar menos crível, pois as relações entre a Terra e Titã já poderiam ter sido resolvidas no espaço de um século. Mas devemos acompanhar a lógica do roteiro. O negócio era usar o espírito da Federação para resolver um conflito, um litígio. E aí, tivemos esse desenvolvimento mal encaixado. De qualquer forma, confesso que ainda gosto desse tino diplomático do Saru, que exalta os ideais da Federação e é cada vez mais um porta-voz do fandom mais antigo.

Review: 'Star Trek: Discovery' Returns To Common Ground In “People Of Earth”  – TrekMovie.com
De volta para casa…

E Adira? Uma personagem bem andrógina, ao estilo Ziggy Stardust do David Bowie. Confesso que achei boa a ideia do simbionte trill par acessar as memórias dos hospedeiros anteriores com o objetivo de se descobrir o que passou nos últimos séculos e, melhor ainda, a coisa do simbionte trill ter um hospedeiro humano, pois assim há uma maior dificuldade de acessar essas memórias. Só achei um pouco problemático esse quê um tanto infantil dado a personagem pelo fato dela ter apenas dezesseis anos. Só espero que isso não traga mais diálogos grotescos.

E o final com a árvore milenar? Confesso que gostei bastante, pois sabemos que existem árvores tão longevas assim, como as sequóias nos próprios Estados Unidos, sem falar que se trabalha novamente a questão da consciência ecológica, tão importante nesses dias de hoje. E já tínhamos visto essa consciência tanto trabalhada com as lacraias gigantes quanto com baleias, como é muito importante frisar aqui.

Dessa forma, “Povo da Terra” é um episódio de Discovery mais arrastado, com alguns problemas, mas também com algumas virtudes. Vamos ver o que os roteiristas nos preparam para os próximos episódios.

the agony booth – obsessing over TV and movies since 2002
Reencontrando uma árvore milenar…

Batata Séries – Jornada Nas Estrelas Discovery (S03, Ep 02), Longe De Casa. Trabalho Em Equipe.

Star Trek: Discovery Season 3 Episode 2 Breakdown & References - "Far From  Home" | Cibersistemas Portugal
Saru foi o cara do episódio…

O segundo episódio de Jornada nas Estrelas Discovery trouxe mais uma boa surpresa, já que tivemos a oportunidade de, sem a Michael Burnham, ver a tripulação da nave tendo o seu espaço na série, talvez de uma forma que a gente nunca tenha visto. Vale mencionar aqui que esse episódio, assim como o primeiro, também foi escrito pela trinca Paradise – Lumet – Kurtzman. Para podermos analisar esse episódio, os spoilers, como sempre, estarão liberados.

Star Trek: Discovery Review - Season 3, Episode 2 - 'Far From Home' - IGN
Uma Detmer zuretona das ideias…

Mas, vamos primeiro falar do plot. O episódio começa com a tripulação da Discovery chegando ao futuro. A nave, descontrolada, cai num planeta gélido. Na queda, Detmer fica com um problema na audição. Como ela está com um ferimento na cabeça, Saru a manda para a Enfermaria. A nave precisa de muitos reparos, para torná-la navegável, assim como as comunicações, pois eles precisam desesperadamente contactar a Michael. É nesse momento que Saru começa a tomar destaque no episódio, dizendo que todos estão juntos e vivos, tendo que trabalhar em pares. Ou seja, o capitão, num tom um tanto solene, mas muito necessário, estimula a sua tripulação a trabalhar em equipe. E será isso que veremos ao longo do episódio: pequenas equipes trabalhando no objetivo comum de recuperar a nave.

Star Trek: Discovery season 3, episode 2 review: "The closest thing to a  Trek/Wars crossover we're ever going to see" | GamesRadar+
Georgiou, debochada como sempre…

Tilly descobre pelas suas análises que o planeta é habitado. Georgiou aparece e quer por que quer que as comunicações sejam prioridade. Mas Saru acredita que a prioridade é tornar a nave navegável, até por que eles estão num local desconhecido e não sabe se são bem vindos.

Star Trek: Discovery Season 3, Episode 2, Recap & Spoilers | CBR
Saru se impondo como capitão…

Stamets é tirado do coma induzido por Culber, mas ainda não pode trabalhar na nave, precisando passar por ciclos de regeneração celular. Detmer, por sua vez, é examinada e liberada, mas ainda se sente muito estranha. Ela passa por Culber, que estranha seu comportamento.

Star Trek: Discovery' season 3, episode 2 recap: Burnham lastly makes  contact - PKHYPE
A dupla Saru-Tilly teve muita química…

Georgiou continua a bater na tecla do reparo das comunicações, mas Tilly fala que é necessário rubídio para isso. Há rubídio no planeta e outros minerais. Tilly percebe que os habitantes do planeta têm tecnologia de dobra mas não têm dilítio. Saru diz que um grupo avançado vai entrar em contato com os habitantes do planeta, mas pouco se revelando para essa cultura do futuro e com uma negociação pacífica. Georgiou, ao bom estilo do Universo Espelho, quer agir com agressividade. Mas Saru é bem firme com Georgiou e insiste nos ideais da Federação. Isso foi outro ponto positivo para Saru, que mostra sua liderança enquanto kelpiano mais agressivo, sem perder seu tom solene. Saru escolhe Tilly para o grupo avançado e Nhan e Georgiou não acreditam. Georgiou, inclusive, faz pouco da inteligência de Tilly, o que a deixa ofendida. Mas Saru insiste em Tilly e ainda manda Georgiou auxiliar nos reparos da nave para ela levantar voo ( se as comunicações forem restauradas, a nave também precisará levantar voo). Georgiou sai da sala contrariada, antes de Saru dispensá-la.

Star Trek: Discovery Season 3 Episode 2 Review: Far From Home | Den of Geek
Uma Tilly mais gordinha, mas bem menos idiota…

Stamets, indo contra as orientações médicas, vai para a engenharia consertar alguns equipamentos, mas fica com Reno em seu pé. Os dois estão claramente em más condições de saúde. Stamets precisa entrar num tudo jefferies para fazer um conserto, mas não têm condições. Reno pede para que ele aceite que não está bem para fazer o trabalho, mas Stamets insiste e se enfia no tubo. Ele se fere e Reno pede a uma tripulante que Culber seja chamado para ir lá.

Star Trek: Discovery Review - Season 3, Episode 2 - 'Far From Home' - IGN
Zareh, um vilão meio canastrão…

Saru e Tilly vão para a superfície do planeta. A alferes, que até agora tinha tido boas falas, dispara algumas falas desnecessárias, mas alega fazer isso porque está com medo. Saru, calmamente, diz que ela pode continuar a falar. Tilly então agradece a Saru por pedir para acompanhá-lo e pergunta por que ele a escolheu. Saru diz que precisava de uma engenheira de sua confiança. Tilly diz que Georgiou a acha inútil, mas Saru rebate dizendo que eles estão se apresentando para o futuro e que Tilly é uma maravilhosa primeira impressão, fazendo algumas lágrimas brotarem nos olhos de Tilly (que fofo, desse choro eu gostei!!!). Eles avistam uma pessoa que os vê e vai embora. É o primeiro contato. Saru e Tilly chegam a uma espécie de construção com alguns alienígenas que lhes apontam as armas. Saru calmamente diz que não quer fazer mal a eles. Os alienígenas suspeitam que eles são da Frota Estelar, mas querem provas. Tilly cita um parágrafo do regulamento que fala da importância de oficiais demonstrarem comportamento condizente a um oficial, e é por isso que Saru e Tilly mantêm uma postura calma sob a mira das armas dos alienígenas. Isso convence um deles que abaixa a arma e diz que é Kal, além de dizer que Saru e Tilly irão ajudar, pois isso faz parte deles. Tilly diz que a Discovery tem dilítio, o que desperta a atenção dos alienígenas e eles fazem um acordo de ajuda mútua. Mas há um problema: é Zareh, um transportador que traz mercadorias para aquela  comunidade, explorando-a e lançando mão de muita violência. Ele chega já sabendo da Discovery. E quer ir a ela para pilhá-la. Ainda, Zareh percebeu que Saru e Tilly eram viajantes do tempo pelo rastro de raios gama de alta energia e as ondas gravitacionais. Em suma, Zareh era um observador muito arguto par juntar as peças e saber tudo sobre a Discovery. Zareh mata Kal, pois ele ajudou Tilly a consertar uma peça da Discovery. Zareh quer o dilítio da Discovery e diz que, ao anoitecer, o gelo sobre a nave aumentará e a esmagará com os tripulantes dentro. Saru e Zareh negociam o dilítio e o vilão encarrega Tilly de ir buscá-lo, tomando cuidado com o gelo ao anoitecer.

Star Trek: Discovery Review - Season 3, Episode 2 - 'Far From Home' - IGN
Negociando dilítio…

Georgiou sai da Discovery e é achada pelos capangas de Zareh, sendo levada a ele.  Georgiou, atrevida como ela só, diz que há outras quadrilhas de transportadores (como ela soube disso?) chegando e que são mais poderosas que as de Zareh. Ele se irrita e atira em Georgiou com a arma numa intensidade mais baixa, a fim de torturá-la. Saru pede para Tilly ir para trás do balcão. Georgiou reage e começa a cena de ação do episódio, com direito a muita porrada e tiro, além de Saru matar alguns com seus espinhos voadores (uau!!!). Só sobra Zareh sob a mira da arma de Georgiou, mas Saru impede que ela o mate, lembrando dos ideais da Federação. Mas o sol se pôs e a Discovery começa a ser mais severamente esmagada. Com as instruções de Reno, Stamets faz os reparos necessários e liga a nave.

Star Trek Discovery Season 3 Episode 2 Review: Far From Home—Spoilers |  IndieWire
Obrigando a Tilly a encarar o gelo assassino…

Saru insiste que Georgiou entregue a arma. Zareh exige que os alienígenas matem os tripulantes da Discovery, lançando mão de ameaças. Tilly dá uma garrafada na cabeça de Zareh e ele desmaia. Saru exige que a arma seja entregue e alega que ele é o capitão interino. Georgiou aponta a arma para a cabeça de Saru e a desativa, entregando-a ao kelpiano cheia de deboche. Saru diz aos alienígenas que dará dilítio para eles e que deixará a nave de Zareh com eles, assim como serão eles que decidirão o destino de Zareh, que é expulso para fora e para a noite com o gelo ameaçador. O alienígena dá para eles um transporte pessoal para irem diretamente à Discovery.

Star Trek: Discovery' Season 3 Episode 2: The far future is starting to  look suspiciously like 'Firefly' | MEAWW
Vítimas da opressão de Zareh…

A nave está pronta para partir e com comunicações, mas ainda sem tático. O problema será sair do gelo. Uma nave desconhecida chega e fica acima da Discovery. Tudo leva a crer que são transportadores ainda mais poderosos e violentos que Zareh. Essa nave aciona um raio trator para cima da Discovery, que a arranca da camada de gelo. A comunicação, escudos e armas ficam operantes. Mas Saru diz para abrir um canal de comunicações, para desespero de Georgiou. Ao abrir o canal, eis que aparece… Michael!!! Choradeira geral. E a prova de que, se não há dilítio no século 32, pelo menos há muitos dreads na cabeça da protagonista. Será que ela conseguiu no mercantil? De qualquer forma, Michael diz que chegou um ano antes e que estava procurando a Discovery desde então. Fim do episódio.

Star Trek: Discovery Season 3 Disproves Kelpien Theory
Saru pôde exercitar seu lado diplomático…

O que podemos dizer do episódio “Longe de Casa”? Em primeiro lugar, como já dito acima, a ausência de Michael no episódio deu a oportunidade para a tripulação da Discovery aparecer bem mais, trabalhando em pequenas equipes, como Saru bem assinalou no início do episódio. O papel que o kelpiano desempenhou no episódio foi o melhor de todos, pois ele exaltou o trabalho em grupo e foi o maior porta-voz dos ideais da Federação, aliando-se solenemente ao fandom mais antigo. Foi delicioso também ver Saru bater de frente com Georgiou, mostrando que ele é o capitão e, apesar de ser altamente solene e respeitoso, sua espécie também já não é mais medrosa e pode, inclusive, ser bem agressiva, como vimos na cena de ação, onde Saru saiu tacando espinhos venenosos geral na galera. Ou seja, Georgiou sabe bem disso e tem consciência de que não pode ultrapassar certos limites. Ainda assim, ela agiu de forma bem debochada no episódio e o kelpiano bem poderia tê-la confinado em seus aposentos num momento do episódio que não evitasse que ela fosse enfrentar Zareh. Ou seja, a violação à hierarquia militar ainda é algo presente em Discovery, o que incomoda.

Episode Review – "Far From Home" – Discovery Season 3 Ep 2 - SEATBELTS!!!
Stamets e Culber, um dos bons sub-núcleos de história…

Confesso que gostei muito de Tilly nesse episódio. Ela falou bem menos besteiras, não indo na direção do non sense e até do ridículo, que era o que matava a personagem. Sua relação com Saru teve uma química e tanto, com o capitão interino apoiando-a incondicionalmente e a valorizando, justamente depois de Georgiou ter sido bem agressiva com a alferes. As lágrimas dela foram o momento fofinho do episódio, e que encaixaram muito bem, aumentando a simpatia pela personagem. É claro que a garrafada que ela deu na cabeça de Zareh também foi show.

Star Trek Discovery Stamets And Reno Are Comedy Gold
Stamets e Reno, outra boa dupla com diálogos mal escritos…

O episódio teve uma história A, onde Saru e Tilly fazem primeiro contato com o povo do planeta e onde a diplomacia do kelpiano pôde aparecer em toda a sua plenitude, além de ser história em que houve a cena de ação, por ordem e graça de Georgiou. Por outro lado, a história B foi também muito interessante, pois tivemos alguns sub-núcleos (o problema auditivo de Detmer, que espero que continue sendo mencionado no próximo episódio; o relacionamento entre Stamets e Culber e entre Stamets e Reno). Essa diversidade de personagens e suas pequenas histórias é que deixaram o episódio interessante e, ainda mais, tornaram esse episódio melhor que o anterior.  

Só foi chato ver aqueles diálogos desnecessários novamente, flertando com o non sense. Refiro-me a algumas passagens de Reno com Stamets ou de Georgiou com Nhan. É uma coisa chata e sem-graça, podendo ser totalmente cortada do episódio. Mas parece que Paradise e Kurtzman fazem muita questão desses diálogos completamente mancos.

Por fim, a aparição da Michael. Uma emoção contida da protagonista é mais uma prova de que os roteiristas parecem querer tirar o estigma de chorona da protagonista. Mas o que chamou a atenção mesmo foram os dreads. Por que eu acho importante falar disso? Bom, a Michael é a protagonista da série e ela foi originalmente concebida para ser o símbolo do empoderamento feminino. Um dos grandes símbolos do empoderamento feminino é a Mulher Maravilha, interpretada por Gal Gadot. Algumas fãs têm uma postura crítica sobre a personagem, pois ela ainda cairia nos estereótipos de objeto sexual, além do fato de que um cabelo vistoso e solto não é algo adequado em canas de ação e luta, pois simplesmente o cabelo gruda na cara. A impressão que vimos na construção da personagem de Michael nas duas primeiras temporadas é a de que tivemos o extremo oposto a isso: cabelos curtos e uma ocultação total à beleza feminina. Bom, minha opinião masculina e heterossexual a respeito disso é aquela antiga e ancestral frase: “Nem tanto ao céu, nem tanto ao inferno”, ou seja, a mulher empoderada não precisa abdicar totalmente de sua beleza e essa beleza pode ser bem funcional. Não sei até que ponto os dreads são funcionais ou não para cenas de ação, mas foi bom ver uma mudança de visual na Michael. Está parecendo que os roteiristas tomam atitudes para que a protagonista da série fique mais simpática aos olhos do público. Ou seja, apesar de Discovery não ser uma unanimidade (e dizem que toda unanimidade é burra), não podemos negar, depois desses dois episódios, que quem produz a série tenta fazer algumas mudanças. Que eles tenham êxito em melhorar as coisas.

Dessa forma, “Longe de Casa” é um bom episódio de Jornada nas Estrelas Discovery, pois tivemos mais personagens sendo trabalhados, com destaques especiais para Saru e Tilly. Mas os sub-núcleos de histórias dentro da Discovery em si foram bem interessantes. Esperemos que as virtudes dos dois primeiros episódios sejam preservados nos próximos e os defeitos sejam descartados, principalmente aqueles diálogos desnecessários e constrangedores.

Star Trek: Discovery (Season 3 Episode 2) "Far From Home" - Startattle
Michael e os dreads…

Batata Séries – Jornada Nas Estrelas Lower Decks (S01, Ep 10), No Small Parts. Um Easter Egg Gigante.

Watch Star Trek: Lower Decks Season 1 Episode 10: No Small Parts - Full  show on CBS All Access
Distribuindo materiais de pintura…

E finalmente chegamos ao décimo e último episódio da primeira temporada de Lower Decks, “No Small Parts”. Esse foi um episódio que deu um desfecho interessante à série, embora tenha repetido alguns vícios do que vimos nos episódios anteriores. E apresentou, também, um easter egg gigante, com algum grau de ineditismo. Lembrando que os spoilers estão liberados.

Star Trek: Lower Decks review, Episode 10: "No Small Parts"
Mariner. Revoltada, pois todos agora sabem que ela é a filha da capitã…

Qual é o plot? A Cerritos está em Beta III, planeta onde Kirk havia desmascarado Landru, que era um computador, mas as pessoas voltaram a adorar o mesmo. Freeman tenta convencer as pessoas e parece que consegue. Ela volta a ponte com Ransom, mas recebe o comunicado de que ainda há tripulantes na superfície do planeta. São Mariner e Boimler, que estão quebrando o protocolo e distribuindo material de pintura e desenho para as crianças, para dissuadi-las de obedecer a Landru. Eles tentam se comunicar com os dois, mas os alferes não percebem que o comunicador ligou. Nisso, Boimler diz que descobriu o segredo de Mariner, que ela é filha de Freeman, deixando-a furiosa. O pior é que toda a ponte está escutando a conversa e também descobre esse fato, para desespero de Freeman. Os dois são transportados para a ponte e descobrem que o segredo de Mariner foi revelado a todos.

Star Trek: Lower Decks Season 1 Episode 10 Review: No Small Parts - TV  Fanatic
Mãe e filha conversam sobre um segredo há muito guardado…

A Solvang, nave que tem a antiga tripulação da Rubidoux, é atacada por uma gigantesca nave, formada pelos pedaços de outras naves. Uma garra mecânica se prende na nacele da Solvang e a capitã manda a nave entrar em dobra, o que provoca a explosão da mesma e a morte de toda a tripulação, algo bem pesado, diga-se de passagem.

Star Trek: Lower Decks review, Episode 10: "No Small Parts"
Tendi e sua amiguinha exocomp. Eficiência na Enfermaria…

Na Cerritos, Tendi está muito alegre, pois vai ser a orientadora de um novo recruta, um robô exocomp. Mariner e Freeman discutem sobre o segredo que as duas mantinham da tripulação. Ransom entra no escritório da capitã e já começa a tratar Mariner de forma diferenciada por ela ser a filha da capitã, o que irrita as duas. Mariner sai da sala e anda pela nave, com todos agora querendo bajulá-la. Até Boimler pede que ela assine uma carta de recomendação para uma transferência para outra nave. Mariner pega essa ideia e decide se tornar uma tripulante exemplar para ela mesma conseguir a transferência para a nave e voltar a ser um “ninguém”. Os dois disputam a promoção e se estranham, com Mariner lembrando que foi Boimler quem espalhou a informação de que Mariner é a filha da capitã, quando Boimler a acusou de nepotismo. Aí eu me pergunto? Haveria nepotismo no século 24? Até que ponto o século 24 tem cara de século 21?

No Small Parts (episode) | Memory Alpha | Fandom
A Cerritos sofre grande ameaça…

Na ponte, é detectado um pedido de socorro da Solvang. Freeman ordena que a nave se dirija para onde está a Solvang

Star Trek: Lower Decks Episode 10 – No Small Parts | Watch cartoons online,  Watch anime online, English dub anime
Uma nave feita de pedaços de naves…

Tendi acha que a exocomp não conseguirá se adequar à nave, mas ela consegue trabalhar muito bem na enfermaria.

Review: Star Trek: Lower Decks Episode 10 – No Small Parts – A Glimpse At  What Could Have Been - Bounding Into Comics
A Cerritos é invdida!!!

A Cerritos chega onde a Solvang estava e é atacada pela mesma nave que destruiu a Solvang. Um raio trator e duas garras prendem a Cerritos e Freeman ordena que se desligue todos os motores, contrariando a ordem de Ransom para entrar em dobra. Freeman conseguiu perceber a tempo o que tinha acontecido com a Solvang. Uma das naceles da Cerritos é arrancada. A nave é aprisionada novamente para ser fatiada em pedaços e anexada à nave alienígena. Boimler e Mariner correm para a ponte e Freeman exige da filha uma solução fora dos protocolos da Federação, como Mariner sabe fazer bem. Mariner então ordena Rutherford a inserir um vírus no sistema da nave alienígena. Só que Rutherford entra no holodeck e pede esse vírus a Badgey, o avatar que tentou matá-lo há alguns episódios. Badgey diz que só pode fazer isso se os protocolos de segurança forem desabilitados. Rutherford desabilita esses protocolos e Badgey diz que os vírus somente podem ser instalados na nave com alguém indo lá.

Review: Star Trek: Lower Decks - No Small Parts S01E10 - NerdSpan
Armamentos vindos de contrabando…

Os alienígenas invadem a nave e Mariner abre compartimentos cheios de armamentos contrabandeados. Na luta com os alienígenas, Boimler diz que não quer que ela vá embora da nave, pois ela é sua amiga e ele gosta dela, o que faz Mariner ter um leve sorriso maroto. Freeman é atingida e levada para a enfermaria. Rutherford aparece e diz que tem um vírus e que ele precisa ser levado para a nave alienígena. A exocomp seria a alternativa perfeita, mas a robô não quer fazer isso, dizendo que não transfere vírus e que estava na Frota Estelar somente para contrariar o pai. Ela se transporta para o espaço, deixando todo mundo na mão. Rutherford e o chefe de segurança Shaxs vão então para a nave alienígena numa nave auxiliar. Rutherford tenta baixar o vírus, mas quando faltava pouco, aparece Badgey no sistema dizendo que o vírus somente será totalmente baixado quando os alienígenas matarem Rutherford, pois Rutherford lhe quebrou o pescoço no outro episódio. Shaxs arranca o implante de Rutherford, pois Badgey o colocou para explodir, e atira o alferes na nave auxiliar, salvando-o da explosão. O chefe de segurança morre junto com os alienígenas com os quais lutava. A Cerritos está prestes a fugir quando três naves alienígenas aparecem e capturam novamente a nave. Mas, eis que surge a Titan, comandada por Riker e Troi, atacando as três naves alienígenas e colocando-as para correr.

Star Trek: Lower Decks' Episode 10 Review: Thrilling blockbuster season  finale pulls out all the stops | MEAWW
Defendendo a nave…

Na doca espacial, Tendi fica com seu amigo Rutherford na enfermaria. O alferes recobra a consciência, mas não se lembra de nada, pois teve seu implante arrancado. Tendi, sempre otimista, diz que eles podem voltar a ser melhores amigos de novo. Enquanto isso, o funeral de Shaxs é feito. Depois disso, Mariner e Freeman fazem um acordo onde a capitã seguirá os protocolos da Federação e a filha realizará tudo referente à queda de protocolo. Elas concluíram que a destruição da Sovang, que a volta da idolatria à Landru e a ameaça da espécie alienígena que monta naves com pedaços de outras são tudo consequência de atitudes mais lentas da Federação e, por isso, fazem esse acordo.

STAR TREK: LOWER DECKS Review: "No Small Parts" • TrekCore.com
Um final feliz para Boimler…

O episódio termina com Mariner revoltada da vida, pois Riker requisitou a transferência de Boimler para a Titan, deixando-a sozinha na Cerritos.

O que podemos dizer do episódio final “No Small Parts”? Em primeiro lugar, foi um bom desfecho para a série, com Boimler finalmente se dando bem, pois ele foi para a Titan com Riker e Troi, os dois grandes easter eggs do episódio. Esse episódio também ficará marcado como o único em que vimos Riker como capitão da Titan. Ponto para Lower Decks como cânon, algo um tanto controverso. Outro ponto digno de destaque é a revelação a toda a nave e sem querer, por parte de Boimler, de que Mariner é filha de Freeman. Essa descoberta mais a situação em que as duas tiveram que lutar juntas contra uma grande ameaça à Cerritos levaram mãe e filha a finalmente trabalharem em equipe, algo que as duas muito rechaçavam. Enquanto a mãe seguirá todos os protocolos da Federação, a filha terá carta branca da capitã para desrespeitá-los quando necessário, abrindo a porta para uma resolução mais fácil de problemas. Embora a coisa do desrespeito aos protocolos da Federação incomode e soe como uma crítica ao Universo de Jornada nas Estrelas, essa foi a forma que mãe e filha encontraram para superar suas diferenças e trabalharem juntas.

STAR TREK: LOWER DECKS Review: "No Small Parts" • TrekCore.com
Uma morte inesperada…

Algumas coisas incomodaram no episódio. Em primeiro lugar, o nepotismo do século 24, onde nos perguntamos se tal defeito humano ainda existirá no futuro. Não querendo ser repetitivo, mas já sendo, se há algo que incomoda nas produções da Era Kurtzman é o século 24 com cara de século 21. E Lower Decks mostrou isso novamente, não somente no caso do nepotismo em si como dos oficiais seniores arrogantes por toda a temporada, lembrando sempre que a animação é iconoclasta e de humor. Mas que incomoda, isso incomoda. A violência do episódio foi muito marcante, pois toda a antiga tripulação da Rubidoux foi morta, assim como o chefe de segurança Shaxs. É a Era Kurtzman novamente fazendo suas vítimas. Sempre alguém tem que morrer. Ainda, Mariner se aproxima da mãe e é mais tratável no episódio. Mas ainda há algumas reações da moça, arrogantes e malcriadas, de antes de sua terapia. Não seria uma boa que isso continuasse assim de forma tão explícita.

Star Trek: Lower Decks Season 1 Episode 10 Review: No Small Parts - TV  Fanatic
Boimler e Mariner. Um final que parecia amistoso…

De qualquer forma, fica uma expectativa para a segunda temporada: como ficará o reencontro de Boimler e Mariner, agora que o primeiro está na Titan? Mais participações de Jonathan Frakes e Marina Sirtis? Esperemos que sim. Uma coisa é certa: dentre as séries novas de Jornada nas Estrelas, Lower Decks foi a que acertou mais a mão, da sua segunda metade para a frente.  Esperemos que ela mantenha a sua pegada na segunda temporada e até a melhore.

Review: Star Trek: Lower Decks Episode 10 – No Small Parts – A Glimpse At  What Could Have Been - Bounding Into Comics
Riker e Troi. Grata surpresa…

Batata Séries – Jornada Nas Estrelas Discovery (S03, Ep 01), Minha Esperança É Você, Parte 1. Esculachando A Michael Doidona.

Review: "That Hope Is You, Part 1" Is Where No Trek Has Gone Before - WWAC
Um homem chamado Book…

E Jornada nas Estrelas Discovery está de volta em sua terceira temporada. Depois de duas temporadas e um racha no fandom, Michael Burnham e Companhia voltam agora com a liberdade de não seguirem o cânon, pois estão praticamente um milênio avançados no tempo. Isso renovou as esperanças de uns e não alterou o ceticismo de outros. Só nos restava esperar e ver esse filmão de treze capítulos em doses homeopáticas semanais. Esse primeiro episódio é escrito por Michele Paradise, Jenny Lumet, e ele, Alex Kurtzman (aaarrrgghhh!!!!). Vamos analisar nossa primeira dose, lembrando que os spoilers estão liberados.

Alex Kurtzman - AdoroCinema
Kurtzman como um dos autores do episódio. Socorro!!!!

O episódio começa com a rotina de um homem que busca sinais pela galáxia e que tem uma espécie de mala com o delta da Federação impresso nela. O episódio corta, então, para duas naves, uma perseguindo a outra e tentando alvejá-la. A nave perseguida é controlada por um humano chamado Book (?) e a nave perseguidora por um alienígena chamado Cosmo, que reclama que Book roubou-lhe uma carga. Book retruca dizendo que a carga não pertence a ninguém, a não ser a ela mesma. Uma anomalia espaço-temporal se abre e uma Burnham vestida de anjo atropela a nave de Book. Os dois caem num planeta próximo. Uma Burnham desnorteada sai da terra, vomitando. A roupa do anjo se desconecta dela e ela pega uma mala atrás da roupa que tem um phaser, um distintivo delta, um tricorder e um comunicador. Ela tenta se comunicar com a Discovery, sem sucesso. Ela acessa o sistema do traje e descobre que está no ano de 3188 e há muitos sinais de vida no planeta. Burnham comemora tresloucadamente, mas o buraco de minhoca começou a fechar. Ela então programou o traje para ir para uma coordenada espaço-temporal, enviar um sinal e se autodestruir. O traje levanta voo em direção ao buraco de minhoca, que se fecha. Burnham coloca o distintivo delta, e anda em direção à coluna de fumaça que a outra nave deixou ao cair no chão. Ao chegar à nave, ela se camufla e Book já vem por trás, atacando Michael (???). Ele acha que ela quer tomar a nave dele. Mas nossa protagonista, obviamente, rende ele com um phaser, enquanto que ele coloca a faca próxima ao pescoço dela. Eles decidem que um vai tirar a arma de perto do outro na contagem até três feita, obviamente, pela Michael, que vai tentar falar o nome dela, mas Book diz que não quer conhecê-la. Book começa uma conversa dizendo que ela criou um buraco de minhoca com tecnologia artificial, que mexer com o espaço-tempo produz estragos, que os gorns destruíram dois anos-luz de subespaço, que ela deve ir embora, pergunta onde ela conseguiu sua arma, para depois dizer que não quer saber, pergunta qual o seu nome e logo depois diz novamente que não quer saber (então, por que perguntou???), ou seja, uma conversa de doido. Também debochou dela, chamando-a de garota espacial, deixando a Michael indignada (“Não me chame de Garota Espacial!!!”, falando de um jeito de uma garota malcriada de três anos). Book vai embora e Michael vai atrás, dizendo que perdeu sua tripulação, que bateu nele sem querer e que precisa de ajuda. Book deixa Michael entrar na nave e ela já vai mexendo em tudo, sabendo toda a tecnologia do século 32. Book fala para ela não tocar em nada e diz que precisa de um recristalizador de dilítio, pois o dele rachou quando Burnham atingiu sua nave. Ele vai precisar comprar dilítio num mercado chamado Mercantil, um lugar complicado, segundo Book. Ele tem uma gata grande de estimação que se chama Mágoa, pois é pesada e toda dele (cadê o número do CVV para os roteiristas?). Burnham oferece seu tricorder para Book trocar por dilítio. Nossa protagonista também quer ver se consegue um sistema de comunicação para entrar em contato com a Discovery. No lado de fora da nave, Burnham percebe que a carga na nave de Book é sensível à temperatura. Ao perguntar isso, ele camufla a nave, sinal que ele quer manter sua carga bem escondida. Ele diz que é um transportador e que repatriou a carga. Burnham acha que ele é um ladrão. Book diz que ela acredita em fantasmas, pois anda com o distintivo da Federação, que acabou. Burnham pergunta o que aconteceu e ele não sabe, pois foi há muito tempo, depois da “Combustão”, sendo que ela pareceu entrar em colapso. Burnham pergunta o que é a Combustão. Ele pergunta como ela não sabe o que é a Combustão e de onde ela é, para logo depois dizer de novo que não quer saber (???). Burnham insiste e ele diz que a Combustão foi o dia em que a galáxia se deu mal, quando a maior parte do dilítio acabou. Logo, as naves não poderiam mais entrar em dobra. Isso aconteceu há cerca de 120 anos. Burnham diz que a Federação é mais do que dilítio e propulsores de dobra e Book, friamente, diz para ela tirar o distintivo antes deles chegarem à cidade chamada Requiem. Ele ainda diz que há uns malucos por aí que são meio que “devotos” da Federação. Burnhham, ao saber do fim da Federação, faz que vai chorar, mas para no meio do caminho, toma um ar e continua a andar (parece que os roteiristas ouviram as reclamações da Burnham como Maria Chorona e mandaram esse recado aos fãs).

Star Trek: Discovery Season 3 Episode 1 Breakdown & References - "That Hope  Is You, Part 1" | Cibersistemas Portugal
Uma gata chamada Mágoa (liga pro CVV)…

Eles chegam a Requiem e, para entrar no Mercantil, precisam passar por um grupo de andorianos e orianos, que não deixam Burnham passar. Book diz que ela está com antiguidades raras e o superior do andoriano que implicou com Burnham deixa ela passar. O andoriano ainda diz que, se dependesse dele, ela não entrava, e Burnham, bem no estilo da marra dela diz um malcriado “Eu sei!”. Book alerta que desse jeito ela não vai muito longe. Burnham dá o tricorder para Book e ela é aprisionada numa câmara de estase. Book a traiu, pois um tricorder quebrado não vai dar para ele o dilítio suficiente. Ela é interrogada por um oriano meio roliço e Burnham diz que foi roubada. O oriano diz que ninguém é tão burro. Burnham diz que vai acabar com Book. Eles jogam um vapor no rosto de Michael, que a obriga a falar a verdade, mas também a deixa doidona (só faltou o Bob Marley e o Peter Tosh). Ela começa a não falar coisa com coisa. Enquanto isso, Book tenta fazer negócio com uma oriana, sem sucesso. E ainda se depara com Cosmo, que começa a torturá-lo e diz que vai dar a Mágoa para comer caso Book não entregue a carga (???). Burnham diz que Book roubou uma carga e vai ao encontro dele junto com o andoriano e o oriano. Ela aproveita para dar um soco na cara de Book. Burnham e Book conseguem pegar algumas armas dos seguranças em volta e uma perseguição com tiroteio começa, onde as armas vaporizam geral, isso num lugar cheio de mercadorias valiosas. Burnham dá verdadeiras gargalhadas com os andorianos e orianos vitimados no tiroteio e rouba alguns pedaços de dilítio. Book usa um teletransporte portátil e eles vão para o lado de uma cachoeira, onde Burnham dá outro sopapo no transportador. Mas alguns andorianos se transportam para lá e a perseguição continua. Eles vão se transportando para outros lugares, sendo sempre perseguidos. O problema é que o teletransporte portátil precisa de trinta segundos para se recarregar. Book e Burnham estão encurralados num penhasco. Book pega o braço de Burnham e eles se jogam no penhasco, se transportando novamente, indo agora para o mar. Quando saem da água para a terra firme, Burnham dá outro soco na cara de Book (isso já estava ficando muito chato). Burnham está com um braço ferido. Book faz uns rituais mágicos (a testa dele acende) e uma plantinha sai da água. Ele tira um líquido da planta e indica que Burnham passe na ferida, para cicatrizar. Book dá um aparelho mágico que ele tinha o tempo todo para Burnham se comunicar com a Discovery. Nossa protagonista pega o aparelho e o usa como se já o conhecesse há um tempão mas não consegue contato com a Discovery. Book chega à conclusão de que Burnham é uma viajante do tempo e diz que toda a tecnologia de viagem do tempo foi destruída depois da guerra temporal (seria a guerra fria temporal de Enterprise?), sendo proibida, e não sabe como ela conseguiu sua tecnologia de viagem no tempo.  Eles voltam para a nave de Book, mas os andorianos e orianos se transportam para lá e os rendem. O oriano vaporiza Cosmo e quer o código de acesso da nave. O código é viscoso (???) e a nave aparece com uma lacraia gigante dentro dela, que ataca os andorianos e orianos. Alguns são devorados e outros fogem com o teletransporte. A lacraia se volta para Book e Burnham e engole nossa protagonista. Book fala algumas palavras mágicas, provavelmente na língua da lacraia, e esta cospe Burnham longe, que fica toda melecada (é nossa Burnham tendo seu dia de Boimler). Burnham diz que não tinha ideia de como o dia seria. Definitivamente, esse foi o melhor momento do episódio. A lacraia na verdade se chama transverme e nosso Book tenta salvá-las da extinção, mostrando a consciência ecológica do livro. O Book é de uma família de matadores, mas gosta de salvar os bichinhos. Eles estão na nave do Book que se chama Nautilus (olha os direitos autorais, Julio Verne!), e eles chegam ao planeta Quarto Santuário, um mundo paradisíaco que tem árvores de folhas vermelhas e lacraias gigantes (ou transvermes) nadando alegremente em lagos, no momento lúdico e fofo do episódio. Burnham diz que não sabe como pode procurar sua nave e Book diz que conhece alguém que pode ajudar. Esse alguém é o homem que busca sinais pela galáxia do início do episódio, que está numa antiga estação transmissora da Federação. O homem dá as boas vindas e diz que eles estão na Frota Estelar. Burnham se apresenta como oficial de ciências da Discovery e o homem se apresenta como Aditya Sahil, Contato da Federação. Burnham quer procurar uma assinatura de dobra da Discovery. Sahil procura mas não acha a assinatura de dobra da Discovery, dizendo que tem duas naves da Federação em voo no momento, as únicas num raio de seiscentos anos-luz. E ele não tem acesso a outros setores. Sahil diz que os sensores de longo alcance falharam há décadas. Ele só consegue sondar cerca de trinta setores. E isso deve ser o mesmo para os demais setores. Sahil pergunta por que Burnham não sabe de tudo isso e ela diz que veio do passado, antes da Combustão, antes do colapso. Ela diz que a Discovery estava atrás dela no buraco de minhoca. Então ou ela parou num local distante do alcance da comunicação ou a Discovery ainda não chegou. Pelas leis da mecânica temporal, a Discovery pode chegar daqui a um dia ou daqui a mil anos. Sahil conta um segredo a Burnham. Ele não é um oficial comissionado, mas sim seus antepassados. Não houve alguém para empossar Sahil, mas ele toma conta da estação há quarenta anos, acreditando que outros como ele chagariam àquela estação. E sua esperança não foi em vão, graças à Michael Burnham!!! A esperança é a comandante Burnham (aqui vemos claramente Kurtzman subindo nas tamancas). Burnham olha para Book e fala dos devotos da Federação que ele assinalou. Sahil diz que não sabe quanto da Federação ainda existe, ele só faz sua parte para mantê-la viva. Ele pede que ela faça uma grande honra para ele, que pega a caixa com o delta e a abre, onde está a bandeira da Federação com as seis estrelas. Ele diz que essa bandeira está na família dele há gerações e que somente um oficial comissionado pode segurá-la e ele quer hastear a bandeira na parede. Burnham poderá fazer isso, pois é oficial comissionada. Burnham diz que Sahil é um oficial da Federação tão real quanto qualquer outro que já conheceu e, se ele der a honra, precisa de um chefe de comunicações que possa procurar a Discovery. E ela pergunta se ele aceita o cargo (é a Burnham que, parafraseando Romário, mal chegou ao ônibus e já quer sentar na janela). Sahil aceita e eles hasteiam a bandeira. O episódio termina com eles prometendo encontrar outros membros da Federação. Fim do episódio.

Star Trek: Discovery : (Season 3) Episode 1 : "That Hope Is You" | Star Trek:  Discovery Se03Ep01 Tv Series
Indo para o Mercantil…

O que podemos falar do episódio “Minha Esperança é Você, Parte 1”? Em primeiro lugar, esse episódio despertou dois sentimentos bem distintos. O primeiro foi o de ter gostado de algumas partes dele bastante. Confesso que esse foi o episódio de Discovery que mais gostei até agora. E o segundo sentimento foi o de uma perplexidade total em algumas passagens. Bom, o que tornou o episódio bom? Foi o fato de finalmente a Michael Burnham ter sido esculachada solenemente nesse episódio. O fato dos roteiristas terem, finalmente, a colocado em situações engraçadas ajuda a aumentar a simpatia do público pela personagem. E isso é um ponto importante em sua construção. Víamos muito isso em TOS, com Kirk, Spock e McCoy sendo colocados em saias justas e situações engraçadas para rirmos dos personagens mesmo, evitando que eles fossem levados a sério o tempo todo. Vimos Picard e a tripulação de TNG sendo zoados pro Q, assim como a tripulação de DS9 e até de Voyager. O grande problema de Burnham até agora em Discovery era que ela era levada à sério demais, o que a tornava chata. Foi muito divertido ela ver a protagonista estar num ambiente em que ela não tinha o controle das coisas, sendo zoada por Book, e ficando muito louca com o gás da verdade do oriano. Ali, os diálogos sem pé nem cabeça dos roteiristas funcionaram perfeitamente, até porque eram para ser sem pé nem cabeça mesmo. Agora que a gente já sabe como é a Burnham doidona (e ela é muito legal!) espero que, toda vez que ela ficar muito chata, deem um porre de cerveja romulana para a moça. Mas o melhor momento do episódio, disparado, foi ver a Burnham sendo engolida pela lacraia gigante, e depois cuspida quando Book falou na língua da lacraia. Uma Burnham toda melecada dizendo que não sabia como ia ser o seu dia lembrou muito Boimler sendo chupado pela aranha gigante. É claro que a marra de Burnham não foi de todo descartada do episódio (O Kurtzman e a Paradise não conseguiriam resistir tanto), tanto que, quando ela chegou ao arremedo de Frota Estelar, que era o seu meio, ela “contratou” Sahil, que já estava por ali há quarenta anos, para ser o seu oficial de comunicações (Romário explica). Só é pena que é pouco provável que essa zoação em cima da Burnham provavelmente não continue, mas quem sabe o Book não dá umas sacaneadas nela de vez em quando. Creio que essas zoadas sejam um sintoma de que os showrunners finalmente escutaram o público um pouco. Até porque, quando Burnham descobre pelo Book sobre o fim da Federação e, parece que já vai abrir o berreiro de novo e se debulhar em lágrimas, ela para, engole o choro e segue em frente, como se ela ouvisse os fãs assistindo dizendo: “Olha lá, ela vai chorar de novo!!!”. Essas coisas são sintomáticas.

Star Trek: Discovery - Punching, Drug-Induced Burnham Is the BEST Burnham
Uma Burnham doidona…

Outra coisa interessante já era o fim anunciado da Federação e das viagens em dobra. Mas não foi pela tal partícula ômega que os fãs têm alardeado por aí e sim pela escassez de dilítio (algo mais ligado ao cânon da série) que aconteceu depois de uma tal de Combustão. Esperemos que tudo isso seja explicado de forma mais detalhada nos próximos episódios, já que, ao invés de uma série, vemos um filmão de treze capítulos.

Vazam Títulos da Terceira Temporada de Discovery - Trekkers News Network
Destruindo o shopping…

Agora, o que despertou a perplexidade? Em primeiro lugar, foram os diálogos, que eram uma coisa de louco. Aquela coisa do Book (um nome no mínimo exótico para um personagem) fazer perguntas para Burnham e logo depois dizer que não queria saber é conversa de doido. Foi dito que as legendas e a dublagem estavam bem diferenciadas e aí optei por ver o episódio por uma segunda vez dublado e com as legendas para verificar as diferenças. A coisa melhorou um pouco, mas ainda assim tínhamos passagens um tanto surreais. Por que Burnham precisou esconder o distintivo da antiga Federação? Como era o sistema de transações comerciais no Mercantil? Foi uma explicação um tanto enrolada. E o Cosmo ameaçando servir a gata do Book como comida? Uns diálogos um tanto surreais que somente caíram bem quando a Michael estava doidona, como já citado acima. O código viscoso e o nome da gata, Mágoa, também foram umas paradas meio loucas e sem sentido. Ou seja, o non sense conseguiu dar o ar de sua graça no roteiro.

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Lacraias gigantes livres, leves e soltas. Não lembram as baleias????

O encontro inicial de Burnham com Book também foi algo um tanto estranho, com Book já partindo para a agressão e os dois saindo no braço. Sabemos que as cenas de ação são para atrair a galera mais jovem, mas a perseguição que vimos na metade do episódio já seria suficiente. Uma outra solução poderia ter sido encontrada para o encontro entre Burnham e Book. Outra coisa que incomodou muito, indo na balada da marra de Burnham foi o conjunto seguidos de socos na cara que ela deu em Book, como se ele merecesse cada soco daquele por ter tido a ousadia e a impertinência de ter agido de trairagem contra Burnham. Ele poderia até ter tomado um sopapo, mas no segundo, já deveria ter segurado o braço da protagonista.  

Star Trek (Official Site)
Sahil. Paciência de Jó…

Dessa forma, “Minha Esperança é Você, Parte 1”, até teve uns vícios anteriores que já vimos em Discovery (a marra de Michael, algumas passagens que beiravam a perplexidade), mas teve a vantagem de esculhambar um pouco a Michael, para que ela seja um pouco menos levada à sério. Seria interessante que essa fórmula voltasse de vez em quando nos episódios vindouros.

Star Trek: Discovery' Season 3 Still Proposes a Bleak Future
Sentando na janela…

Batata Séries – Jornada Nas Estrelas Lower Decks (S01, Ep 09), Crisis Point. Terapia No Holodeck.

Watch Star Trek: Lower Decks Season 1 Episode 9: Crisis Point - Full show  on CBS All Access
Mariner violando a Primeira Diretriz…

Dentro de nossas análises de episódios de Jornada nas Estrelas Lower Decks, chegamos ao nono episódio intitulado Crisis Point. Lembrando que os spoilers estão liberados.

Guys, therapy works!” — Star Trek: Lower Decks: “Crisis Point” | Tor.com
Hora de Mariner fazer terapia…

Qual é o plot? Mariner está num planeta onde uma espécie roedora tem o hábito de devorar uma espécie reptilóide (elas foram vistas em TNG). A alferes consegue acabar com essa prática, mas a capitã Freeman diz que ela está violando a Primeira Diretriz e que precisa mudar os hábitos fazendo terapia. Mariner volta a ser extremamente agressiva e desrespeitosa, mostrando que precisa mesmo de terapia. Quando está com o terapeuta, Mariner é agressiva em contrapartida ao terapeuta, que é bem calmo para lidar com a situação. Enquanto isso, Boimler fará uma entrevista com a capitã para conseguir ir a um workshop de diplomacia avançada. Ele está treinando o que irá dizer na entrevista e fez um programa de holodeck para interagir com ela e a tripulação da nave. Mariner tem uma ideia  e faz alterações no programa para ele virar uma espécie de filme cheio de referências aos longas da série clássica e a “Generations”, com o objetivo de, ela mesma, fazer a sua “terapia”. O filme trata de uma nave impostora que fez o segundo contato com uma espécie alienígena e a Cerritos precisa investigar. Quando a tripulação sênior, juntamente com Boimler estão na nave auxiliar para se acoplar à Cerritos, temos a paródia de Kirk e Scott chegando à Enterprise em “The Motion Picture”, com todos emocionados vendo a Cerritos (o chefe de engenharia Billups inclusive chora, numa zoação com os fãs que gostam muito dessa cena; sei que a série é para rir e iconoclasta, mas…). Ao chegarem ao planeta do falso segundo contato, aparece uma espécie de ave de rapina klingon liderada por Vindicta, uma personagem criada por Mariner para se vingar da capitã Freeman. Tendi e Rutherford fazem parte da tripulação também interpretando personagens malignos. Mas, na verdade a Cerritos vê uma gravação enquanto Vindicta invade a Cerritos com Tendi e Rutherford, desintegrando todos os tripulantes que vê pela frente. No meio do tiroteio, Boimler busca mais informações sobre a capitã Freeman para sua entrevista e sabe que ela gosta de biscoitos, mas ela é alérgica a um sabor. Só que Boimler não consegue saber, pois Ransom morre antes de dizer a ele. Rutherford, por sua vez, vai atrás de seu chefe,  o engenheiro Billups e, ao invés de matá-lo, o elogia e o ajuda a estabilizar a Engenharia. Os dois ficam amigos.

Preview “Crisis Point” With 11 New Images And Trailer From 'Star Trek: Lower  Decks' Episode 109 – TrekMovie.com
Vendicta, a “terapia” de Mariner…

Tendi se cansa da violência explícita de Mariner e abandona a simulação. Vindicta invade a ponte e diz a capitã que quer que ela a pare de tratar como a pessoa má o tempo todo. A capitã diz que Vindicta é a pessoa má e não a conhece. Vindicta explode sua nave e a explosão atinge a Cerritos, que cai na superfície do planeta da mesma forma que a Enterprise em “Generations”. Rutherford conseguiu transportar boa parte da tripulação, pois num filme isso é possível. Já Freeman e Vindicta lutam dentro da ponte destruída. Quando Vindicta domina Freeman e vai matá-la, Mariner aparece e transporta a mãe. Mariner e Vindicta lutam e a primeira é lançada de uma grande altura. Na superfície do planeta, Boimler tenta dar biscoitos de chocolate para Freeman, mas ela é alérgica. Um tripulante rende Boimler. Quando Vindicta vai matar Mariner, esta diz que não odeia a nave, que está com seus amigos nela e que gosta de sua mãe, pois ela a está protegendo mantendo-a na Cerritos para não estar acabada na Frota Estelar. E reconhece que é um pé no saco. Vindicta diz que a única pessoa em que Mariner pensa é nela própria. Mas Mariner distraiu Vindicta para dar tempo de todos fugirem do disco da Cerritos e ela acionar a autodestruição. O disco explode com as duas dentro. Boimler, jogado de um penhasco, vê o programa ser encerrado e cair a uma pequena altura do chão do holodeck. Vindicta, na verdade a Mariner real, ficou espantada de receber um chute na bunda de si mesma e concluiu que a terapia que criou para si própria funcionou.

STAR TREK: LOWER DECKS Review: "Crisis Point" • TrekCore.com
Tendi e Rutherford ajudando na simulação…

No bar, Rutherford quer falar com o Billups real, mas não consegue, por achá-lo forte como uma pedra. Mas vemos que Billups é bem frágil emocionalmente. Mariner pede desculpas a Tendi por tudo o que aconteceu no holodeck. Tendi aceita as desculpas e as duas mais Rutherford vão rindo assistir ao núcleo de dobra, passando por Freeman. Mariner aproveita a ocasião para pedir desculpas à mãe. Esta, ressabiada, vai à terapia e acha que a filha está tramando algo, exigindo informações do terapeuta que, pela ética da profissão, não pode revelar nada, o que deixa Freeman furiosa.

Scifi TV Review: Star Trek Lower Decks SSN One Episode Nine: Crisis Point –  Late to the Game Blog
Tendi não aceita a violência explícita da simulação…

Boimler volta ao programa um pouco antes de sua entrevista real com a capitã para descobrir mais alguma coisa dela e vê a capitã lamentando a morte da filha no disco e diz que não queria que as pessoas soubessem que Mariner era a sua filha, querendo levá-las até a corte marcial se soubessem disso. Boimler fica apavorado com a informação. A entrevista é um fracasso total e Boimler sai correndo dela, apavorado. Freeman diz no padd que Boimler não se preparou para a entrevista. Na superfície do planeta, Vindicta aparece de um torpedo fotônico, tal como a urna funerária de Spock, falando “vingança”, mas é desintegrada por um Leonardo da Vinci holográfico. As assinaturas dos Lower Decks aparecem tal como no final de “A Terra Desconhecida”. Fim do episódio.

Star Trek: Lower Decks Episode 9 Parodied J.J. Abrams and More | Collider
Paródias dos longas. Zoação com o fandom mais antigo…

O que podemos falar do episódio “Crisis Point”? Em primeiro lugar, tivemos mais um bom episódio que parece que redimiu Mariner. Se ela foi extremamente insuportável no início da série, depois a personagem deixou de ser muito agressiva em quatro episódios seguidos, para voltar a ser extremamente agressiva nesse episódio, pois foi obrigada a fazer a terapia. Mas Mariner vai purgar seus próprios demônios depois de reconfigurar um programa de holodeck de Boimler, que mais uma vez foi tratado como alívio cômico e saco de pancadas nesse episódio. Ao fazer o papel de Vindicta, ela colocou toda a sua violência para fora, num episódio que ficou extremamente violento, e só não foi de mau gosto por causa da desculpa da simulação no holodeck. Essa simulação ficou com cara de longas da série clássica e de TNG, sendo que fez um pouco de chacota com os fãs mais antigos, sobretudo nas lágrimas vertidas por Billups ao ver a Cerritos. De qualquer forma, não podemos esquecer que a animação faz as coisas em tom de brincadeira. O problema é que não é a primeira vez que o fandom mais antigo foi zoado nessa animação. Mas o pulo do gato no episódio é que Mariner não reescreveu o programa todo e o computador preencheu lacunas, dando oportunidade para surgir uma Mariner que era o seu lado bom, gostando da mãe, seus amigos e da nave, sendo que as duas lutaram trocando socos, mas também diálogos, o que acabou sendo a terapia da Mariner real, travestida de Vindicta. Importante também foi ver Tendi abrir mão de continuar na simulação de Mariner quando a viu purgando aquela violência toda e advertindo a amiga que aquela Vindicta não era a Mariner real. Essa atitude de Tendi também serviu como parte da terapia de Mariner, sendo que depois esta até pediu desculpas à mocinha verde que, na minha modesta opinião, é a melhor personagem de Lower Decks. Ver Mariner abraçada com Tendi e Rutherford no fim do episódio foi a coisa mais bacana e até um certo alívio. Só lamento do fim de Boimler, completamente desesperado na entrevista e metendo os pés pelas mãos. Além de ter seu programa surrupiado por Mariner, o que também não pegou muito bem, ele ainda foi mal na entrevista. Que tivesse, pelo menos sido bem sucedido. É chato ver ele se dando mal praticamente a série inteira.

Review: Star Trek: Lower Decks Episode 9 – Crisis Point – All Style, No  Substance - Bounding Into Comics
Chutando a própria bunda…

Dessa forma, “Crisis Point” é um bom episódio de “Lower Decks’, pois parece que aqui a personagem Mariner foi redimida, mas ainda há o problema de Boimler ser tratado de forma ridícula, como vimos na maioria dos episódios. Ainda, o tom de zoação com os fãs mais antigos fica parecendo sempre uma piadinha forçada de mau gosto. Falta somente um episódio para o desfecho da temporada. Vamos ver o que vem por aí.

Star Trek: Lower Decks Season 1 Episode 9: "Crisis Point" Photos - TV  Fanatic
Uma nova Mariner???

Batata Séries – Jornada Nas Estrelas Lower Decks (S01, Ep 08), Veritas. Várias Histórias, Várias Referências.

Review: 'Star Trek: Lower Decks' Tries To Handle The Truth In “Veritas” –  TrekMovie.com
Nossos protagonistas como prisioneiros…

Dentro de nossas análises dos episódios de Jornada nas Estrelas Lower Decks, falemos do episódio 8, intitulado “Veritas”. Para podermos fazer essa análise, vamos precisar liberar os spoilers.

STAR TREK: LOWER DECKS Review: “Veritas" • TrekCore.com
Um julgamento parecido com o de ” Terra Desconhecida”…

Qual é o plot? Nossos quatro protagonistas são colocados numa prisão de um planeta alienígena e nem sabem o motivo pelo qual foram presos. O chão da prisão se eleva e eles param numa espécie de julgamento, bem ao estilo do julgamento klingon de Kirk e McCoy que vimos em “A Terra Desconhecida”. Os oficiais seniores estão suspensos numa espécie de campo de força. Um alienígena ordena que os alferes falem somente a verdade sobre o que aconteceu em datas estelares específicas. A primeira a falar, obviamente, foi Mariner. Ela conta uma história onde a nave estava em alerta vermelho e a capitã ganhou de presente um mapa da zona neutra de um alienígena. Ao agradecer, o alienígena considerou isso uma ofensa. O alienígena exige o mapa. A capitã, então, pede sugestões a Boimler e a Mariner, que se embananam todos. A capitã pede que Mariner dê um aviso a eles e ela atira com o phaser. Mas a capitã disse que o aviso era chamá-los para jantar. E a nave contra-ataca. Nisso, voltamos para o julgamento e o alienígena pergunta se Mariner realmente acredita que ele vai engolir essa história de um oficial da Frota Estelar que não sabe do que está acontecendo com sua nave. Marriner diz que está contando o que aconteceu. O alienígena pergunta sobre o mapa da zona neutra e Mariner desconversa. Mas o alienígena não acredita e a suspende com um campo de força sobre um tanque de enguias.  Boimler diz que não havia mapa e o alienígena decide dar uma nova chance, agora a Rutherford. Sua história fala de dois oficiais seniores, com muita grosseria, ordenando-o a atualizar em seus implantes manuais de voo romulanos. Ao fazer a atualização, Rutherford “reinicia” e sai do ar. Quando ele recobre a consciência, ele esta numa nave auxiliar com seus superiores e há dois vulcanos desmaiados só de cuecas. Seus superiores estão com as roupas vulcanas e Rutherford recebe os parabéns por ter aplicado o toque neural vulcano neles. Eles se jogam da nave e Rutherford sai do ar novamente. Ele acorda num museu e seu superior parece roubar uma ave de guerra (ou de rapina???) romulana. Rutherford é obrigado a distrair um guarda dançando e só vê o guarda apontando uma arma para ele. Rutherford sai do ar novamente. Quando acorda, está no espaço e um de seus superiores está intoxicado com nitrogênio dentro de sua roupa espacial. A nave vulcana que foi roubada por seus superiores está perto e ele tenta levar seu superior para lá, mas fica batendo na nave romulana camuflada que está nas imediações. Quando chega à nave vulcana, esbarra nos controles e a nave entra em dobra. Mais um desmaio. Agora ele está num casamento gorn e é atacado por eles. Voltamos para o julgamento e o alienígena acha a história muito inusitada. Rutherford também fica suspenso sobre o tanque de enguias com Mariner. Será a vez de Tendi contar a sua história. Ela participou de uma missão secreta com Ransom na zona neutra romulana, então ela não vai poder contar todos os detalhes. Ela vai participar da missão depois que, ao limpar a sala de conferências, testemunha Ransom falando da missão secreta com um grupo de mercenários. Á medida que Ransom fala, escutamos um piiii aqui e ali, pois a missão é confidencial. Aparece na história de Tendi o mapa da zona neutra de Mariner e a nave romulana de Rutherford, onde está ela e os demais. Eles invadem Romulus e roubam algo. Tendi deveria teletransportar todo mundo, mas ataca os romulanos que perseguem o grupo. Na Cerritos, ela recebe os parabéns de Ransom pela missão bem sucedida. Volta para o julgamento. O alienígena também não acredita nessa história. E joga Tendi, Rutherford e Mariner no tanque de enguias. O alienígena se volta para Boimler e pergunta o que tinha dentro da caixa roubada em Romulus. Boimler abre o jogo e diz que eles não podem contar, pois são dos decks inferiores e nunca sabem de nada, pois não são importantes o suficiente para serem comunicados de tudo. Nem mesmo a tripulação sênior sabe de tudo. O alienígena diz que é mentira e que os oficiais seniores sempre estão no controle de tudo. Boimler diz que não, que eles são muito atrapalhados e conta uma história em que Q apareceu e os colocou para jogar, com os oficiais seniores sem saber o que fazer. Boimler também conta a história de Ransom, que paquerava uma linda mulher que era o monstro de sal de TOS. Ou então a história em que a doutora da Cerritos entrou numa dimensão paralela. O alienígena então diz que os alferes somente precisam dizer que os oficiais seniores são infalíveis. Boimler diz que eles não são infalíveis e cita várias referências de episódios de Jornada nas Estrelas onde os oficiais seniores também falharam, mas diz que não há problema nisso, pois a Frota Estelar explora o desconhecido e nem sempre se pode saber o que está acontecendo. E Boimler ainda diz que o julgamento é uma farsa, pois tenta provar que os oficiais seniores são incompetentes. É aí que o alienígena diz que tudo aquilo não é um julgamento e sim uma homenagem aos oficiais da Frota, pois eles libertaram esse alienígena dos romulanos (era ele que estava dentro da caixa na história de Tendi).

Star Trek: Lower Decks - John de Lancie Guest Stars in Veritas
E surge Q!!!!

Na Cerritos, a capitã criticou a postura de seus alferes na festa mas elogiou a atitude deles de defender a Frota Estelar, e prometeu manter a todos mais informados do que ocorre na Cerritos. Então, os alferes começaram a fazer um monte de perguntas sobre o que aconteceu nas histórias de cada um e a capitã disse que era tudo confidencial, dispensando-os em seguida. O episódio termina com Q aparecendo na frente dos quatro alferes querendo mais um teste de humanidade. Mas eles não dão a menor bola para ele e pedem para procurar Picard. Q diz que Picard é muito chato, pois cita Shakespeare e só faz vinho.

Star Trek: Lower Decks' Episode 8 Preview: Tendi and Rutherford are joining  the crew's special ops | MEAWW
Tendi, a heroína…

O que podemos dizer do episódio “Veritas”? Em primeiro lugar, esse vai ficar marcado como o episódio em que o Q apareceu, com a voz do John de Lancie e tudo, o que já deixa a gente olhar o episódio com um pouco mais de boa vontade, até porque as piadas com Q funcionaram. Mas foi interessante a gente ver as histórias contadas do ponto de vista dos alferes para o resgate do alienígena que havia sido capturado pelos romulanos. Confesso que achei tudo muito confuso no início e até pensei que eram três histórias destacadas umas das outras, com os alferes inventando tudo e pegando elementos das histórias uns dos outros. Mas no fim das contas, tudo meio que se amarrou. E essas histórias foram muito ricas em referências do que vimos nas séries de Jornada nas Estrelas, o que ajudou um pouco mais a gente a se sentir em casa. Não foi somente um vomitar de referências em cima dos fãs, pois essas referências faziam parte da história do resgate do alienígena que homenageava a tripulação sênior. Foi legal também o discurso de Boimler defendendo os ideais da Frota Estelar e da Federação e defendendo seus oficiais dentro da argumentação de que eles não precisam ser infalíveis, pois o encontro com o desconhecido pode levar a falhas. Finalmente, vemos o saco de pancadas Boimler numa atitude nobre na série. Houve lances inusitados que lembravam o non sense e o surreal como o casamento gorn. Mas, como já comentamos aqui, essa pitada de non sense costuma ser comum nessas animações com um humor mais pesado e explosivo. No mais, só foi chato ver os oficiais seniores novamente retratados como arrogantes e mandões e ver a Mariner novamente fazer suas má-criações desagradáveis, ainda que por poucos momentos.

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Um alienígena tem a sua festa estragada…

Dessa forma, “Veritas” é um episódio interessante pela sua construção em pequenas histórias que se amarraram bem ao final, onde as referências faziam parte da narrativa, não sendo simplesmente jogadas sem qualquer propósito. A atitude nobre de Boimler e a aparição de Q são também dignas de nota.

Crítica | Star Trek: Lower Decks – 1X08: Veritas (Mike McMahan, 2020)
Finalmente Boimler tem uma atitude de peso…
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