Batata Séries – Jornada Nas Estrelas Discovery (S03, Ep 13), Minha Esperança É Você, Parte 2. Ou A Apoteose De Michael Burnham.

Star Trek: Discovery season 3, episode 13 review: "An anti-climax" |  GamesRadar+
Um História A com muita ação, porém menos interessante…

E finalmente chegamos ao último episódio da terceira temporada de Jornada nas Estrelas Discovery, com o título “Minha Esperança É Você, Parte 2”, que confirmou algo que sempre ficou perambulando ali pelo ar, mas que alguns queriam que não acontecesse até pelo bem da série: Michael Burnham se torna a capitã da Discovery. Por que isso não foi bom para a série, a meu ver? Porque confirmou a sacralização da personagem, e a certeza absoluta de tudo o que ela faz é certo, dando-lhe uma aura de onipotência e infalibilidade, estando muito acima dos demais personagens. Seria mais crível e interessante que seus defeitos (que existem) fossem mais explorados, como o foram ao longo dessa terceira temporada, em comparação com as demais temporadas de Discovery. Mas vamos analisar o plot do episódio, com os spoilers de sempre, episódio esse escrito por Michelle Paradise.

STAR TREK DISCOVERY 3x13 Promo Season 3 Episode 13 "Outside" S03E13. -- Season  Finale -- - YouTube
Book sendo torturado…

O plot começa na História B, onde Saru ainda tenta convencer Su’Kal de que ele deve sair de seu mundo imaginário do holodeck e encarar o mundo lá fora. Culber diz que a radiação deve ter aumentado, pois o casco da nave deve ter sido rompido depois de um ataque de medo de Su’Kal. Saru não sabe mais o que dizer sem amedrontar Su’Kal e provocar uma nova Combustão. Culber, sempre mandando os outros dizerem o que deve ser dito (e ele nunca faz isso, justamente o cara que tem mais jeito ali), fala que Saru deve dizer que é kelpiano para buscar uma identificação com Su’Kal e aí falar que existem outras perspectivas. De repente, surge Adira, com seu rosto todo modificado pelo holodeck, parecendo um destaque de escola de samba. Ela dá os remédios aos dois,o que vai dar mais algumas horas para eles. O namoradinho do cabelo azul aparece também nesse mundo de holodeck, com cara de vulcano. Saru e Culber podem ver o menino, por causa do holodeck e Culber dá um abraço fraterno nele, no momento fofo do episódio final (a aparição do menino foi para que esse abraço acontecesse, num momento de melodrama).

Star Trek: Discovery Season 3 Finale Recap, Episode 3
História B, a saga de Su’Kal…

Já na História A, a Viridian ataca a sede da Federação. Vence organiza um contraataque, inclusive contra a Discovery. A Federação estará acabada se Osyraa conseguir o motor de esporos. Osyraa ordena que Aurelio use o soro da verdade em Book. Enquanto isso, a tripulação da Discovery avança contra a ponte sob tiroteio cerrado. O problema é que Osyraa ordena o desligamento do suporte de vida onde a tripulação da Discovery está. Na sede da Federação, Stamets pede a Vence que a Discovery não seja destruída e ele quer ir com a nave para a nebulosa salvar Culber, Adira e Saru. Mas Vence diz que Michael fez a coisa certa afastando Stamets da Discovery e ordena que o Chefe de Engenharia fique bem longe dali para o motor de esporos não ser acionado, para o desespero de Stamets. A Discovery consegue abrir uma brecha nos escudos da sede da Federação, mas os vulcanos mandam naves para ajudar a Federação contra a Corrente Esmeralda. Osyraa ordena que se use pesticidas nas naves vulcanas. Mas Michael convence Osyraa a entrar em contato com a Federação e deixar a Discovery e Viridian irem embora, com o objetivo de evitar a matança dos vulcanos. Vence aceita, meio contrariado. A Discovery, Viridian e as naves vulcanas entram em dobra. Na Enfermaria, o efeito do soro da verdade demora para acontecer em Book, mas Osyraa não quer esperar e pretende torturá-lo, a menos que Michael o faça falar a verdade. Aurelio não quer que se use de violência, mas Osyraa finalmente mostra seu lado perverso a ele, estrangulando-o até fazê-lo dormir e começa a torturar Book. Depois de ver Book sendo muito torturado, Michael finalmente cede e vai pedir a Book para entregar o caminho para o dilítio da nebulosa. Mas num movimento mirabolante, Michael liga um conveniente campo de força de quarentena dentro da Enfermaria que a isola de Osyraa e Zareh e a moça foge com Book por uma porta lateral. Michael passa uma mensagem em código para Tilly (ela também teve tempo de roubar um comunicador), que diz que a tripulação deve tentar danificar uma nacele para tirar a Discovery da dobra. Mas a tripulação já não consegue respirar com a exceção de Owo, que consegue manter a respiração presa por mais tempo que os demais. Já Michael e Book se trancam num turbo elevador sob fogo cruzado. Zareh e seus capangas abrem a porta do elevador, mas Book e Michael estão do lado de fora do elevador com aquela visão ridícula do interior da Discovery, que parece fazer a nave ter três vezes o seu tamanho. O tiroteio recomeça. Michael se joga em outro elevador e vai até o núcleo de dados da nave, onde está Osyraa. As duas trocam tiros e porradas ao mesmo tempo. Já Book sai no braço com Zareh no elevador. Owo consegue danificar a nacele e a Discovery sai de dobra. Um robozinho vai salvá-la, pois ela já está quase que totalmente sufocada. Osyraa ordena que a Viridian puxe a Discovery para dentro de si. No elevador, Zareh sacaneia a gata de Book e ele fica puto da vida, jogando Zareh lá embaixo (inacreditável). Osyraa enfia Michael numa parece cheia de cubinhos, mas a heroína sai e, com dois tiros bestas, mata a vilã (eu esperava algo mais apoteótico aqui). Burnham dá um boot na Discovery e recupera os sistemas de suporte de vida, além de, literalmente, mandar os capangas de Osyraa para o espaço. E pede que, quem estiver ouvindo, se apresente a ponte (já age como capitã). Owo acorda e percebe que foi salva pelo robozinho, que pifa. Os demais tripulantes estão vivos e vão para a ponte se encontrar com Michael, onde Tilly praticamente entrega o posto de capitão de mãos beijadas para a protagonista. Burnham pretende ejetar o núcleo de dobra para explodir a Viridian e libertar a Discovery. Mas, como fazer com que a Discovery não exploda junto? Seria acionando o motor de esporos. E aí, num passe de mágica para a conveniência do roteiro, Aurelio diz que Book é de uma espécie empática e que ele poderia acionar o motor de esporos como Stamets. O núcleo de dobra é ejetado, mas a Discovery não salta com o motor de esporos. O reator de dobra, sobrecarregado, na iminência de explodir, e a Discovery não salta. De repente, vemos a Viridian explodir.

Star Trek: Discovery Season 3 Finale Preview Photos Released
Grêmio Recreativo Escola de Samba Unidos da Adira…

Na História B, Saru começa a conversar de seu passado em Kaminar com Su’Kal. E abre o jogo, dizendo que é kelpiano como Su’Kal. Saru volta a mencionar o mundo exterior, mas Su’Kal não gosta disso porque ele menciona que os hologramas falaram a ele que a Federação o iria buscar, mas isso nunca aconteceu. Saru então fala que isso não aconteceu por causa da Combustão, que incapacitou as naves. Mas o importante é que a Federação está lá agora, graças à mãe de Su’Kal que fez contato e que criou esse mundo para proteger o filho. Su’Kal pede para Saru esperar e atravessa uma porta onde estaria o mundo dos kelpianos na simulação. Depois de algum tempo, Su’Kal retorna e diz que Kaminar não mais está lá. Saru, com muito jeito, continua a explicar que Su’Kal deve sair daquele mundo holográfico e encarar o mundo exterior, mas a criatura holográfica que o persegue aparece e ele fica cheio de medo. Saru diz que essa criatura o está ajudando a encarar seus medos. Já Culber, Adira e seu namoradinho estão procurando uma forma de contato e chegaram a um ponto onde a radiação é crítica. Como o namoradinho não é corpóreo ele vai até esse ponto e atravessa os limites do holograma, vendo que há mesmo um rombo no casco por onde entra a radiação, com a nave se desfazendo perigosamente. Aí, fica a pergunta: com esse rombo, a radiação não invadiria todo o holodeck e o tornaria crítico em todo o seu interior? Por que a radiação fica mais concentrada perto do rombo? Bom, como a série parece não ter consultor científico e seus roteiristas parecem estar mais preocupados com a fantasia ao invés da ficção científica… Falando nisso, Culber explica para Adira como Su’Kal foi responsável pela Combustão, confirmando o que vimos há dois episódios, só que desta vez a tecnobabble ficou ainda mais viajante. Ou seja, para dar algum arremedo de ficção científica a essa situação fantasiosa, a explicação ficou tão esdrúxula que é melhor a série se assumir como de fantasia de uma vez. Voltando a Saru e Su’Kal, o primeiro, finalmente com a ajuda de Culber, convence o kelpiano medroso a atravessar a porta que sempre foi vista como algo perigoso para Su’Kal. Essa porta dá para a nave. Su’Kal diz que não vai nesse lugar desde criança. O namoradinho fica chateado porque quando o holograma desligar, ele vai ficar somente visível para Adira novamente. Mas  Culber diz que eles vão procurar um jeito de tornar o menino visível para todos novamente. Su’Kal desliga a holografia e agora a nave se mostra toda, com corpos cobertos por plásticos e um corpo decomposto descoberto. É sua mãe. Su’Kal pede ao computador para mostrar o que ele viu ali quando criança, para que ele possa se libertar de seu trauma. Vemos um Su’Kal ainda criança conversando com sua mãe agonizante. Ela cai morta na frente do filho, que grita e provoca a Combustão. O Su’Kal adulto olha para o corpo decomposto da mãe. Saru, já como kelpiano, fala que a mãe de Su’Kal não gostaria de vê-la morta. Su’Kal diz que estava sozinho. Saru responde dizendo que ele não mais está sozinho. Su’Kal se vira e vê Saru como kelpiano. Eles tentam se comunicar com a Discovery, sem sucesso.  A mãe de Su’Kal ainda deixa uma mensagem de agradecimento para os que resgataram seu filho e pede que ele seja levado para sua família em Kaminar. Su’Kal percebe que foi ele que causou a Combustão e quer reparar o erro. Saru diz que não foi culpa dele, que Su’Kal não tinha como saber que foi ele. Saru ainda diz que vai ajudar Su’Kal, ou seja, são os roteiristas encontrando uma saída muito conveniente para tirar Saru do caminho de Michael para essa assumir a Discovery como capitã. E isso, pois lembramos o quanto Saru era comprometido com a tripulação, a nave e os ideais da Federação. Mas bastou um kelpiano assustado para ele jogar tudo isso no lixo. Uma conveniência de roteiro forçadíssima para favorecer a Michael.

Star Trek: Discovery Season 3 Finale Easter Eggs & References | Den of Geek
Pelo menos, não mataram o Aurelio…

A nave em que estão tem falha estrutural iminente. Culber ainda tenta, sem sucesso, contactar a Discovery. Mas eis que Michael surge com a cavalaria e salva todo mundo.

Season finale da 3ª temporada de 'Star Trek Discovery' ganha imagens
Zareh. Morte mais cinematográfica que a de Osyraa…

Michael faz um discurso exaltando a conexão entre as pessoas, num século 32 onde todos não estavam muito conectados. No meio do discurso, fica clara a frieza de Stamets para com Michael, algo que pode dar um bom gancho para uma quarta temporada, embora já possamos até especular o que vai acontecer, dado o grau de previsibilidade da série. A Corrente Esmeralda, que tinha um parlamento, institutos de pesquisa e toda uma estrutura como vimos no episódio anterior, num passe de mágica acabou sem Osyraa e a Federação está se reconstruindo. Os trills voltaram e os vulcanos cogitam voltar. Vence pede para conversar com Burnham e começa uma conversa mole de como a filha dele não queria obedecê-lo, sendo que depois ele concluiu que ela estava certa. É a deixa para ele dizer o mesmo de Burnham e querer que ela seja a capitã da Discovery. O episódio termina com uma Michael apoteótica comandando a Enterprise, uma citação de Gene Roddenberry (que foi sacaneado na temporada) sobre comunicação e a música original de Jornada nas Estrelas, depois da temporada apagar vários elementos de Jornada nas Estrelas, e, volta e meia, lançar uns easter eggs para manter a atenção dos fãs mais antigos.

Star Trek: Discovery season 3, episode 13 recap – the ending explained
Doug Jones, de cara limpa, caiu como uma luva no melodrama…

O que podemos dizer do episódio final “Minha Esperança É Você, Parte 2”? Em primeiro lugar, Discovery se mostrou cada vez mais Discovery, sendo uma série já com três temporadas e formando todo um Universo próprio, se desligando cada vez mais da ficção científica e de Jornada nas Estrelas. Tudo bem, é um direito que os produtores têm. Só me soa um pouco desonesto eles lançarem mão da marca de Jornada nas Estrelas para buscarem audiência dos fãs. Tivemos uma História A que foi regada a muitas cenas de ação, onde Burnham tomou mais as rédeas da coisa, se compararmos com  o episódio anterior, enquanto a participação da tripulação na resolução da crise ficou um pouco mais ofuscada, ou seja, eles somente agiram por uma sugestão de Burnham e somente Owo chegou à nacele para danificá-la. Eu ainda acho que gostaria de ver uma participação maior da tripulação (por exemplo, ao invés de Zareh ser morto por um Book que ficou revoltado porque o vilão falou mal da gata dele – isso foi ridículo, caramba, que infantilidade da Paradise!!! – eu preferia que Zareh fosse morto por Tilly com um diálogo bem escrito). O uso dos elevadores da Discovery deslizando numa nave que internamente parece ter o tamanho da Estrela da Morte também foi algo complicado, que já havia sido criticado em temporadas anteriores. A luta entre Osyraa e Michael, onde elas não sabiam se davam tiro uma na outra ou porrada mesmo, foi também uma forçada de barra, não menor que a morte de Osyraa, uma vilã que até teve uma boa atuação ao longo da temporada, que morreu com dois tirinhos muito bestas. Até a morte de Zareh foi melhor. Por fim, o desfecho óbvio de Michael como capitã, já mencionado aqui. Foi uma pena esse desfecho, pois finalmente tivemos uma temporada em que as atitudes de Michael foram questionadas, o que soava como algo bom para o desenvolvimento da personagem. Só que, ao fim, todo mundo disse que ela estava certa de novo e ainda foi agraciada com o posto de capitã. Uma pena. Eu achava que a série teria a ganhar mais com esse conflito interno de Burnham. Quando isso foi trabalhado nessa temporada, tivemos bons momentos, e com a Michael. Já a História B me parece até mais interessante que a História A, pois teve duas coisas que Discovery gosta de trabalhar bem, embora isso a afaste muito da ficção científica e de Jornada nas Estrelas: o melodrama e a fantasia. Se os roteiristas querem associar a Combustão a um desespero de ordem familiar de Su’Kal, tudo bem, se considerarmos isso fantasia. O que não dá é passar um verniz de ficção científica nisso, criando uma tecnobabble mirabolante demais. Que se desse uma explicação científica bem rasa (os cromossomos prejudicados na gestação de Su’Kal em favor de uma ligação com o dilítio) e se parasse por aí, abraçando de vez a fantasia, que é o que os roteiristas de Discovery querem fazer. Que assumam o que eles estão fazendo e não encontrem desculpas para enjambrar isso em Jornada nas Estrelas. A parte do melodrama, quando não exagerada, é outra coisa que cai bem em Discovery, embora também a afaste de Jornada nas Estrelas, sobretudo no núcleo Stamets-Culber-Adira-Menininho do Cabelo Azul. Repito: a fantasia e o melodrama são os rumos que os roteiristas querem tomar e até o fazem bem. Só não me associe isso a Jornada nas Estrelas, por favor, que é algo muito diferente. É melhor assumir o que fazem.  A questão do envolvimento entre Saru e Su’Kal foi até interessante, mas infelizmente foi usada como uma faca de dois gumes, pois tirou de forma muito conveniente o kelpiano do caminho para colocar Michael como capitã da Discovery.

Spoilers - Star Trek Discovery 3x13 Season 3 Episode 13 Outside - Promo  trailer | Page 2 | The Trek BBS
Sequência de luta exagerada…

E um balanço da terceira temporada? A série ainda tem problemas como a continuação do protagonismo excessivo de Michael, emburrecendo os demais personagens. Tivemos diálogos sofríveis em todos os episódios, escritos por diferentes roteiristas, numa prova de que isso é mais uma coisa dos showrunners. Jornada nas Estrelas foi sendo sistematicamente apagada da série (até agora não engulo essa coisa de Ni’Var, o delta no peito se transformar numa elipse com um delta quase apagado desenhado nela). A zoação com Gene, o processo de tornar o Saru menos importante e muito relutante. As agressividades de Philippa Georgiou. O chorômetro de Michael. Histórias excessivamente mirabolantes que podiam ser contadas de forma um pouco mais simples. Um século 32 excessivamente com cara de século 21, mesmo que a ficção científica seja um reflexo de nosso tempo. Uns quatro episódios onde a Discovery tinha que provar a um grupo ou civilização que era confiável (a Terra, os Trills, A Federação, os Vulcanos). Ou seja, Discovery ainda tem muito a melhorar. Mas eu também vi algumas melhoras. O questionamento da onipotência de Michael até por ela mesma. O ato de Michael perceber que ela não pode fazer tudo o que quer o tempo todo, principalmente na querela entre vulcanos e romulanos, onde ela desistiu de seus objetivos ao perceber que se poderia levar a um novo desentendimento no seu planeta natal (só foi sofrível os vulcanos terem cedido a Michael através de um argumento emocional). A zoação com Michael no primeiro episódio, onde a gente ri do personagem, que o deixa mais simpático para nós. Os episódios onde a tripulação era mais focada que a Michael, dando espaço para o desenvolvimento de mais personagens. As mensagens de cunho ecológico ou críticas ao sistema capitalista, algo que Jornada nas Estrelas sempre fez e nunca foi considerado lacração, o sendo considerado por alguns somente em Discovery. O surgimento do núcleo fofinho Stamets-Culber-Adira-Menino do Cabelo Zaul, dentro do que Discovery se propõe a fazer. A carregação nas tintas do Universo Espelho, que eu realmente vi mais como um alívio cômico, com uma surpreendente Michael tresloucada e uma Tilly contida. Os episódios em arcos fechados, com a questão da Combustão correndo em paralelo (embora às vezes a história da Combustão parecesse se desenvolver muito lentamente), com um arco final de três episódios elucidando o problema da Combustão. E, principalmente, o Guardião da Eternidade, materializado num velhinho sacana que falava por metáforas, irritando as “milleniuns” Michael e Phillipa, que queriam respostas claras e rápidas para tudo, com o velhinho falando a Michael que ela estava nervosa. Confesso que vi ali um embate entre os fãs mais antigos e os mais novos na série. Carl me representa (até porque eu também me chamo Carlos)!!!

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O núcleo fofo da série…

Encerrada a terceira temporada, vamos ver o que rola na quarta, onde as filmagens já foram iniciadas. Concordo com os que falam que a série poderia muito bem encerrar aqui. Mas já que a quarta temporada está sendo filmada e a série ainda tem muito o que melhorar, fica a expectativa se os showrunners vão escutar um pouco mais os fãs ou se vão bater o pé feito crianças mimizentas e vão repetir os mesmos erros. Escutem um pouquinho mais os fãs como vocês ate fizeram um pouco na terceira temporada! É o que pedimos. Isso sempre deu certo em Jornada nas Estrelas.

Star Trek: Discovery Season 3 Finale Spoilers: A New Captain Is Here |  IndieWire
E os roteiristas conseguiram o que queriam…

Batata Séries – Jornada Nas Estrelas Discovery (S03, Ep 12), Há Uma Maré… Uma Negociação E Um Jogo De Gato E Rato.

Star Trek: Discovery Season 3 Episode 12 Review: There is a Tide... | Den  of Geek
Arquitetando um plano de fuga…

E chegamos ao penúltimo episódio da terceira temporada de Jornada nas Estrelas Discovery, intitulado “Há Uma Maré…”. Esse episódio, escrito por Kenneth Lin e dirigido por Jonathan Frakes, confirma o arco final triplo iniciado em “Su’Kal”, com uma suficientemente boa ação e uma negociação no mínimo curiosa. Para podermos falar do episódio, os “spoilers” estão liberados.

O episódio começa com Osyraa dentro da Discovery e seus capangas simulando um ataque da nave Viridian contra a Discovery, com o objetivo da Federação abrir suas portas para a Discovery. Na estação da Federação, Vence, sem comunicações com a Discovery, hesita em deixar a nave entrar e mantém levantados os escudos do QG da Federação. A tripulação da ponte está confinada a uma sala e aquele vilão do segundo episódio que mais parecia um Al Pacino genérico (Zareh) aparece dizendo aos capangas que Osyraa não quer que se mate ninguém. É claro que ele também zoou a incompetência de Tilly no posto de capitã, com a nave sendo tomada muito facilmente. Ryn é colocado junto ao grupo. Enquanto isso, Book e Michael estão em dobra com a nave do primeiro, correndo para chegar ao QG da Federação, mas precisam passar pelos destroços de muitas naves sem colidir.

Star Trek: Discovery Season 3 Episode 12 Easter Eggs & References | Den of  Geek
Arrumando uma forma de entrar na Discovery…

A Discovery se aproxima dos escudos do QG e de um poço gravitacional. Para a nave não ser esmigalhada, Vence manda abaixar os escudos para a Discovery passar. A nave de Book também chega. Book e Michael jogam a nave onde estão dentro do hangar da Discovery antes dessa entrar no QG.

Osyraa vai até a Engenharia onde Stamets ainda está subjugado por uma espécie de máquina neural em sua cabeça. Ela fala com um cientista conhecido como Vigilante Aurélio, de sua confiança, que é paraplégico e estuda o motor de esporos, assim como Stamets. Osyraa e Aurélio parecem ser muito próximos. Ela bota uma operazinha andoriana para o cientista poder trabalhar melhor.

Star Trek: Discovery – Season 3, Episode 12 “There is a Tide...” Review:  The Tide is Turning, Indeed | TREKNEWS.NET | Your daily dose of Star Trek  news and opinion
Surge Aurelio, um personagem com nome de dicionário…

Michael vai atrás de Stamets para poder neutralizar o motor de esporos. Book coloca um aparelho de camuflagem dos sinais de Michael em seu braço. Como ele só tem um, não pode andar junto com ela, que vai sozinha “salvar o dia” nas palavras do próprio Book. Vence, depois de pensar um pouquinho com seus botões, percebe que Osyraa está na Discovery e manda cercar a nave com outras da Federação a postos para atirar. Mas Osyraa entra em contato e quer, diplomaticamente, conversar. Os dois começam uma longa conversa na presença de um holograma que é um detector de mentiras. Osyraa busca negociar uma aliança entre a Corrente Esmeralda e a Federação. Na ausência de dilítio, a Corrente tem uma estrutura capitalista bem montada de comércio, enquanto que a Federação é um símbolo de esperança, algo que a Corrente não tem. Os dois comem umas frutas, Osyraa uma maçã, que Vence diz que é sintética e feita das fezes da estação (literalmente uma maçã de merda), que Osyraa cospe. Vence resiste à visão capitalista de Osyraa alegando que a Corrente mantém a escravidão. A oriana diz que gastou capital político para abolir a escravidão na Corrente Esmeralda. O problema aqui é que a Corrente Esmeralda deixa de ser vista como uma facção criminosa e parece ser um órgão com governo próprio, parlamento, detentora de instituições científicas, etc. sendo mostrada nesse episódio de forma diferente do que entendemos no resto da série. Vence diz que, para fazer acordo, a Corrente Esmeralda precisa se afastar de civilizações pré-dobra como Kwejian. Osyraa, depois de saber que uma capanga de Zareh foi ejetada para o espaço, abre um texto sobre o armistício e propõe a retirada das civilizações pré-dobra por quinze anos, além de não violar a Primeira Diretriz. Vence pede um tempo para ler o armistício. Depois de ler, Vence acha o armistício um bom acordo, mas se pergunta quem representará a Corrente Esmeralda e se essa pessoa será independente o suficiente de Osyraa, que não é vista com confiança. Osyraa pensa em Aurélio, mas Vence ainda quer saber o grau de independência que esse representante teria com relação a Osyraa. Ela diz que esse representante não teria ligações com ela. Mas o holograma detector de mentiras diz que Osyraa mente. Vence ainda diz que o passado de Osyraa é de crimes e que esses erros precisam ser reparados. Osyraa fica verde de raiva, mas Vence, apesar de um tom de súplica muito estranho pedindo à Corrente para se unir à Federação, bate o pé com relação a Osyraa se confrontar com seus crimes num julgamento. A oriana perde a paciência e vai embora.

Book é capturado e colocado junto com a tripulação da Discovery. Já Michael estrangula um homem com a perna mas toma uma facada na mesma.  Com os transportes bloqueados por Osyraa, Michael se desloca pelos tubos Jefferies. Ela cauteriza sua ferida com um kit médico e manda uma mensagem para a mamãe Burnham falando da situação da Discovery. Mas Zareh localiza Burnham pelo comunicador que ela pegou do capanga que estrangulou. Ele manda mais de seus capangas para perseguir Michael. Mas ela simula um incêndio que aciona exaustores nos tubos Jefferies. Ela havia se amarrado num cano antes disso e uma capanga de Zareh é cuspida para o espaço pelo dispositivo antiincêndio. Burnham fala para Zareh que ele vai precisar de mais capangas (reguladores). E joga o comunicador fora para não ser mais encontrada.

Star Trek: Discovery' Season 3 Episode 12: Did the Federation make a  mistake by turning down Osyraa's deal? | MEAWW
Uma negociação…

Os tripulantes da Discovery simulam uma briga e descem a porrada nos capangas de Osyraa. Eles vão sair do cativeiro. Ryn consegue provocar uma interferência que vai mostrar muitos sinais de vida falsos. Book e Ryn vão permanecer na sala para atrasar os capangas enquanto a tripulação da Discovery sai pela nave. Mas Book e Ryn são capturados.

Stamets é tirado de seu “transe” e começa a conversar com o Vigilante Aurélio. Começa a rolar uma afinidade entre os dois pela ópera andoriana. Stamets começa a conversar sobre família, filhos, mas Aurélio quer saber sobre o motor de esporos. Stamets continua desconversando com o papo de família. Aurélio acha que Osyraa é uma pessoa maravilhosa, pois apostou nele, que é paraplégico, para a carreira de cientista. Mas Stamets fala dos defeitos de Osyraa que Aurélio não conhece. Michael entra na Engenharia e atordoa Aurélio e um capanga para salvar Stamets. Mas o Chefe de Engenharia quer voltar a Verubin para salvar Culber. Ele pira ainda mais na batatinha quando sabe por Michael que Adira está lá. Mas Michael confina Stamets num campo de força e pretende mandá-lo para o QG da Federação, pois assim Osyraa não poderá usar o motor de esporos. Michael usa o toque vulcano para desacordar Stamets. Stamets, quando acorda, já está no campo de força, e diz, aos berros, que aqueles que ele ama terão uma morte terrível na radiação de Verubin. Mas Michael diz que Osyraa usará Stamets e o motor de esporos para destruir a Federação. Stamets diz que a Discovery veio ao futuro por Michael, que a tripulação abriu mão de tudo por Michael e como ela pode fazer isso. Michael, chorando, apenas diz que sente muito. Stamets é cuspido para o espaço e enviado ao QG. Michael chora, chora, chora… mas para quando Zareh a rende com uma arma.

Star Trek: Discovery – Season 3, Episode 8 Recap: “The Sanctuary”
Osyraa fica verde de raiva com o fracasso das negociações…

Na ponte, Osyraa está de volta e ordena que Zareh procure a tripulação da Discovery. Ryn e Book estão na ponte. Aurélio também, sabe-se lá como, pois isso não ficcou explicado no roteiro, já que ele havia sido tonteado por Michael (ô roteiro mal escrito!!!). Osyraa pede para Aurélio sair da ponte, pois coisas violentas vão acontecer, mas Aurélio se recusa. Ela dá uma ordem para Ryn consertar os sensores, mas ele se nega. Book diz que tem como, em segurança, dar acesso ao dilítio da nebulosa Verubin a Osyraa. Mas mesmo assim, esta atira em Ryn que vira um monte de purpurina azul e some no fundo da Discovery. Osyraa dá a ordem de Aurélio aplicar em Book o soro da verdade para ele não mentir. Mas Aurélio está traumatizado com a violência de Osyraa.

A tripulação consegue chegar ao arsenal da Discovery, depois de pôr fora de ação mais capangas de Osyraa. Quando os tripulantes vão começar a pegar as armas, três robozinhos aparecem, dizendo que contêm os dados da esfera e que vão ajudar a tripulação. Fim do episódio.

Star Trek Discovery Season 3 Episode 12 “There Is a Tide…” | Tell-Tale TV
Ryn vai virar purpurina azul…

O que podemos dizer do episódio “Há Uma Maré…”? Em primeiro lugar, tivemos um bom episódio de ação. Toda uma operação de resgate de Discovery é posta em curso. Obviamente, Michael é escalada por Book para salvar o dia, mas ela não vai fazer tudo sozinha. A ela vai caber a tarefa de tirar Stamets da nave e da jogada, para que Osyraa não acione o motor de esporos, uma medida muito racional e coerente, não fosse por um pequeno detalhe: Stamets está desesperado em salvar Culber e Adira, as pessoas que ele mais ama e que não quer perder de jeito nenhum (ele já perdeu Culber uma vez, não quer perder uma segunda). Alguns podem dizer que essa é uma atitude egoísta de Stamets, mas ela ser colocada no episódio valeu para pelo menos uma coisa: quando Michael o obriga a ser expelido da nave, Stamets começa a dizer que a tripulação da Discovery fez tudo por ela e como agora ela tem a coragem de deixar Culber e Adira encararem uma morte horrível. Vemos mais uma vez o “faz o que quer” da Michael ser questionado no episódio, agora num desespero flagrante de Stamets (palmas para Anthony Rapp que convenceu muito em seu desespero). E Michael chorou e chorou (pelos registros do chorômetro, foram duas as vezes: nesta com Stamets e quando a moça deixa uma mensagem de despedida para a mãe). Apesar desse problema com Michael no episódio, não posso deixar de admitir que gostei da ideia do exaustor do sistema de incêndio do tubo Jefferies que cuspiu a capanga de Zareh para o espaço.

O núcleo da tripulação também foi bom, pois eles trabalharam em equipe para sair da situação de cativeiro. E os robozinhos, que até agora tinham uma posição periférica nos episódios, finalmente vão ajudar mais efetivamente a tripulação, pois eles contêm os dados da esfera, que quer proteger a tripulação de forma consciente. Confesso que quero ver muito isso no episódio final.

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Stamets e seu desespero com Michael.

O núcleo Stamets-Aurélio também foi interessante, sendo esse último personagem um sujeito gente boa que tem uma dívida de gratidão com Osyraa e que acaba se horrorizando com toda a venalidade da mulher verde. Ele e Stamets têm em comum o uso da ciência para fins pacíficos e quero ver o desfecho desse personagem. Espero que ele seja aproveitado para a quarta temporada e esses roteiristas não o matem no episódio final, pois seria um desperdício e uma burrice inominável. Ele seria uma ótima aquisição para o núcleo fofo de Stamets, Culber e Adira, algo que Discovery consegue fazer bem, apesar de não ser uma ficção científica ao estilo do que conhecemos em Jornada nas Estrelas.

Agora a negociação entre Vence e Osyraa. Duas coisas incomodaram. Primeiro, a atitude de súplica de Vence em fechar o acordo com Osyraa desde que ela aceitasse ser julgada pelos seus crimes. Isso não encaixou bem com o personagem de Vence, que sempre foi dotado de atitudes muito firmes durante a temporada e, agora no final fica implorando daquele jeito. Pegou mal. A outra coisa que incomodou foi a visão que o episódio deu da Corrente Esmeralda. Se nos episódios anteriores, a Corrente Esmeralda parecia muito mais um sindicato do crime com negócios escusos, no presente episódio vemos a Corrente como um Estado com parlamento e uma espécie de grande aliança comercial, com empresários capitalistas muito ricos detentores de grandes rotas comerciais, além de possuidora de renomados institutos de pesquisa. Ficou algo estranho. Com relação à visão capitalista da coisa, posso dizer que isso não me incomodou, já que, com a escassez do dilítio, os ditames do mercado voltaram nessa sociedade distópica e a Federação, que representa um fio de esperança e de utopia, deve ser realmente relutante em se aliar a uma organização capitalista que mantém a escravidão. Alguns podem reclamar dessa crítica ao capitalismo como agenda política, mas não será a primeira vez que Jornada nas Estrelas criticou o capitalismo que, apesar de ser o sistema vigente, é realmente cheio de falhas. Só seria um pouco estranho uma sociedade a mais de novecentos anos no futuro, em pleno século 32, adotar um sistema econômico vigente no século 21. Confesso que quando vejo um sindicato do crime como a Corrente Esmeralda em Jornada nas Estrelas, me lembro muito dos sindicatos do crime em Guerra Nas Estrelas, como o Sol Negro. Mas estes existiram há muito tempo numa galáxia muito distante e não no século 32 da Via Láctea (seria apenas no Quadrante Alfa???).

Dessa forma, “Há Uma Maré…” até foi um bom episódio de Discovery, pela interessante história de ação, pelo não protagonismo excessivo de Michael, pelo questionamento a liberdade para Michael fazer o que quiser e pelo papel da tripulação na operação de resgate da nave. O surgimento de Aurélio foi algo positivo e a tentativa de acordo entre Vence e Osyraa flertou com uma crítica ao capitalismo do século 21 pertinente, mas que parece um pouco estranha a uma realidade do século 32, mesmo que esta seja distópica. Esperemos como será o desfecho desse arco triplo.  

Star Trek Discovery - S03E12 - There Is A Tide... [Transcript] - Scraps  from the loft
O choro é livre…

Batata Séries – Jornada Nas Estrelas Discovery (S03, Ep 11), Su’Kal. Um Episódio Sacal?

Star Trek: Discovery Season 3 Episode 11 "Su'Kal" | Tell-Tale TV
Uma gata afetada pela radiação…

Dentre nossas análises de episódios de Jornada nas Estrelas Discovery, vamos ao décimo-primeiro episódio da terceira temporada, intitulado “Su’Kal”. O episódio foi escrito por Anne Cofell Saunders e os spoilers estão liberados.

Star Trek: Discovery – Season 3, Episode 11 “Su'Kal” Review: "I think we  may have just found the source of the Burn" | TREKNEWS.NET | Your daily  dose of Star Trek news and opinion
Uma nebulosa sinistra…

O episódio começa ainda na homenagem a Philippa e Adira se sentindo meio deslocada. Ma eis que surge o namoradinho do cabelo azul, se desculpando pelo sumiço e a moça mostra compreensão. Stamets descobre que a Khi’eth tem um sinal de vida. Saru acredita que é o filho da Dra. Issa, pois ela estava com marcas de gravidez no rosto. A Discovery vai para a nebulosa Verubin, mas ao entrar lá, a radiação é altíssima e os escudos começam a cair. Book se oferece para ir até lá, alegando que sua nave é protegida pela radiação, mas ele mente. Ele consegue as coordenadas da nave Khi’eth, que caiu num planeta. Essa nave está blindada contra a radiação. O planeta está num bolsão onde a Discovery pode ficar em segurança. Book retorna à Discovery debilitado pela radiação, mas ele tem como se recuperar. Segundo os dados coletados por Book, a Khi’eth caiu num planeta de dilítio maciço. Ou seja, a resolução do mistério da Combustão pode estar lá.  

Star Trek: Discovery Recap, Season 3 Episode 11: 'Su'Kal'
Tilly vai assumir o comando da Discovery…

Saru comunica a Vence o ocorrido e este fala que a Corrente Esmeralda faz exercícios militares perto de Kaminar, deixando o kelpiano preocupado. Vence assegura que Kaminar será protegida pela Federação e não quer que a Discovery vá defender o planeta, pois pode ser uma cilada de Osyraa para conseguir o motor de esporos. Um grupo avançado formado por Michael (obviamente), Saru e Culber irá ao encontro do kelpiano no planeta de dilítio. Michael está preocupada com Saru, já que teme que ele precise tomar decisões difíceis, pois um kelpiano está envolvido. Stamets também está preocupado com Culber, mas este insiste que precisa ir para ajudar Saru e o sobrevivente, tranquilizando o Chefe de Engenharia (um momento fofo do episódio). Na ausência de Saru, Tilly comandará a Discovery (isso mesmo, para quem pensou “Hein?”). Michael começa com um papo furado onde há embaixo do braço esquerdo da cadeira de capitão uma espécie de saliência que existe em todas as cadeiras de capitão (por se tratar de um defeito de fabricação), e que todos os capitães de naves estelares colocam o dedo em momentos de tensão, ou seja, uma conversa meio sonolenta somente para a Tilly também colocar o dedo na saliência, algo que não acrescenta nada à história e gasta uns minutos do episódio a troco de nada. A Discovery vai para o bolsão seguro em volta do planeta, mas mesmo assim os escudos diminuem. Culber atenta para o fato de que mesmo dentro da Khi’eth, eles serão afetados pela radiação e somente terão quatro horas de permanência na nave, apesar do uso de medicações preventivas.  Tilly diz que os escudos serão consertados em três horas e que a Discovery retornará para recuperar o grupo avançado antes das quatro horas de permanência no planeta. O grupo avançado se transporta e Tilly ordena o alerta escuro. Michael, Culber e Saru chegam a uma espécie de floresta. Mas há algo estranho. Michael está como uma trill, Culber como um bajoriano e Saru como um humano. E temos a oportunidade de ver a cara de Doug Jones!!! Confesso que essa foi disparada melhor coisa do episódio, já que Jones sempre teve que usar a maquiagem de borracha do kelpiano. Eles chegam à conclusão de que estão dentro de alguma espécie de programa holográfico que faz simulações (mais popularmente conhecido pelo pessoal do século 24 como holodeck, embora tenhamos visto uma espécie de holodeck já na série animada; calhou da tripulação da Discovery não ser muito íntima do holodeck e desconhecê-lo). O grupo avançado está com uma aparência diferente, pois isso faz parte da programação do holodeck. Eles saem à procura do kelpiano e encontram uma espécie de poço cheio de escadas. Eles encontram o kelpiano. Saru diz que eles são de fora do programa. Uma porta trancada é forçada por algo e abre, estando vazia do outro lado. O kelpiano, desesperado, diz que eles acordaram o monstro e sai correndo. Michael percebe que a porta foi arrombada por causa do medo do kelpiano. Michael acha que o kelpiano não conhece mais nada além do mundo do programa e sugere cautela a Saru no contato. O grupo se divide. Saru e Culber vão atrás do kelpiano e Michael vai ficar de olho na porta que foi arrombada. O capitão e o médico encontram um conjunto de hologramas que explicam que aquele mundo virtual foi criado para proteger o kelpiano até que um grupo de resgate viesse buscá-lo. Já Michael se encontra com o tal monstro que o kelpiano mencionou e toma uma carreira dele. Depois de “cair para cima”, Michael se depara com o kelpiano e começa a conversar com ele, fingindo que é um programa do holodeck. Ela tenta perguntar ao kelpiano, com muito cuidado, se ele se lembra de algo referente ao mundo exterior ao programa, mas a referência ao mundo exterior provoca medo nele e o kelpiano foge. Enquanto isso, Culber e Saru encontram um programa que é um kelpiano ancião contador de histórias. Eles descobrem o nome do kelpiano sobrevivente num desenho: Su’Kal, que significa um grande presente vindo depois de um grande sofrimento. Saru conversa com o ancião e este lhe diz que ele, assim como todo o holodeck, foi programado pela Dra. Issa, que sabia que estava morrendo pela radiação.  Saru pergunta ao ancião como eles podem achar Su’Kal. O ancião diz que quando Su’Kal está com medo, ele se esconde em sua fortaleza. Que ele precisa enfrentar seu medo (o tal monstro que partiu para cima da Michael) para poder se libertar do holodeck, assim como para libertar o próprio Saru e Culber. O tempo passa e o grupo avançado fica cada vez mais afetado pela radiação. Eles se encontram com Michael, que espreita Su’Kal sendo atacado por seu monstro.

Preview: Star Trek: Discovery - Season 3, Episode 11 "Su'Kal" New Photos +  Video Sneak Peek | TREKNEWS.NET | Your daily dose of Star Trek news and  opinion
Um Book útil no episódio…

Na Discovery, uma nave se aproxima. É a nave de Osyraa. Tilly manda camuflar a Discovery e a nave de Osyraa também se camufla. Osyraa se comunica e, depois de muita conversa mole com Tilly, com esta última querendo ganhar tempo, a oriana diz que quer a nave, o motor de esporos e a tripulação. Tilly se nega a entregar tudo isso. O medo de Su’Kal desestabiliza o dilítio da Discovery. Ou seja, é um kelpiano tresloucado pelo medo de seu monstro imaginário o motivo da Combustão (aff…). Osyraa vai atacar a nave e Tilly ordena que Stamets acione o motor de esporos. Este fica preocupado com o grupo avançado. Só que Book se oferece novamente para sair com sua nave e salvar o grupo avançado. Stamets se prepara para acionar o motor de esporos, mas os capangas de Osyraa invadem a nave e rendem todo mundo. A nave de Osyraa prende a Discovery com uns tentáculos, digamos, orgânicos.

No planeta, Saru canta uma cantiga de ninar para afugentar o monstro que aterroriza Su’Kal, mas este foge também. Book chega para resgatá-los, informando da presença de Osyraa, e Michael insiste que Saru e Culber permaneçam no planeta para acharem Su’Kal, enquanto ela volta para ajudar Tilly. Saru, embora esteja preocupado com a Discovery, concorda, já que ele tem uma ligação com Su’Kal por ser kelpiano (ou seja, mais uma vez Michael dá uma diminuída em Saru).  Michael diz que vai voltar e Culber diz que se passar mais um dia, não vai adiantar (não eram quatro horas?).

Star Trek Discovery” Season 3 Episode 11 Recap: Hard choices
Um Doug Jones de cara limpa…

Book não percebe que Adira estava escondida na nave com medicação contra a radiação e é surpreendido pela moça. Ela se transporta para a superfície do planeta. Book consegue transportar Michael para sua nave. A nave de Book vai em direção à Discovery, que salta com o motor de esporos, depois de Stamets ser condicionado a isso pelos capangas de Adira. A nave de Osyraa também salta juntamente com a Discovery, já que as duas estavam acopladas pelos tentáculos. Fim do episódio.

Star Trek Theory: Discovery's Monster Is Su'Kal's Mother - TaskCOMICS
Su’Kal, o kelpiano mais tresoloucado da galáxia e destruidor de dilítio…

O que podemos falar do episódio “Su’Kal”? Em primeiro lugar, finalmente temos a causa da Combustão revelada, algo que surpreende pois, com a experiência que temos com os roteiristas de Discovery, parecia que a coisa ia ser explicada somente aos quarenta e oito minutos do segundo tempo do último episódio. O problema foi o que causou a Combustão em si. Ao invés de ser um motivo mais ligado à ficção científica, a coisa pendeu para a direção de um fricote de um kelpiano infantilizado confinado num holodeck cuja programação lembra mais um cenário de fantasia do que de ficção científica. Ou seja, Discovery confirma mais uma vez os rumos que a Secret Hideout dá a Star Trek de transformar a série mais em algo fantasioso, chutando a ciência para escanteio ou para o pano de fundo. É por essas e por outras que vejo essas produções recentes como uma espécie de livre adaptação de Jornada nas Estrelas, cada vez mais destacada e livre de Jornada nas Estrelas. Apesar de tudo isso, tivemos algo legal no episódio, que foi ver, em toda essa simulação de holodeck, Doug Jones interpretando um Saru de cara limpa, sem toda a borracha da maquiagem, o que ajuda a compensar um pouco a causa da Combustão. Indo na vibe fantasiosa do episódio, os momentos em que Saru se lembrava de seu planeta e de sua cultura foram até bons (a conversa com o ancião kelpiano foi um momento legal do episódio), mas também foi usado como uma espécie de faca de dois gumes, pois Michael o usou como argumento para Saru estar emocionalmente envolvido com Su’Kal e não retornar à Discovery para defender sua nave como o capitão que é, com essa tarefa sendo atribuída a Michael, já que a Tilly, que assumiu o comando da Discovery, falhou nessa tarefa. Pelo menos Osyraa volta ao episódio fazendo o seu feijão com arroz de sempre, sendo a vilã má básica que dessa vez sequestrou a Discovery, um ponto muito bom do episódio. Só foram sofríveis alguns diálogos que ela foi obrigada a travar com a Tilly, assim como a conversa vazia que Michael e Tilly tiveram sobre uma saliência no braço da cadeira do capitão, que não acrescentou nada à trama. Ou seja, é Discovery novamente abusando dos diálogos ruins. O problema do tempo que os humanos aguentam a radiação foi outro ponto negativo. Falou-se que a bolha em volta do planeta era segura, assim como o interior da Khi’eth. Depois, a radiação era segura somente por um tempo, quatro horas, para depois passar ao limite máximo de um dia. Que se deixasse um dia desde o início. Pelo menos, usaram a Adira e suas medicações como um fator para se ganhar mais um tempo aí (e isso tirou a Adira da letargia ao qual ela foi um tanto submetida como auxiliar de Stamets nos últimos episódios).

Dessa forma, “Su’Kal” é um episódio que incomoda um pouco pela solução fantasiosa dada à Combustão, embora com uma pequena justificativa de tecnobabble, traz novamente os diálogos mal escritos de sempre, mas também teve pontos positivos como a face de Doug Jones e Osyraa sendo uma vilã convencional que dessa vez sequestra a Discovery e sua tripulação. Um episódio que não se fechou em si próprio, sinal de que podemos ter um arco final triplo agora, o que se espera que aconteça.

Star Trek: Discovery' reveals the cause of 'the Burn' in 'Su'Kal' and …  it's bizarre | Space
Osyraa. Sequestrando a Discovery no feijão com arroz…

Batata Séries – Jornada Nas Estrelas Discovery (S03, Ep 10), Terra Firma, Parte 2. O Adeus Da Imperatriz.

STAR TREK DISCOVERY Sneak Peek Season 3 Episode 10 'Terra Firma, Part 2'  S03E10 The Ready Room - YouTube
Uma Michael doidaça…

Dando sequência às nossas análises de episódios de Jornada nas Estrelas Discovery, chegamos ao décimo episódio da terceira temporada, “Terra Firma, Parte 2”. Um episódio que marca a despedida de Georgiou e dá mais um passinho na questão da Combustão. Lembrando que o episódio foi escrito por Bo Yeon Kim, Erika Lippoldt e Alan McElroy. Ainda, que os spoilers estão liberados aqui.

O episódio começa com Michael sendo levada a uma cela, implorando por sua morte, o que seria uma honra (me pergunto, é Universo Espelho ou Império Klingon?). Michael diz a Georgiou que a Imperatriz está ficando fraca e é isso que estimula as pessoas a tramarem contra ela. Georgiou diz que os súditos devem ter algo para viver, caso contrário eles sempre se revoltarão. Michael diz que Georgiou prometeu espólios e não há espólios na paz. Michael ainda menciona que uma coligação está sendo construída por vários planetas contra o Império Terrano. Mas a Michael tresloucada é colocada no agonizador e berra, berra, berra…

Star Trek: Discovery Season 3 Episode 10 Review: Terra Firma, Part 2 - TV  Fanatic
E tome agonizador!!!

Georgiou está em seus aposentos, assistindo a Michael pela TV quando Killy aparece, perguntando por que a Michael ainda está viva e lembra da necessidade de procurar os cúmplices dela. Georgiou diz que é melhor uma Michael viva e destruída, tornando-se uma súdita leal, do que morta, para ela ser um exemplo para os cúmplices. E pede que Killy, especialista em interrogatórios sob tortura, faça isso com Michael. É o que Killy vai fazer. Depois de muitas torturas, Detmer (que é uma das cúmplices de Michael) diz que Lorca não vai voltar e não faz sentido Michael morrer na prisão. E pede para Michael voltar para Georgiou, que acredita que sua filha pode mudar como Georgiou mudou. Georgiou, perto de uma Michael adormecida na cela, fala de infância da moça e de seu sonambulismo, quando ela foi parar num campo de vaga-lumes que a acalmou. Georgiou, então, deixa uma bola de vidro cheia de vaga-lumes do lado de Michael e sai da prisão. Michael acorda, vê os vaga-lumes e, como que por encanto, se torna mais dócil para a mãe.  Michael jura lealdade e que vai caçar seus cúmplices, matando-os. E assim ela o faz, com o compromisso de mostrar sua lealdade. Depois disso, Georgiou incumbe Michael de procurar Lorca para matá-lo. Numa conversa com Saru, Georgiou abre o jogo sobre o vahar’ai e diz que os kelpianos não enlouquecem com a transformação, pois ela viu um kelpiano que passou pelo processo que ficou vivo e se modificou, sendo um capitão de nave estelar, num outro tempo e lugar, tornando-se mais forte. Georgiou ainda fala para Saru passar essa informação para outros kelpianos e sobreviver. Saru diz que ela não é uma terrana e precisa voltar de onde veio ou a matarão se ela não fizer o que as pessoas querem. Mas Georgiou diz que está em seu lar.

Preview — Star Trek: Discovery Season 3 Episode 10: Terra Firma, Part 2 |  Tell-Tale TV
Killy, uma boa atuação de Mary Wiseman…

Um capanga de Lorca, Duggan, é localizado numa nave orbitando em Risa. Sua nave é neutralizada e Duggan é levado para a prisão da Discovery. Michael, Georgiou e mais alguns tripulantes vão falar com ele. Mas Michael o mata com um phaser e aponta o mesmo para Georgiou, junto com os demais tripulantes, traindo a Imperatriz novamente. Entretanto, um grupo fiel a Imperatriz liderado por Killy e kelpianos pós-vahar’ai tresloucados entra no recinto, abrindo fogo. Um tiroteio começa e Michael e Georgiou terminam num duelo de facas. Georgiou ainda tenta convencer a Michael Espelho, pior do que cão chupando manga, a ser boazinha. As duas acabam feridas no chão e Michael morre (de novo) na frente de Georgiou. A Imperatriz morre nos braços de Saru e volta para onde estava a Michael dos dreads e o velhinho metafórico e zoador, que por sinal se chama Carl (definitivamente, esse velhinho me representa!). É claro que Carl vai dar mais umas zoadinhas até ele se revelar como O Guardião da Eternidade da série clássica. Carl explica o que é o Guardião da Eternidade, e que se afastou de seu lugar original depois das guerras temporais. Burnham percebe que somente os dados da esfera, querendo ajudar a tripulação da Discovery, poderiam localizar o Guardião da Eternidade. Georgiou continua “morrendo” e Carl diz que ela foi mandada para o Universo Espelho para ser avaliada, para se verificar se ela faria escolhas diferentes de quando era do Universo Espelho e se descobrir qual seria o seu destino. Georgiou acha que falhou, pois a Michael morreu de novo. Mas Carl diz que não, que ela tentou mudar as coisas, mesmo que não tenha tido sucesso. E ela salvou um kelpiano (Saru Espelho), que vai salvar outros (Michael começa a chorar). Carl diz que vai mandá-la para um tempo onde os dois Universos ainda estavam alinhados (um dos poucos homens brancos bonzinhos da série). Depois de uma choradeira básica (e de Georgiou sugerir que Burnham pode ser capitã, argh!!!), a Imperatriz atravessa o portal.

Na Discovery, Adira e Stamets têm dificuldades para entrar no sistema da nave desaparecida dos kelpianos. Mas eis que surge Book com uma espécie de amplificador de sinal da Corrente Esmeralda, que ele conseguiu numa troca, para ajudar no rastreio da nave kelpiana. Numa comunicação de Vence com Saru, o primeiro gosta de saber da localização da nave kelpiana, embora condene o uso de um dispositivo da Corrente Esmeralda, pois ele pode afetar a Discovery. Book, que já usou o dispositivo em sua nave, confirma que ele é seguro. Vence autoriza o uso do dispositivo e quer informações atualizadas da nave kelpiana quando elas estiverem disponíveis.

Preview — Star Trek: Discovery Season 3 Episode 10: Terra Firma, Part 2 |  Tell-Tale TV
Uma aliança que foi temporária…

Michael volta à Discovery e diz que Georgiou não voltará mais. O episódio termina com a tripulação fazendo uma homenagem estranha a uma tripulante que dava coices e coices em todo mundo.

O que podemos dizer do episódio “Terra Firma, Parte 2”? Em primeiro lugar, esse é um episódio que encerra o ciclo de Philippa Georgiou na temporada (ou pelo menos é o que parece). A parte do Universo Espelho do episódio continuou um tanto tresloucada e caricata, embora com menos lápis no olho e uma Michael mais loucona ainda. A história não se desenvolveu muito, pois ficava naquela coisa de um conspirar contra o outro e a matança generalizada. Só vale destacar que tivemos boas atuações da Yeoh, que buscou redimir sua Michael Espelho, a Sonequa Martin-Green continuou, mais do que nunca, carregando nas tintas, sendo melhor que a Michael dos dreads, e confesso que gostei da atuação da Mary Wiseman, sendo bem perversa e não sendo a Tilly bocó que conhecemos. Então, apesar do núcleo do Universo Espelho não desenvolver muito uma história em si, tivemos essa diversão das caricaturas e a chance de ver alguns atores saindo da mesmice de seus personagens. Fiquei curioso com essa história dos kelpianos do Universo Espelho sobreviverem ao vahar’ai e provocarem mudanças. Fico imaginando uns kelpianos muito agressivos tocando o terror para cima dos terranos, o que daria um spin-off no mínimo curioso. Mas o melhor desse episódio foi o Easter Egg de Carl como O Guardião da Eternidade, onde ainda temos o velhinho metafórico e sacana, que, depois que se revela, se torna doce e terno, algo que tem que ser mencionado quando se trata de um personagem interpretado por um homem branco em Discovery. Suas falas sábias deram um sabor especial para a coisa e ajudaram a aguentar um pouco melhor a dose de melodrama da despedida entre Burnham e Georgiou.

Star Trek: Discovery Season 3 Episode 10: "Terra Firma, Part 2" Photos -  Page 2 - TV Fanatic
De volta a Carl…

Tivemos uma História B, onde mais um passinho na questão da Combustão foi dado, agora com a ajuda de Book que, para não passar a temporada como um personagem inútil (até se faz piada com isso), ele ajuda na localização da nave kelpiana. Mas essa História B foi tão curtinha e rápida que, pelo menos a gente espera que os próximos três últimos episódios foquem mais na questão da Combustão, agora que a série está na reta final. Só não vale a gente ver mais outras histórias destacadas da trama principal serem contadas e toda a questão da Combustão ser rapidamente resolvida no último episódio, como a gente tem visto nas últimas produções da Secret Hideout.

Star Trek: Discovery – Season 3, Episode 9 Recap: “Terra Firma, Part 2"
… o Guardião da Eternidade, o melhor momento do episódio…

Uma coisa que foi complicada e que soou muito artificial foi a despedida que a tripulação fez para a Georgiou, como se ela fosse uma grande pessoa, quando ela, na verdade, foi uma tremenda duma mala sem alça com muita gente. Uma cerimônia simples, de poucas palavras, com a Michael falando mais por ser mais próxima, seria de tom melhor.  Do jeito que a bajularam, parecia que Georgiou era uma amigona do peito de todo mundo, o que não foi verdade.

Star Trek: Discovery - Season 3, Episode 10 "Terra Firma, Part II" Review:  Hello Old Friend, Goodbye Old Friend | TREKNEWS.NET | Your daily dose of Star  Trek news and opinion
Curiosidade com os kelpianos pós vahar’ai do Universo Espelho…

Dessa forma, “Terra Firma, Parte 2” foi um episódio um tanto mediano de Discovery, mas que pelo menos deu um desfecho digno a Georgiou, que vai agora viver sua vida num Universo Híbrido. Um Universo Espelho caricato e tresloucado (o que foi bom) com uma história pouco desenvolvida (o que foi ruim). Uma História B que mais foi um caco de roteiro e um Guardião da Eternidade que foi legal. Nada mais do que isso.  

Star Trek: Discovery – Season 3, Episode 9 Recap: “Terra Firma, Part 2"
Tchau, Philippa (?)

Batata Séries – Jornada Nas Estrelas Discovery (S03, Ep 09), Terra Firme, Parte 1. De Volta Ao Universo Espelho.

Star Trek: Discovery Season 3 Episode 9 Review: Terra Firma, Part 1 | News  Break
Uma Georgiou surtadaça…

O nono episódio de Jornada nas Estrelas Discovery, Terra Firme, será dividido em duas partes e traz de volta à série uma fórmula que vimos na primeira temporada, que é o Universo Espelho. Confesso que gostei daquela sequência de episódios referentes ao Universo Espelho na primeira temporada e vejo com bons olhos que ela tenha retornado agora, pois traz alguma coisa de diferente para essa terceira temporada, que teve episódios muito repetitivos. Pode-se até dizer que a coisa destoou muito da história principal, que é a Combustão e suas causas. Mas a situação de Georgiou tinha que ser elucidada e isso começou a ser feito nesse episódio. Para podermos fazer uma análise mais aprofundada, precisaremos dos spoilers de sempre. O episódio foi escrito por Bo Yeon Kim, Erika Lippoldt e Alan McElroy.

O episódio começa com Culber conversando com Kovich (o personagem de David Cronenberg) sobre a doença de Georgiou. Kovich fala de um tenente-comandante de nome Yor, falecido, pois era um soldado do tempo da época da Guerra Temporal. Ele morreu pois fez muitas viagens no tempo, o que deteriorou suas moléculas, que estão acostumadas a viver em sua época original. O mesmo acontece com Georgiou, que ainda tem o agravante de ser de outro Universo. Culber pede uma solução para o problema de Georgiou ao computador, que diz que há uma. Enquanto isso, Georgiou procura pegar uma taça de vinho, mas sua mão se “esfarela” ao se aproximar da taça. Tilly se aproxima para falar com Georgiou e ela começa a disparar aquelas falas insuportáveis que vimos nos últimos episódios. Tilly oferece ajuda a Georgiou em virtude dos problemas que ela passa com sua mão. Georgiou então diz que sua mão está bem e atira um prato de comida na roupa de Tilly que fica toda suja (obviamente, ela não será presa, pois em Discovery, violar a hierarquia militar não significa nada e você pode jogar um prato de comida em sua Primeira Oficial numa boa). Burnham intervém para dizer que Culber quer conversar com Georgiou. O Doutor diz que a cura, segundo a esfera, está num determinado planeta. Seria mais uma vez os dados da esfera ajudando a tripulação da Discovery. Saru se opõe a levar Georgiou ao planeta, pois a Corrente Esmeralda faz exercícios militares próximos a alguns planetas. Mas Vence decide que a Discovery está autorizada a ir. Vence ainda pergunta se Michael está disposta a deixar Georgiou ir, já que as chances de vida dela são mínimas e, na segunda temporada, ela colocou muito em jogo ao não querer deixar Airiam morrer. Burnham diz que não vai repetir esse erro de novo. Todos são dispensados e Vence conversa com Saru em particular, dizendo que quando um tripulante se afoga, você não deve deixar que isso aconteça, pois sua tripulação não o verá mais do mesmo jeito, assim como você próprio não se olhará mais do mesmo jeito. Saru agradece o conselho.

Star Trek: Discovery Tries to Fix Georgiou In New Photos
Culber acha uma possível salvação para Philippa…

Georgiou, estressada como ela só, não gosta da ideia de ir a um planeta e está na academia da Discovery dando uns soquinhos. Burnham vai falar com ela, mas Philippa está mais estressada que o normal, e tenta dar umas porradas em Burnham, que se esquiva dos ataques. E diz a Georgiou que essa atitude de querer dar umas porradas é a saída do covarde. Burnham diz que não machucaria Georgiou, que dá um tapão na cara de Burnham. Philippa diz que a Burnham do Universo Espelho a teria matado de uma forma honrosa. E Burnham diz que isso não vai acontecer nesse Universo. Georgiou diz que Burnham não é muito diferente da Burnham do Universo Espelho. As duas têm a mesma necessidade de curvar as pessoas à sua vontade. A única diferença é que Burnham mente sobre isso para si mesma. No final das contas, Georgiou aceita ir, dizendo para o “Anjo Michael” a levá-la para a sua morte. Burnham bota no pulso de Georgiou uma espécie de monitor que lê suas funções vitais, não podendo ficar no vermelho, ou a vida de Georgiou ficará por um fio.

Ao chegarem ao planeta, Georgiou e Burnham, antes de descer à superfície, recebem a visita de Saru e Tilly, que se despedem amistosamente de Georgiou. Tilly, pasmem, chega a abraçar Georgiou. E isso depois de Georgiou humilhar sistematicamente os dois por episódios e episódios. Sei que tanto Saru quanto Tilly tomaram a atitude certa de não demonstrar rancor com Georgiou, mas a coisa não precisava ser tão humilhante. As duas chegam à superfície do planeta, muito gelado. Burnham abre sua holografia e vê a direção em que precisam ir.

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Uma afetuosidade exagerada…

Na Engenharia, Adira tem problemas para fazer o algoritmo e Stamets acha os problemas que impedem a realização do algoritmo e acha que a moça (ou eles, sei lá) está esgotada mentalmente de tanto trabalhar. Stamets ainda acha que Adira sente falta do namoradinho do cabelo azul. Ela diz que não e Stamets acha que o namoradinho está dando um tempo para Adira poder interagir mais com as pessoas. Mas ela não concorda com esse procedimento. O algoritmo termina de funcionar e Stamets percebe que há algo de novo ali sobre a Combustão. Ele pede que Adira chame Saru.

Book vai falar com Saru e diz que quer ajudar, que tem informações sobre a Corrente Esmeralda. Saru, desdenhando de uma informação que pode ser valiosa, diz que tudo deve ser feito ao seu tempo.  Ou seja, uma pequena fala para o personagem de Book aparecer no episódio que, a princípio, ficou muito solta. Espero que na segunda parte do episódio essa participação do Book tenha alguma razão de ser.

Star Trek: Discovery Season 3 Episode 9 Easter Eggs & References | Den of  Geek
Achando uma mensagem…

No planeta, Burnham e Georgiou chegam onde a holografia indicou e encontram um velhinho sentado num banco lendo um jornal e uma porta. A manchete do jornal fala que Georgiou tem uma morte dolorosa. O velhinho, cheio das metáforas, diz que Georgiou deve atravessar a porta, que é uma espécie de portal (eu particularmente gostei dessa parte meio doida do episódio, pois as duas, bem dentro do espírito imediatista millenium, queriam respostas rápidas para resolver o problema de Philippa, mas o velhinho meio que usou e abusou das metáforas, deixando as duas um tanto confusas). Georgiou decide atravessar o portal, pois vê aí a chance que o computador apontou. Burnham não quer que ela atravesse e Georgiou fala para Michael saber quando tem que calar a boca. E atravessa o portal.

Na Discovery, Saru vê os dados que Stamets e Adira conseguiram, que é uma mensagem de uma kelpiana que diz que a Dra. Issa da nave Khi’eth, dizendo que está presa e, seis meses antes, uma outra nave estava a caminho para resgate. A mensagem, segundo Stamets, tem mais de cem anos, de alguns anos antes da Combustão. Tilly diz que eles estavam investigando uma região de dilítio dentro da nebulosa de Verudin. A nave Khi’eth ainda transmite o sinal de socorro. Saru pede que investiguem sinais do interior da nave.

Star Trek: Discovery (Season 3 Episode 9) "Terra Firma Part 1", trailer,  release date - Startattle
Um planeta gelado…

Ao atravessar o portal, Georgiou está de volta ao Universo Espelho e é recepcionada por Killy, a versão maligna de Tilly. Conversando um pouquinho com Killy, Georgiou percebe que está no dia em que Lorca a traiu. E a Burnham do Universo Espelho também está de conluio com Lorca para matar Georgiou. As duas irão se encontrar e Georgiou, até porque passou tanto tempo em outro Universo, estranha as maldades de Burnham e a forma como os kelpianos são tratados. Georgiou consegue levar o Saru para seus aposentos e pergunta sobre um amigo dele, que está passando o vahar’ai, quando os kelpianos perdem os gânglios de medo e podem até ficar agressivos. Eles são mortos antes disso, sob a alegação de que ficarão loucos. Ela pergunta a Saru porque Michael a trai e ele diz que tanto Lorca quanto Michael temem que Georgiou tenha mudado e que tenha ficado fraca. Georgiou incumbe Saru de ser os olhos e ouvidos dela. Saru coloca o manto e a coroa em Georgiou e esta fica parecendo mais a Virgem Maria do que uma Imperatriz do Mal.

Numa cerimônia de homenagem à Imperatriz e à fundação da nave Charon, Georgiou discursa e Stamets faz menção de atacá-la com uma faca, mas Goergiou é mais rápida e o mata, também com uma faca. Michael fica surpresa e com cara de tacho. Georgiou fala de uma conspiração e que não vai permitir isso. Burnham faz uma salva de vida longa à Imperatriz e sai da cerimônia. Num dos corredores, Killy a espera e a sua traição é desmascarada, com Georgiou e muitos guardas armados em volta. Georgiou pede para Michael confessar sua traição para poupar sua vida. Michael diz que sempre ficou à sombra da Imperatriz, mas que Lorca a honra pelo que ela é (pareceu que ela ia chorar aqui). Ela confessa que traiu a “mãe” e pede que seja executada. Philippa pega uma espada e, na hora de cortar o pescoço de Michael, para a lâmina e diz que isso seria muito fácil, e sabe como a história termina, ou seja, as duas morrem. E diz que o futuro das duas ainda não está escrito, ordenando que Burnham seja levada para o agonizador. Killy dá uma pezada na testa de Burnham. Fim do episódio.

Star Trek: Discovery – Season 3, Episode 9 Recap: “Terra Firma, Part 1"
Um velhinho metafórico e zoador…

O que podemos dizer do episódio “Terra Firme, Parte 1”? Em primeiro lugar, confesso que esse foi mais um episódio de que gostei, pois mais uma vez a Burnham do nosso Universo teve uma atuação mais periférica na história. Esse é um episódio de Philippa Georgiou, acima de tudo. A coisa parecia que ia começar de forma bem desagradável, pois Georgiou estava novamente com aquelas falas muito irritantes e estava estressada além da conta, chegando a jogar comida na Primeira Oficial mais submissa de toda a franquia e de partir para cima de Michael. Mas sua participação no episódio melhorou bastante quando ela estava em seu habitat natural, que é o Universo Espelho. É claro que um tempo no nosso Universo deu uma amolecida em Philippa, pois ela estranhou um pouco a maldade da Burnham espelho e salvou Saru da janta. Mas a não execução da Michael Espelho obviamente não foi uma amolecida da Imperatriz, pois ela precisa salvar a própria vida e reescrever seu futuro e manter a Michael Espelho viva tem alguma ligação com isso. Todo o núcleo do Universo Espelho chamou a atenção até por ser bem caricato. Carregou-se muito nas tintas da maldade das pessoas, com direito a muitas expressões diabólicas e lápis no olho para tornar as pessoas mais, digamos, fatais. Os ornamentos foram exagerados como a Coroa de Virgem Maria da Georgiou, mas eu vi a coisa de uma forma um tanto divertida e quebrou as repetições que a gente viu nos episódios anteriores. A Michael caricata do Universo Espelho foi bem mais interessante e tresloucada que a chatice da Michael de nosso Universo. Só lamento que a Michael do Universo Espelho também tenha ensaiado um choro na hora em que sua traição é descoberta. Aliás, falando em Michael, esse é um episódio em que nossa protagonista foi zoada mais uma vez. Um tapão na cara dado por Georgiou, um velhinho a zoando com um monte de metáforas, Georgiou mandando ela calar a boca, uma pezada na testa que sua versão do Universo Espelho tomou de Killy. Ou seja, Michael, seja nesse Universo, seja no Universo Espelho, passou por alguns maus bocados dessa vez. Já disse uma vez que isso é bom para a personagem, pois faz parte da sua construção ela nem sempre ser levada a sério.

Star Trek: Discovery' revisits the Mirror Universe in 'Terra Firma, Part 1'  | Space
De volta ao Universo Espelho…

Houve uma pequena História B, onde mais um passo na elucidação da Combustão foi dado. Uma kelpiana entrou na história, onde a mesma estava na nave perdida na nebulosa Verudin. Infelizmente, isso não foi mais desenvolvido e só podemos dizer que a presença da kelpiana só aumentou ainda mais a vontade de Saru de buscar resolver esse mistério.

Star Trek Theory: Discovery Is Retconning The Mirror Universe
Uma Michael tresloucada…

Dessa forma, “Terra Firme, Parte 1” é um episódio de Discovery que chama a atenção, pois ele traz de volta o Universo Espelho, bem carregado nas tintas, com um tom exagerado e caricato que ficou até divertido por ter saído demais de algumas fórmulas repetitivas que apareceram nos episódios anteriores. Foi um bom episódio para Georgiou, tivemos uma Michael Espelho caricata que mais chamou a atenção do que a Michael dos dreads e houve mais um pequeno avanço no mistério da Combustão. Só devemos nos lembrar de que esse episódio ainda não acabou e há uma segunda parte, onde o mistério em volta de Georgiou ainda precisa ser resolvido.

Star Trek: Discovery' Season 3 Episode 9 Review: Philippa Georgiou makes a  glorious return to the Mirror Universe | MEAWW
Vixe…

Batata Séries – Jornada Nas Estrelas Discovery (S03, Ep 08), O Santuário. Finalmente Outro Bom Episódio.

Star Trek: Discovery Visits Book's Homeworld In New Photos From "The  Sanctuary"
Georgiou mais uma vez com falas insuportáveis…

O oitavo episódio da terceira temporada de Discovery, “Santuário” finalmente trouxe algo de bom, depois dos episódios de medianos para ruins que vimos nas últimas semanas. Um conjunto de histórias fragmentadas sem a Burnham por perto parece ser uma boa receita para dar alguma qualidade à série. Para podermos analisar melhor esse episódio, vamos precisar de spoilers. O episódio foi escrito por Kenneth Lin e Brandon Schultz e dirigido por Jonathan Frakes.

Qual é o plot? O episódio até começou mal, pois vemos Georgiou sendo examinada por Culber, com a primeira falando aqueles amaldiçoados diálogos extremamente agressivos para o Doutor. O que salvou aqui é que Culber andava para o tom ameaçador de Georgiou e, usando argumentos lógicos, conseguiu fazer ela ser examinada de forma mais detalhada. Já Burnham anda pelo corredor e encontra Book. Este diz que precisa ir para seu planeta natal Kwejian, pois recebeu uma mensagem de seu irmão, que lida há quinze anos com Osyraa e a Corrente Esmeralda, mas não sabe o que está acontecendo. Book teme que Osyraa vai destruir o planeta. Burnham diz para levar o assunto ao Almirante Vence e, na conversa com ele, sabemos de mais detalhes. Book diz que a Combustão danificou o subespaço, alterando a órbita da lua de seu planeta natal, o que mudou as marés e gafanhotos marítimos saíram do mar, comendo as plantações do planeta, colocando a população sob fome. A Corrente Esmeralda surgiu e ofereceu um repelente que levou os gafanhotos de volta para o mar. Em troca, os orianos receberam tranceworms (as lacraias gigantes do primeiro episódio). Osyraa agora está de volta. Vence não parece surpreso e diz que a Corrente Esmeralda é especialista em violar a Primeira Diretriz, dando a civilizações pré-dobra algo que elas precisam para mantê-las em suas mãos e há cinquenta sistemas estelares na mesma situação, que devem entrar em colapso. Vence ainda alega que não tem naves suficientes para interceder nisso. E não vai arriscar o motor de esporos. Book diz que só precisa de transporte. Saru propõe que a Discovery viaje como “observadora”. Se Osyraa sentir a presença da Federação, ela pode buscar uma abordagem mais diplomática.  Vence autoriza a ida da Discovery, mas com muita cautela, com uma postura defensiva, com a nave saltando a qualquer indicação de perigo, pois Osyraa não será com certeza nada diplomática.

Star Trek: Discovery Review: The Sanctuary (Season 3 Episode 8) | Tell-Tale  TV
Book. Problemas em seu planeta…

No ferro-velho da Corrente Esmeralda, o oriano sobrinho de Osyraa conversa com sua tia, que, apesar de Oriana, não tem qualquer sex-appeal (ela, inclusive, tem um nariz de batata igual ao de seu sobrinho). Osyraa fica revoltada com a fuga do andoriano Ryn. Ela transporta o sobrinho para uma cela bem comprida, onde surge uma lacraia gigante do planeta natal de Book que devora o sobrinho verde.

Depois de um diálogo bobinho entre Saru e sua Primeira Oficial Tilly, os dois vão à Engenharia para ver os resultados dos estudos de Stamets sobre os dados da Combustão e finalmente localizam o local onde a mesma ocorreu: uma nebulosa de nome Verubin. Adira diz que há um sinal vindo de dentro da nebulosa e é proposital, ou seja, está sendo enviado por alguém. As frequências do sinal estão em áudio e, dentro delas está a música tocada pelo namoradinho do cabelo azul de Adira e pela família do guardião da nave que contém sementes, que vimos no episódio “Morrer Tentando”. É também concluído que um sinal de socorro da Federação vem dessa nebulosa. Saru acredita que, nesse sinal de socorro pode vir alguma mensagem codificada. Stamets diz que a Adira pode escrever um algoritmo para decodificar essa mensagem. Mas a mocinha ficou triste quando Stamets se referiu a ela como ela. Ela quer ser chamada de eles, por causa de seus hospedeiros anteriores. Stamets, que quer ajudar Adira na sua aproximação com as pessoas, afetuosamente concorda.

Star Trek Discovery - S03E08 - The Sanctuary [Transcript] - Scraps from the  loft
Gafanhotos marinhos…

Book e Burnham conversam sobre o irmão do primeiro, que não é biológico. Os dois irmãos romperam relações quando o irmão de Book começou a caçar lacraias gigantes para dar para a Corrente Esmeralda. E que, agora, a prioridade é seu planeta natal.

A Discovery salta para Kwejian depois de Saru falar um “Execute”, que pega todos de surpresa. É detectada uma nave armada chegando, embora ainda demore algum tempo para isso. É a nave Viridian, de Osyraa. Burnham e Book descem à superfície. A primeira tem ordens expressas de retornar à qualquer sinal de problemas.

Star Trek: Discovery – Season 3, Episode 8 Recap: “The Sanctuary”
Uma vilã verde com nariz de batata…

Georgiou é submetida a novos exames enquanto Stamets e Adira fazem um duo de violoncelo e piano. Ela (ou eles) sente a presença do namoradinho do cabelo azul que, entretanto, não fala mais com ela. Stamets sugere que talvez ele precise de um espaço. Ryn vai conversar com Saru e Tilly, dizendo que precisa descer à superfície de Kwejian. Mas a nave da Corrente Esmeralda chega em quinze minutos e Burnham e Book estão dentro de uma área de segurança do planeta, que não permite transporte. Em Kwejian, Book e Burnham se deparam com os tais gafanhotos marítimos. E são rendidos pelos irmãos de Book. O irmão de Book se chama Kyheem, e é guardião do Santuário do planeta. Depois de umas trocas de hostilidades com Book, Kyheem diz que Osyraa quer o andoriano Ryn. Enquanto os dois irmãos trocam mais hostilidades (Book não se conforma em ver o irmão com ligações com a Corrente Esmeralda e Kyheem não tem outra escolha para salvar seu planeta dos gafanhotos, além de ficar chateado com Book que se mandou na hora de maior adversidade do planeta), a Viridian chega. Saru ordena que Burnham seja avisada para retornar à Discovery. Osyraa entra em contato e quer que a Discovery transporte Ryn para a sua nave. Mas Saru começa toda uma argumentação que Osyraa não aceita. Ela diz que a Federação não quer uma guerra com a Corrente Esmeralda e a Discovery tem cinco minutos para entregar o andoriano. Osyraa também entra em contato com Kyheem e diz que quer Book. Mas o irmão reluta em entregá-lo. Osyraa o ameaça, bombardeando o planeta para destruir as florestas (mais uma metáfora para os danos atuais ao meio ambiente, já vistos na série anteriormente). As defesas do planeta se enfraquecem. Na ponte da Discovery, Saru pergunta a Ryn por que ele é procurado por Osyraa e este só fala que não pode dizer. Saru ordena que as armas sejam preparadas, enquanto que Burnham e Book correm pela floresta para os sistemas de defesa do planeta, não podendo ser transportados para a Discovery e sem contato com a nave. Para não envolver a Federação no conflito, Tilly sugere o uso da nave de Book com Ryn, que conhece os pontos fracos do inimigo, e Detmer pilotando, para atacar a Viridian. A gatona mágoa pula no colo de Ryn que, como bom andoriano sensível, começa a gritar horrorizado. Detmer coloca os controles no manual e se diverte como se jogasse um videogame. No planeta, Burnham e Book saem na porrada com os capangas de Kyheem. Estamos no momento de ação do episódio, seja no solo, seja no espaço. Derrotados os capangas, chega a hora dos dois irmãos saírem no braço. Depois que Kyheem é rendido, Book diz que sabe que Osyraa quer ele, e que seu irmão sabia disso o tempo todo. Book tira a arma que Michael usa para render Kyheem e coloca nas mãos do irmão dizendo para ele entregá-lo para Osyraa. Mas o irmão cede e abaixa a arma.

Star Trek: Discovery Visits Book's Homeworld In New Photos From "The  Sanctuary"
Boa participação de Culber no episódio…

No exame de Georgiou, ela tem novamente a visão que atormenta e acorda, aos gritos. Fala uma coisa ofensiva para Culber e sai da Enfermaria.  Ela tenta acessar os dados de sua tomografia num console durante o alerta vermelho emitido por Saru, mas é surpreendida por Culber, que diz que Georgiou foi um risco para Michael e que eles devem achar um lugar mais calmo para conversar.

Com a Viridian danificada, Saru entra em contato com Osyraa e oferece ajuda. Mas a oriana não quer saber desse papo furado e ameaça a Discovery e a Federação. E tira a nave dali. Kyheem se desespera com o destino de fome de seu planeta, Burnham, como quase não participou do episódio, sugere que os irmãos, que são sensitivos (as testas deles acendem que nem uma árvore de natal), se unam para mandar uma mensagem para os gafanhotos voltarem ao mar, que será amplificada pela Discovery, o que acaba dando certo e levando os dois a fazerem as pazes.

Star Trek: Discovery - The Sanctuary
Dois irmãos, cada um com seu ponto de vista…

No refeitório, enquanto Detmer fala de suas proezas na nave de Book, Tilly conversa com Ryn. Este diz que quando era criança, que ouvia histórias ruins a respeito da Federação. Tilly retruca dizendo que isso não existe. Mas Ryn dá uma informação importante e diz que a Corrente Esmeralda está ficando sem dilítio e por isso Osyraa o quer de volta, já que Ryn era o único a saber que a Corrente está ficando sem dilítio. Mas, contando a Tilly, agora a Federação também sabe. Enquanto Book e seu irmão se despedem, Culber encontra Stamets na Engenharia (e como ficou a conversa com Georgiou?) com Adira dormindo. Eles falam sobre a moça que diz que está acordada. Imediatamente eles se referem a Adira o tempo todo como “eles”, o que desperta um sorriso “dela”, avisando que vai dormir. O episódio termina com Book dizendo a Michael que quer fazer o que a Federação fez por seu planeta a outros planetas e  Michael pegando duas ferramentas para consertar a nave de Book, avariada no ataque a Viridian (seria isso um alívio cômico se referindo à onipotência da Michael?).

O que podemos dizer do episódio “O Santuário”? Em primeiro lugar, confesso que fiquei surpreso com esse episódio, que gostei muito. Já fazia algum tempo que isso não acontecia, pois gostei somente dos dois primeiros episódios, achando os demais regulares ou até fracos. Mas o que fez esse episódio ser bom? Tivemos várias histórias. Uma História A passada no planeta natal de Book, que se focou mais no desentendimento entre Book e seu irmão, com a Michael sendo uma espectadora da trama, que pouco influenciava na história. Ou seja, a velha equação de que o episódio melhora quando a Michael deixa de ser a onipotente protagonista funcionou aqui mais uma vez. A briga entre os irmãos foi muito interessante, pois não houve um maniqueísmo na coisa. Cada um tinha sua dose de razão em seu ponto de vista. Se Book não se conformava em ver o irmão e a família aceitarem os ditames de um sindicato do crime, por outro lado Kyheem não tinha escolha, pois precisava da ajuda de Osyraa para o povo de seu planeta não morrer de fome, além do fato de Kyheem não aceitar que Book tenha ido embora justamente quando o planeta deles passava pelas maiores dificuldades. Falando em Osyraa, esta se revelou uma vilã bem interessante, fazendo o popular “feijão-com-arroz” não falando diálogos horrorosos como os escritos para Georgiou, que novamente deram o ar de sua (des)graça. Ainda, o episódio metaforizou a mensagem de preservação do meio ambiente, onde um planeta florestal foi atacado pelos impiedosos tiros da nave de Osyraa. E os gafanhotos foram para o mar porque quiseram e atenderam um pedido dos dois irmãos. Confesso que não sou contra essas metáforas, que já foram usadas exaustivamente em Jornada nas Estrelas (mais uma vez as baleias mandam lembranças). No mais, novamente tivemos uma História B altamente fragmentada em histórias menores, onde o foco ficou na tripulação da Discovery. O núcleo Culber/Georgiou ficou bom principalmente por Culber, que não se deixou dobrar pelas ameaças de Georgiou. Só ficou uma grande cara de furo de roteiro ver o Doutor indo ter uma conversa particular com Georgiou e, depois, ele estar com Stamets e Adira, sem presenciarmos o desfecho da conversa com Philippa. A dupla Ryn/Detmer também funcionou muito bem, embora um andoriano medroso ainda incomode um pouco. E o relacionamento entre Stamets e Adira deu um tom de delicadeza ao episódio, sem carregar nas tintas do melodrama.

Detmer & Ryn vs Osyraa's Ship - Star Trek Discovery 3x08 - YouTube
Momento “Star Wars” do episódio…

Com relação ao avanço no arco principal, a musiquinha estranha se associou a um pedido de socorro que vem da fonte da Combustão. E a falta de dilítio que a Corrente Esmeralda sofre é uma informação estratégica para os mocinhos se protegerem de um ataque de Osyraa que, espero, ainda apareça nessa temporada (que Discovery não estrague essa boa ideia).

STAR TREK: DISCOVERY Review: "The Sanctuary" • TrekCore.com
Revelando um segredo da Corrente Esmeralda…

Algumas coisas incomodaram. Além do já mencionado furo de roteiro com Culber e Georgiou, a ideia de isentar a Federação de um conflito usando a nave de Book para ataque não convenceu nem quem acredita em Papai Noel. E uma nave tão pequena provocar tantos danos à poderosa nave de Osyraa parece uma forçada de barra. Mas, depois que Poe Dameron peitou um destróier imperial com seu X-Wing, tudo parece possível. E, se me permitirem um exemplo histórico, pequenos e ágeis barcos gregos destruíram os grandes, poderosos, mas lentos barcos persas, perfurando os seus cascos na Baía de Salamina. E foi legal ver a Detmer brincando de videogame, desencanando um pouco de suas pirações.

Desta forma, apesar de um problema ou outro, “Santuário” é um bom episódio de Discovery, pois tem uma História A que não foca tanto em Burnham e uma História B fragmentada em várias histórias menores que abordam mais a tripulação da Discovery, um fator que melhora a qualidade do episódio quando usado. Esperemos que esse modelo seja seguido nos episódios restantes.

Star Trek: Discovery' Season 3 Episode 8: Adira insists on non-binary  pronouns, fans call Stamets 'space dad' | News Break
Momento fofo do episódio…

 

 

Batata Séries – Jornada Nas Estrelas Discovery (S03, Ep 07) Unificação III. Desconstruções E Mais Do Mesmo.

Star Trek: Discovery Season 3 Episode 7 Review: Unification III | Den of  Geek
Buscando uma triangulação…

O sétimo episódio de Jornada nas Estrelas Discovery não trouxe nada de novo, apenas mais do mesmo. Mais um passo na elucidação do problema da Combustão, o protagonismo excessivo e sufocante de Michael Burnham e mais um passo na desconstrução de Jornada nas Estrelas em Discovery, onde somente o nome da franquia fica nessa série que começa a cansar alguns fãs (eu ainda não me incluo nisso, ainda…). Para podermos analisar o episódio, os spoilers de sempre são necessários. Esse episódio foi escrito por Kirsten Beyer.

Star Trek: Discovery Season 3 Episode 7 Review: Unification III - TV Fanatic
Uma nova Primeira Oficial???

O episódio começa com Burnham ainda se lamentando do rebaixamento que sofreu, achando que não tem mais espaço na Discovery e, principalmente, não se encaixa nela. Ela vai conversar com Tilly, que diz que há uma defasagem no tempo de duas naves que explodiram na Combustão. Mas falta mais um ponto para fazer a triangulação e descobrir a fonte da combustão. O dados da caixa preta achada por Book ainda estão sendo trabalhados. Burnham fala de uns sensores de uma tal experiência SB-19 que poderiam dar dados suficientes para localizar a Combustão. Mas não se sabem onde estão os dados. Então, Burnham vai perguntar se o Almirante Vence sabe de algo. Ele diz que os dados estão em Ni’Var, novo nome de Vulcano (mais um passo na desconstrução de Jornada nas Estrelas em Discovery). E, agora em Ni’Var, vulcanos e romulanos vivem juntos, graças aos esforços de Spock (fazendo a ponte com os episódios Unification e Unification II de TNG). E Ni’Var deixou a Federação há quase cem anos (é muita gente deixando a Federação, dá até para desconfiar de alguma coisa que os escritores podem fazer, esculhambando ainda mais a já esculhambada Federação em Discovery). E mais: foram os vulcanos que quiseram sair da Federação. Os romulanos queriam continuar a fazer parte.  Vence ainda diz que o SB-19 foi uma contribuição de Ni’Var para ajudar a tentar resolver o problema da falta de dilítio, ainda antes da Combustão. O SB-19 era uma nova tecnologia que transportaria as naves rapidamente, assim como o motor de esporos. Mas os cientistas vulcanos acharam que era algo muito perigoso e abandonaram o projeto SB-19. Entretanto, a Federação ordenou que prosseguissem, pois era a alternativa mais promissora ao dilítio na época. Assim, os vulcanos acham que a Federação os forçou a causar a Combustão. E, então, os vulcanos deixaram a Federação e ocultaram a informação do SB-19. Burnham diz que tem a informação de que a Combustão começou por outros motivos alheios aos vulcanos. Vence acha que Burnham, como irmã de Spock, é a melhor alternativa para convencer os vulcanos de que eles não têm qualquer responsabilidade na Combustão. E insiste nisso, mesmo quando Saru diz que ela não é mais a Primeira Oficial (agora é Vence que diz que Burnham tem que salvar o dia). Ele ordena que a Discovery vá com Burnham representando a Federação, mesmo que Burnham agora não se sinta como uma representante da Federação.

Star Trek: Discovery' Season 3 Episode 7 Review: Spock's last mission wraps  up myths around an emotional center | MEAWW
Um easter egg hipócrita…

Burnham vê uma gravação de Spock Nimoy (um easter egg para os fãs) falando da tentativa de Unificação entre vulcanos e romulanos feita por ele. É o primeiro choro de Burnham do episódio (não, acho que o segundo, ela já tinha chorado com a Tilly anteriormente). Enquanto isso, Saru pede que Tilly seja a sua Primeira Oficial interina. A própria Tilly, que é alferes, se sente incompetente para o cargo. Mas Saru insiste, dizendo que viu Tilly se adaptar às piores adversidades e que ele acredita que ela vai dar importância às necessidades da Frota Estelar e da Federação. E dá um dia para ela decidir. Ela pergunta a Stamets o que ele acha da situação e ele responde que é perturbadora. Mas a conversa é interrompida por outra tripulante e Tilly não termina de conversar sobre isso com Stamets.

A Discovery vai para Ni’Var. Um holograma de T’Rina, presidente de Ni’Var, entra em contato. Mas ela não quer entregar os dados do SB-19, pois isso tem implicações políticas e culturais e Ni’Var está com as relações entre vulcanos e romulanos abaladas desde a Combustão. Burnham, então, como graduada da Academia de Ciências de Vulcano, invoca o T’Kal-in-ket. T’Rina diz que vai convocar o Conselho e sua holografia some. O T’Kal-in-ket é um processo filosófico projetado para descobrir verdades, sendo considerado um dos motores que levou Vulcano ao avanço científico. Uma vez pedido, ele não pode ser negado. Burnham terá que defender sua hipótese frente ao Instituto de Ciências. Burnham terá uma shalankhakai, uma espécie de advogada, que é da ordem Qowat Milat (vista na série Picard), que trabalham com causas perdidas e são árduas defensoras da verdade. A técnica do T’Kal-in-ket é desacreditar quem o pede, e isso seria um desastre se acontecesse com a irmã de Spock (ou seja, pela quarta vez, a Discovery, mais exatamente Burnham, tem que provar suas boas intenções para uma civilização). T’Rina ainda diz a Burnham para ser sincera, especialmente consigo mesma. A “advogada” de Burnham será exatamente a sua mãe (terceiro choro de Michael no episódio). As duas conversam sobre a insegurança de Michael permanecer na Frota Estelar ou não. E a mãe de Michael diz que será praticamente impossível Burnham conseguir os dados da SB-19. A mãe de Michael ainda fala sobre os três nativos que ela terá que convencer. N’Raj é um romulano ancião que quer mais autogoverno; V’Kir é um jovem vulcano purista; e Shira é a representante dos mestiços entre vulcanos e romulanos. Os três têm seus interesses próprios.

Star Trek: Discovery – Season 3, Episode 7 Recap: “Unification III”
Mais um líder de uma civilização que exige provas de boas intenções…

Numa conversa entre T’Rina e Saru, ela diz que a escassez de dilítio foi causada em parte pelo tamanho da Federação e, para resolver esse problema, a Federação ampliou os seus membros além da capacidade. Ao servir a muitos, a Federação ignorou as necessidades de poucos. Saru diz que a Federação deve ter aprendido a lição, pois as maiores lições vêm com o pagamento dos maiores preços. E a Federação pagou muito caro.

Começa o T’Kal-in-ket. Burnham tenta expor seus argumentos, mas é vorazmente atacada por V’Kir. N’Raj se coloca um pouco ao lado de Burnham, mas V’Kir se lembra dos conflitos provocados pelos romulanos e pelos mestiços romulano-vulcanos. V’Kir pede a anulação da reunião, mas não há consenso.  A mãe de Michael pede um intervalo na reunião para mais reflexões e diz à filha que ela não é de confiança, pois não está dizendo a verdade, pois não sabe se vai ficar na Frota Estelar ou não, o que deixa Burnham perplexa. A sessão recomeça e é perguntado para Burnham se ela pede os dados do SB-19 em nome da Federação e ela diz que sim e que podem confiar na Federação. Mas a mãe de Michael, como boa Qovat Milat, questiona sua confiabilidade e desfila um rosário de insubordinações da Michael desde a batalha das estrelas binárias. E ainda a atiça mais, falando de suas inseguranças e fraquezas desde a infância. Burnham será obrigada a argumentar com a mãe para provar a sua confiabilidade para com a Federação perante os membros do conselho. E faz toda uma série de perguntas para sua mãe para comprovar isso. Depois de tudo, a mãe pergunta por que ela se questiona de se deve estar ou não na Federação. Chorosa (quarta vez), Burnham diz que tem medo de fazer as coisas erradas e perder todos que ela ama. A mãe de Burnham, então, se volta para o Conselho e diz que agora a filha fala a verdade. Os três inquiridores continuam se desentendendo sobre a questão de entregar os dados do SB-19 e ficam à beira do conflito. Burnham, para evitar as agressividades, retira o seu pedido, dizendo que vai continuar a procurar dados que ajudem a entender a Combustão, e tudo o que ela achar enviará para Ni’Var, sem pedir nada em troca. E dá a eles a confiança como membro da Frota Estelar (ou Federação?). E sai da sala. Nos seus aposentos, ela recebe sua mãe, que diz que T’Rina se convenceu de que Burnham é confiável e vai lhe dar os dados do SB-19. T’Rina ainda diz que Spock se tornou quem é por causa de Burnham (ai, ai…). Quinto choro da protagonista no episódio, que abraça a mãe.

Review: 'Star Trek: Discovery' Comes Together In “Unification III” –  TrekMovie.com
T’Kal-In-Ket, um nome vulcano para saia justa…

Tilly é surpreendida por Stamets, que reuniu toda a tripulação para dizer para ela aceitar o cargo de Primeira Oficial. Burnham aparece e Tilly diz que queria a “bênção” da protagonista para ser a Primeira Oficial. Burnham diz que Tilly não precisa disso. Burnham confirma que vai ficar na tripulação. O lugar dela é com a tripulação. Fim do episódio.

O que podemos falar do episódio “Unificação III”. Em primeiro lugar, como dito acima, tivemos poucas novidades. E até algumas repetições. Mais uma vez, a tripulação da Discovery, principalmente a Michael, com mais um protagonismo excessivo, precisa mostrar que é confiável para uma civilização. Essa é a quarta vez que isso acontece, se tornando algo bem cansativo. Foi um episódio que usou e abusou dos diálogos que até estavam mais bem escritos dessa vez, mas que exigem uma atenção grande do espectador para entender a história. Se por um lado foi interessante ver vulcanos e romulanos vivendo juntos, mesmo que haja conflitos mal resolvidos entre eles, por um outro lado foi simplesmente lamentável ver que o planeta não se chama mais vulcano e sim Ni’Var. Esse é um processo de desconstrução que o Universo de Jornada nas Estrelas sofre gradativa e estruturalmente no século 32 de Discovery. Creio que a única ligação que essa série terá com Jornada nas Estrelas no futuro será somente o nome da franquia mesmo. É por essas e por outras que há muito tempo considero Discovery (e tudo produzido de 2009 para cá com o nome Jornada nas Estrelas), como uma livre adaptação de Jornada nas Estrelas. Mas se esse processo de desconstrução continuar a passos largos como está continuando, talvez nem isso mais a gente possa fazer. Nem o easter egg da face de Nimoy parece apagar essa impressão ( easter-egg parece até algo hipócrita, frente à tanta desconstrução). E, se nos lembrarmos, Discovery já está fazendo referências desse Universo criado por Kurtzman, quando evoca o Qovat Milat de Picard, com mais riqueza de detalhes do que as referências aos episódios sobre a Unificação em TNG.

Star Trek: Discovery" Season 3 Episode 7 Recap: The needs of the many
Mamãe Qovat Milat. E a mamãe virou carola…

Tivemos uma curta História B, onde Tilly se torna a Primeira Oficial da nave (algo um tanto surpreendente, pois nem a personagem, que é alferes, acreditou), onde pudemos ver, quase que de relance, uma história com a tripulação da Discovery. Ainda, tivemos diálogos muito bons entre Saru e T’Rina sobre futuras negociações entre Federação e Vulcano (Ni’Var que vá para o raio que o parta!!!), com uma pista do que ajudou a provocar a escassez de dilítio, que foi o fato da Federação abrigar mais planetas do que pode, um dado interessante que, esperemos, possa ser mais bem trabalhado no futuro.

Star Trek: Discovery Review - 'Unification III' - Back to Vulcan!
Um vulcano casca grossa…

O que podemos falar da História A, além da overdose óbvia de Michael Burnham? As dúvidas da personagem sobre se ela se encaixava ou não na Frota Estelar acabaram chegando a um ponto crítico, pois começaram a atrapalhar suas missões obcecadas (no caso atual, obter os dados do experimento SB-19). E aí, ela teve que se decidir rapidinho, estimulada pela “mamãe Burnham” do Qovat Milat. Sei não, acho que eu preferia que ela chutasse o pau da barraca de uma vez e sumisse com o Book, ajudando a tripulação da Discovery de um ponto de vista mais externo. Será que estamos vendo mais uma boa ideia de Discovery sendo mal aproveitada? De qualquer forma, foi bom ver a mamãe pisando um pouco nos calos da filha e fazendo ela se resolver perante um grupo de vulcanos, romulanos e mestiços. Agora foi complicado ver os vulcanos se convencendo de entregar o SB-19 com um argumento mais emocional do que qualquer outra coisa. Esse SB-19 poderia ter sido entregue em outro episódio, fazendo essa ideia render mais e não ser resolvida tão rapidamente em apenas um episódio.

Star Trek: Discovery season 3, episode 7 recap - "Unification III"
Chorômetro da Batata: cinco vezes nesse episódio, fora os chuifs…

Dessa forma, “Unificação III” foi um episodio mediano (talvez o mais fraco do que tenhamos visto até agora) de Discovery. O protagonismo exagerado de Burnham e a desconstrução de Jornada nas Estrelas em Discovery, além da repetição de algumas ideias já vistas em outros episódios cansam e já estão deixando parte do fandom de saco cheio. Vamos ver o que vem por aí.  

Star Trek: Discovery: Season 3 Episode 7, "Unification III" Photos
Aceita, Tillyzinha, aceita!!!! (SOCORRO!!!!)

  

Batata Séries – Jornada Nas Estrelas Discovery (S03, Ep 06), Piratas. Mais Uma Vez Violando A Hierarquia.

Star Trek: Discovery' borrows from 'The Running Man' in season 3, episode 6  'Scavengers' | Space
Uma gata perplexa…

O sexto episódio de Jornada nas Estrelas Discovery, “Piratas” tem como tema principal mais uma vez a violação da hierarquia. E expedientes que busquem justificá-la, embora desta vez tenham havido conseqüências. Para podermos analisar esse episódio, os spoilers estarão liberados. O episódio foi escrito por Anne Cofell Saunders.

Qual é o plot? A Discovery sofre uma série de reformas que a tornam mais adaptada ao século 32 e agora seu número de série é NCC-1031-A. Vence diz que a Cadeia Esmeralda, do sindicato do crime andoriano-oriano, está nas cercanias do planeta Argeth, com a Federação devendo ficar de prontidão para qualquer movimento e, principalmente, a Discovery, com seu motor de esporos. A tripulação da Discovery recebe uma nova insígnia que vem com comunicador, tricorder e transportador. De repente, a nave de Book chega sem Book mas com seu gato Mágoa (Ou Rancor, depende da criatividade de quem traduz). Book deixa uma mensagem falando sobre uma caixa preta que pode ter as respostas para as causas da combustão, que está em território da Cadeia Esmeralda. Ele foi investigar e programou a nave para ir em direção à Federação caso ele não voltasse em um dia. A mensagem já tem três semanas e, obviamente, Burnham quer pegar a Discovery para ir atrás de Book, mas Saru deixa bem claro que a Discovery está de prontidão para qualquer problema em Argeth (vemos como Saru está bem mais antenado com as obrigações da Federação agora). Burnham, então, decide mais uma vez quebrar as regras e ela vai, às escondidas e com a nave de Book, para salvá-lo, juntamente com Georgiou. O mais curioso é que Georgiou alerta que a insubordinação de Burnham coloca Saru numa situação perigosa. E Burnham, sem medir as conseqüências, retruca dizendo que prefere se arrepender por algo que fez do que por algo que não fez. Pelo menos, Georgiou zoou Burnham dessa vez, dizendo que ela está apaixonada por Book, e nossa protagonista negou. Mas Georgiou começou a ter umas estranhas visões, onde parecia testemunhar uma pessoa morrendo com muito sangue, chamada San, o que a deixou bem zureta das ideias. Ao chegarem ao planeta da Cadeia Esmeralda, são saudados por um oriano. Georgiou toma a conversa e age de forma muito agressiva com o oriano, dentro dos diálogos irritantes de Discovery. O oriano somente aceita que a nave desça à superfície, pois Georgiou diz que tem dilítio.

Star Trek: Discovery – Season 3, Episode 6 Recap: “Scavengers”
Novas tecnologias…

Na Discovery, a gata do Book está nos aposentos de Tilly e, se me perdoarem o trocadilho, faz gato e sapato de Tilly, que precisa da ajuda de Burnham para colocar a gata na caixa (até isso, e todo mundo sabe que gato adora caixa…) e descobre que nossa protagonista não está na nave. Saru vai conversar com Tilly sobre o sumiço de Burnham, do fato dela ter desrespeitado as ordens diretas dele. Saru confessa a Tilly que tem uma enorme desconfiança contra Burnham, a mesma da época da Shenzhou. Tilly diz que Saru deve contar o sumiço de Burnham para Vence, antes que ele descubra por ele mesmo, pois caso isso aconteça, toda a tripulação da Discovery vai ficar manchada (ou seja, a insubordinação de Michael não respingará apenas em Saru, mas em toda a tripulação da Discovery). Saru comunica o ocorrido a Vence, que não dá muita bola no momento, pois as negociações com a Cadeia Esmeralda ruíram e a Discovery pode ter que ser lançada a qualquer momento.

Star Trek: Discovery Episode 3.6 Review: Ups And Downs From Scavengers
Naceles destacáveis… Star Trek cada vez sendo menos Star Trek…

Na superfície do planeta, mais ofensas de Georgiou ao oriano, que diz que é o sobrinho de Osyraa, a verdadeira dona do local. Burnham diz ao oriano que elas procuram pinos autovedantes (citados na primeira temporada de DS9, S01, Ep 14, “Progresso”). Eles andam numa espécie de ferro-velho que tem peças antigas de naves. Book está lá como escravo e ele vê Burnham. Um amigo de Book rouba um pouco de água e é morto pelo oriano, que o obriga a atravessar o campo de força que circunda o ferro-velho, sendo desintegrado (agora vemos a maldade do oriano em cores vivas).

Star Trek: Discovery Season 3, Episode 6 Photos: Book Is Back in "Scavengers "
Tramando mais uma insubordinação…

Adira trabalha na Engenharia e conversa com seu namoradinho do cabelo azul, que combina com o “tudo azul” de Discovery. Stamets aparece e reclama da bagunça na Engenharia. Adira diz que reprojetou a interface do motor de esporos. Agora, Stamets só precisa mergulhar as mãos num gel quando o motor é acionado, não sendo mais um processo doloroso.

Burnham e Book encontram um pretexto para falarem em particular e agora, como que por encanto, eles se tornam namorados apaixonados, algo que não vimos da última vez em que se falaram. Book diz que tem a caixa preta e que é só Burnham pegá-la no alojamento dele. Book tem um amigo andoriano, Ryn, que tentou se revoltar contra Osyraa, e ela cortou as antenas dele, além de obrigá-lo a implantar uma coisa na nuca dos prisioneiros que o episódio não explicou muito bem, sendo agora odiado por todos. Vale ressaltar aqui que esse andoriano não é agressivo como os demais de sua espécie, parecendo mais um coelhinho assustado.

Star Trek: Discovery Season 3 Episode 6 Easter Eggs & References | Den of  Geek
Uma gata fazendo Tilly de gato e sapato…

Burnham destrói um andróide voador que a vigia e o alarme soa. Georgiou improvisa uma arma. Mas as duas são presas. Georgiou continua passando descomposturas para o oriano e esse lhe dá um tapão na cara, dizendo que ela não foi lá para fazer compras. Georgiou continua malcriada. Ryn passa a caixa preta a Book (que mais parece um tubinho) e diz que chamou os prisioneiros para uma fuga organizada (mas ele não era odiado por todos?). A fuga começa e o oriano manda seus seguranças para impedi-la. Burnham e Georgiou começam a sair na porrada com o oriano (pelo menos, desta vez elas não estão batendo num homem branco, mas num homem verde). O problema é que Georgiou novamente tem a visão sangrenta do tal de San e desaba no chão, com Burnham sendo estrangulada pelo verdão, que não é do Palmeiras. Mas Georgiou acorda, dá um chutão na cabeça do oriano e pega os controles do campo de força no bolso dele. O oriano foge, se transportando. Georgiou desliga o campo de força, o que possibilita a fuga dos prisioneiros, mas Ryn, é ferido. Burnham e Georgiou voltam para a nave de Book e passam fogo nos vigias do ferro-velho que atiram nos prisioneiros em fuga. Book e Ryn são transportados para a nave. Os prisioneiros fogem em outra nave. Georgiou atira sobre umas naves que pairam sobre a superfície e elas caem, destruindo todo o ferro-velho. Book passa a caixa-preta para Burnham, que tenta conversar com Georgiou sobre o que acontece com ela, mas Georgiou não sabe dizer e diz que essas visões ocorrem há apenas algumas semanas.

Star Trek Discovery: season3, episode 6: Scavengers (trailer). : SFcrowsnest
Book e seu amiguinho andoriano sem antenas e sem agressividade…

E, depois de muita ação, chegamos ao momento fofo do episódio, onde Stamets vai conversar com Adira, que conversa com seu namoradinho do cabelo azul, que somente a moça consegue ver. Stamets se identifica com Adira, porque ele também perdeu um amor que morreu e voltou a viver. O namoradinho azul diz a Adira que gosta de Stamets. Adira olha para o implante do motor de esporos no braço de Stamets e diz que pode tirar isso dele. Depois de retirado o implante, Stamets fala dessa identificação com Adira e do desejo dele de ajudá-la a interagir mais com a tripulação para Culber, que o estimula a se aproximar da moça.

Star Trek: Discovery: Easter Eggs and References in Season 3, Episode 6, " Scavengers"
Uma Georgiou insuportável com um oriano sem sex appeal…

Na Enfermaria, Ryn convalesce (embora quase não tenhamos conseguido ver isso, pois um andoriano na Enfermaria azul da Discovery se torna praticamente invisível). Book e Burnham deixam a Enfermaria e pegam o elevador. A Primeira Oficial vai ter que encarar o almirante da Frota Estelar por sua insubordinação, mas antes dá um beijo apaixonado em Book, depois de ser rapidamente detida pela inconveniente aparição de Linus no elevador, pois ele ainda não sabe usar o transporte implantado na insígnia, sendo o alívio cômico do episódio.

Star Trek: Discovery Season 3, Episode 6 Photos: Book Is Back in "Scavengers "
Um casal num romance forçado…

Vence está com Burnham e Saru e diz que a missão de Burnham não foi autorizada mas teve bons resultados, valendo o risco (é claro que haveria um entretanto nessa insubordinação de Burnham). Mas Vence passa um esporro federal em Burnham, dizendo que ela colocou a Discovery em risco, pois a nave partiria sem sua Primeira Oficial numa eventual missão a Argeth. E ela só não está presa porque salvou vidas. Burnham concordou com tudo, bem pianinho. Mas ela ainda diz (depois de pedir permissão para falar) que é preciso descobrir o que levou à combustão, caso contrário existe uma chance da Federação nunca mais ser o que foi antes. Vence diz que vamos ver o que se tem na caixa-preta. E que delega a Saru a punição que Burnham vai ter.  Saru, muito magoado, fala da falta de confiança e a tira do cargo de Primeira Oficial, tornando-se apenas oficial de ciências. Burnham ainda acha que pode opinar depois de tudo e diz a Saru que ele está fazendo a coisa certa, como se ela desse o aval para ele rebaixá-la. Mas Saru dá a última palavra dizendo que um  dia todos teremos as respostas que procuramos, deixando nossa protagonista abalada, que retira a insígnia. Fim do episódio.

Star Trek: Discovery Season 3 Episode 6 Review: “Scavengers”
Stamets e Adira. Amizade aprovada pelo namoradinho do cabelo azul…

O que podemos falar do episódio “Piratas”? Em primeiro lugar, esse foi um episódio um pouco melhor que os três últimos, pois trabalhou mais temas. Houve menos melodrama, em doses mais aceitáveis e as cenas de ação voltaram. A Discovery e a sua tripulação sofreram um interessante upgrade e não tiveram dessa vez que provar nada a ninguém, como ocorreu nos três últimos episódios de uma forma muito repetitiva. Tivemos uma História A, onde Burnham e Georgiou foram as protagonistas, que trouxe de volta Book e apareceu uma misteriosa caixa-preta que pode fornecer dados sobre a combustão, que é o arco principal. Aqui ficou a sequência de ação, que sumiu por três episódios. O destaque negativo foi diálogo escrito para Georgiou, agressivo e petulante demais, intolerável para um vilão de um sindicato de crime, mesmo que elas tivessem todo o dilítio do mundo. Um ponto fraco de Georgiou foi exposto numa alucinação que ela tem com alguém com quem ela parece gostar e morreu (então não seria a Burnham a pessoa que Georgiou gosta, citada no episódio anterior, mas sim esse tal de San? Vamos ver). O detalhe é que estamos agora com um problema psicológico de Georgiou para lidar na trama. E o problema de Detmer? Vai ficar por aquilo mesmo? Esperemos que mais essa boa ideia em cima de Georgiou seja bem desenvolvida, até para compensar seus diálogos odiosos e sem qualquer necessidade.

Preview — Star Trek: Discovery Season 3 Episode 6: Scavengers | Tell-Tale TV
Culber apóia a iniciativa de Stamets para com Adira…

Houve uma História B, que novamente ficou mais focada na tripulação da Discovery e mais uma vez se fragmentou em histórias menores. A decepção de Saru com a falta de confiança que ele teve com Burnham por causa da insubordinação dela chamou muito a atenção. Saru, no papel de fandom mais antigo, defende os ideais da Federação com unhas e dentes e deixa bem claro que ele, pelo menos não parece querer abrir brechas para o comportamento rebelde de Burnham (resta ver se ele vai conseguir manter essas brechas fechadas). Um outro núcleo, o de Stamets com Adira, funcionou muito bem, apesar do melodrama, embora esse melodrama a meu ver tenha vindo em doses mais aceitáveis e ajudou a construir mais os personagens e seus relacionamentos. Linus entrou como um bom alivio cômico que funcionou bem.

Burnham & Book Kissing Scene - Star trek Discovery 3x06 Season 3 Episode 6  / Saru "Scavengers" - YouTube
Vence. Deveria ter aplicado uma punição mais forte a Burnham…

E Burnham? Duas palavrinhas, apenas. Em primeiro lugar, esse romance dela com Book simplesmente saiu do nada, pois a interação entre esses dois personagens não deixou nenhuma impressão de que eles tivessem um relacionamento mais íntimo. Me pareceu uma tremenda forçada de barra. E, em segundo lugar, a insubordinação de Burnham foi vista de forma bem crítica nesse episódio, onde ela arriscou a própria tripulação da Discovery para colocar em prática seus atos ilimitados. Apesar disso, sempre parecia que alguém buscava uma justificativa para a insubordinação de Burnham, além da punição de Saru me parecer branda demais e de Vence, que deveria ter sido mais severo contra ela. De qualquer forma, nossa protagonista ainda assim foi atingida em cheio pela decepção de Saru com a falta de confiança que agora ele tem para com ela. Essa forma mais crítica de se ver a Michael é, a meu ver, a melhor mudança que vemos em Jornada nas Estrelas Discovery até agora nessa terceira temporada.

Dessa forma, “Piratas” é um bom episódio de Discovery, pois ele foi trabalhado em várias frentes, onde vimos alusões aos episódios anteriores dessa temporada. Uma História B fragmentada em ouras histórias com a tripulação, e uma História A, onde finalmente Burnham sofre as consequências de seus atos de alguma forma, algo que já tinha passado da hora de acontecer.

Star Trek: Discovery – Season 3, Episode 6 Recap: “Scavengers”
Saru e a perda de confiança. Castigo para Burnham…
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