Batata Séries – Jornada Nas Estrelas, DS9 (S01 Ep 04), Babel. Arma Biológica.

All The Things Star Trek: Deep Space Nine Did Wrong In Quarantine During ' Babel' - CINEMABLEND
Um O’Brien confuso…

Dando sequência às nossas análises de episódios de Jornada nas Estrelas, retornemos a DS9 e ao quarto episódio da primeira temporada, intitulado “Babel”.

Qual é o plot do episódio? Chefe O’Brien está muito atarefado, pois a estação está com vários defeitos. Um deles é o sintetizador de comida. O’Brien conserta um deles que parece sofrer uma pane inicial, mas funciona corretamente. Quando O’Brien se afasta, podemos ver que há uma maquininha no interior do sintetizador, como se ele estivesse sendo sabotado. Quark, que precisa que seus sintetizadores funcionem, burla a segurança e consegue descobrir quais sintetizadores funcionam na estação. Numa conversa entre Sisko e O’Brien, este último começa a falar coisas desconexas, provocando estranheza em Sisko. O’Brien faz o mesmo com Kira. Bashir o examina e diz que O’Brien parece ter uma afasia, ou seja o cérebro funciona normalmente, mas ele não consegue se expressar nem entende as mensagens dirigidas a ele. Mas não há qualquer evidência que tenha ajudado O’Brien ficar nesse estado. O mais grave é que os sintomas também aparecem em Dax. Bashir descobre que há uma doença parecida com a afasia sendo transmitida por um vírus e Sisko pede que Bashir coloque a estação sob quarentena. Quark não fechou sua casa e alegou a Odo que seu estabelecimento é serviço essencial (já ouvi isso em algum lugar). Odo, que sabia dos problemas dos sintetizadores de Quark, começa a desconfiar dele. E pega o ferengi usando os sintetizadores da tripulação, que funcionavam.

Watch Star Trek: Deep Space Nine Season 1 Episode 5: Babel - Full show on  Paramount Plus
Bashir terá um problema complicado para resolver…

Bashir descobre que o vírus está na comida dos sintetizadores e que uma mutação se propaga pelo ar. Ou seja, toda a estação está contaminada. Kira encontrou a maquininha do início do episódio e, ao examiná-la, ela descobriu que foi ela que produziu o vírus, sendo, então, uma sabotagem. E mais: a tecnologia da maquininha é cardassiana. Mas exames feitos por Bashir constatam que foram os bajorianos que criaram o vírus para atacar a estação quando ela estava em domínio cardassiano. O grande problema é que esse aparelhinho foi criado há dezoito anos e não há sinais de quem o confeccionou. O’Brien queima em febre e morrerá em doze horas caso o vírus não seja neutralizado. Mas o próprio Bashir começa a ser afetado pelo vírus.

Depois de muito procurar, Kira encontra o cientista que sabotou a estação, mas ele desligou na cara dela quando a Major tentou entrar em contato. Kira, explosiva, diz que vai abandonar a estação (e a quarentena) para falar pessoalmente com o cientista em Bajor. Odo recomenda a Sisko que a deixe ir, pois ela é tudo que eles têm agora. Uma nave tenta sair à força da estação e Sisko é obrigado à liberá-la. Mas o mecanismo de trava do anel de atracação enguiçou e a nave corre o risco de explodir, levando metade do anel de atracação. Odo vai liberar manualmente as amarras do anel de atracação, pois Sisko já foi afetado pelo vírus. Já Kira teletransporta à força o cientista para a nave auxiliar e se dirige à estação. Como Kira está contaminada, o cientista também está, o que o obriga a fazer um antídoto. Já Odo consegue a ajuda de Quark para sair das Operações e ir para o anel de atracação via teletransporte. Odo consegue tirar o capitão da nave e destravá-la para explodir no espaço. O cientista pegou as notas de pesquisa de Bashir e conseguiu confeccionar o antídoto. O episódio termina com Sisko felicitando O’Brien por sua volta, mas logo depois chamando a atenção do mesmo, pois o sintetizador não fez o café direito. Fim do episódio.

Star Trek: Deep Space Nine Rewatch: “Babel” | Tor.com
Um cientista que não quer ajudar…

O que podemos dizer do episódio “Babel”? É um episódio que trabalha ainda as sequelas de uma região de guerra, onde uma arma biológica é disparada por acidente depois da guerra (lembra muito as minas terrestres de Angola que mutilaram muitos civis, mesmo depois da guerra). No caso, a arma biológica desperta um vírus perfeito que se espalha na comida e no ar, infectando toda a estação, deixando a capacidade de comunicação das pessoas completamente comprometida, levando-as à morte. E aí vemos todo um conjunto de procedimentos e discursos que, infelizmente, são muito caros à nós atualmente: isolamento, quebra de isolamento, atividades essenciais, etc. É um episódio que trabalha o tema da epidemia, tema esse bem recorrente e que desperta tanta inquietação.

No mais, pudemos ver bons diálogos entre Odo e Quark, naquele ranço entre o agente da lei e o infrator que desperta algumas atividades hostis, mas que também tem uma amizade implícita bem lá no fundo. É o primeiro episódio onde vemos um ferengi tendo uma atitude mais altruísta, desde que bem recompensada posteriormente. Notamos aqui também que transmorfos e ferengis são bem resistentes a epidemias.

Dessa forma, “Babel” é um episódio de DS9 que trabalha um tema um tanto quanto batido até na franquia de Jornada nas Estrelas que é a epidemia, só que aqui como arma biológica de um pós-guerra. Os diálogos entre Odo e Quark também acabam sendo uma atração à parte, levando a mais um passo na construção desses dois personagens, que têm um relacionamento turbulento com uma pontinha amistosa. Vale a revisita.

Star Trek: Deep Space Nine Rewatch: “Babel” | Tor.com
Kira vai pegar o cientista à força…

Batata Séries – Jornada Nas Estrelas, A Nova Geração (S01 Ep 04), O Último Guardião. Surgem Os Ferengis.

TNG 1x04: The Last Outpost | Trek Brasilis - A fonte definitiva de Star Trek  (Jornada nas Estrelas) em português

Continuando nossas análises de episódios de Jornada nas Estrelas, retornemos a TNG e ao quarto episódio da primeira temporada, intitulado “O Último Guardião”. Esse episódio é conhecido pelo surgimento dos ferengis na franquia.

Qual é o plot? A Enterprise persegue uma nave ferengi que roubou um conversor de energia. Será a oportunidade de se fazer um primeiro contato com os ferengis. Os ferengis saíram de dobra e começaram a alvejar a Enterprise. Picard diz para não retribuir o fogo e se afastar um pouco. Mas a Enterprise parece estar sem energia, enquanto que os ferengis se posicionam bem à frente. Data é consultado sobre os ferengis e ele diz que há informações controversas de que a principal característica dos ferengis é que eles são comerciantes em busca de mercadorias e territórios e atuam como o pior tipo de capitalismo que foi visto na Terra.

A Enterprise lança mão de um subterfúgio para escapar da nave ferengi, que a mantém presa e retira sua energia. Picard manda abrir um canal e exige que o conversor de energia seja devolvido. Depois, pratica o tal subterfúgio, sem sucesso, o que rende um “merd” de Picard (é, foi nesse episodio que ele falou um palavrão em francês). Os arquivos da Enterprise começam a ser lidos e Troi sugere a Picard que analise o planeta sobre o qual as duas naves orbitam.

The Last Outpost (Star Trek: The Next Generation) - Wikipedia
Ferengis surgem de forma ameaçadora…

Picard faz uma conferência rápida com sua tripulação e ouve a sugestão de Troi, onde o capitão deve negociar com os ferengis sem a empáfia anterior e ouvindo os termos dos alienígenas. O ferengi responde (ele se chama Daimon Tarr) e diz que é contra uma rendição incondicional. Ou seja, a energia que mantém a Enterprise presa também mantém a nave ferengi presa. Picard manda lançar uma sonda para verificar o que está acontecendo e pede contato visual para conversar. O ferengi aparece na tela e diz que vai devolver o conversor de energia além de oferecer os segundos oficiais ferengis de acordo com o código ferengi. Picard pede para aguardar. Numa reunião entre Picard, La Forge, Data e Riker, o andróide fala do scan feito no planeta e este planeta fez parte de uma civilização chamada Tkon, que era muito avançada onde o planeta abaixo erra uma espécie de guardião local, podendo até deslocar estrelas. A sonda manda a informação de que é o planeta que está mantendo presas as duas naves. O planeta não tem mais vida e Picard decide descer à superfície para explorá-lo, além de ter a ideia de convidar os ferengis a irem junto. Usando os argumentos de negociações e permutas, tão caros aos ferengis, Picard os convence a fazer uma missão conjunta com a Federação na superfície do planeta, embora Riker, Troi e Data estejam desconfiados da confiabilidade em cima dos ferengis. A missão precisa ter êxito logo, pois a energia da Enterprise cai a ponto de afetar os suportes de vida da nave.

O grupo avançado desce ao planeta, mas em locais diferentes. Data, Riker e La Forge se encontram, mas são atacados pelos ferengis, ficando inconscientes. Quando acordam, entram em luta corporal com os ferengis, mas Tasha rende a todos com um phaser. Os ferengis ficam impressionados em ver uma mulher vestida trabalhando com os homens da Federação, algo repugnante, segundo eles.

TNG 1x04: The Last Outpost | Trek Brasilis - A fonte definitiva de Star Trek  (Jornada nas Estrelas) em português
Data se enrola com as algemas chinesas…

O grupo avançado descobre que todo o planeta é uma espécie de coletor de energia. Uma forma de vida surgida da energia que paira sobre o planeta começa a se comunicar com eles. Uma forma de vida se materializa dizendo que é o guardião do Império Tkon. Riker e Data dizem que o Império foi destruído por uma supernova e o guardião não acredita. Os ferengis fazem uma série de acusações aos membros da Federação que dizem que cometeram falhas no passado. O guardião começa a citar Sun Tzu (“A Arte da Guerra”) e diz que os membros da Federação têm uma mente aberta que se deixa ser vista, ao contrário dos ferengis, que têm uma mente fechada, e faz amizade com os membros da Federação. Riker pede para que o guardião liberte a Enterprise e ele o faz. O guardião disse que ficou confuso com a Federação e os ferengis, pois eles primeiro queriam se destruir, mas depois cooperaram juntos. O guardião pergunta a Riker se deve destruir os ferengis e o Primeiro Oficial diz que não, pois os ferengis lembram o passado da Terra (não se pode odiar o que já se foi) e, se destruídos, não terão a oportunidade de aprender e avançar. Mesmo com o risco dos ferengis serem uma ameaça, eles merecem uma chance de crescer e aprender.

A Enterprise consegue recuperar o conversor de energia depois de um “pedido” do guardião aos ferengis. Riker pede a Picard para entregar uma caixa de algemas chinesas aos ferengis de presente. Fim do episódio.

TNG 1x04: The Last Outpost | Trek Brasilis - A fonte definitiva de Star Trek  (Jornada nas Estrelas) em português
Ferengis se tornam o alívio cômico do episódio. Reconhecem o ferengi do centro?

O que podemos falar do episódio “O Último Guardião”? Em primeiro lugar, esse é o episódio em que aparecem os ferengis. Foi uma ideia bem desenvolvida, mas talvez mal aproveitada nesse primeiro momento. Fez-se toda uma expectativa o início do episódio sobre os ferengis, a ideia de associá-los ao capitalismo selvagem foi muito boa, a imagem de Daimon Tarr era convincente e ameaçadora. O problema se deu na superfície do planeta, onde a postura dos ferengis acabou caindo mais para o alívio cômico do que para a pegada ameaçadora do início do episódio. E pior: as conversas entre o guardião e Riker sobre os ferengis colocam estes últimos numa posição de inferioridade, tal como se eles fossem uma raça atrasada perante todo o desenvolvimento moral da Federação. Isso cheirou a uma empáfia da Federação mais uma vez, algo que a gente já tinha visto um pouco em “Código de Honra”, o episódio anterior. Pelo menos, a gente sabe que os ferengis vão ser muito mais bem desenvolvidos em DS9. E se ali ainda houve um tom de alívio cômico para os ferengis, a gente também pode ver toda a sua cultura e cosmogonia mais bem definidas. As referências à cultura chinesa, sobretudo Sun Tzu, deram o aspecto literário ao episódio e caíram bem sendo, inclusive, bem aplicados ao desfecho do episódio, onde serviram de ponte para o entendimento entre Riker e o Guardião, mostrando para esse último a mente aberta de Riker e a aposta na confiança mútua, ao contrário dos ferengis, que fechavam a sua mente em virtude da desconfiança e da trairagem. Os membros da Federação optaram por jogar limpo e reconhecerem seus erros do passado, apesar da tática dos ferengis de acusá-los, muitas vezes até de forma mentirosa.

No mais, vimos mais desenvolvimentos de personagens. Picard mostra novamente o seu lado diplomático, não querendo partir para um conflito armado com os ferengis, à despeito das recomendações de Tasha e Worf, e parte para um diálogo dentro de parâmetros da cultura ferengi, depois das recomendações de Troi. Para Data, ficaram novamente bons diálogos que o transformaram numa espécie de alívio cômico no episódio, onde o episódio das algemas chinesas foi o mais marcante.

Dessa forma, “O Último Guardião” é um episódio interessante de Jornada nas Estrelas, A Nova Geração, por apresentar os ferengis (ainda que eles tenham sido mal aproveitados), lembrar da filosofia de Sun Tzu e dar uma passo a mais nas construções dos personagens Picard e Data. Vale a pena a revisita, até para ver Picard falar “merd!”.

Watch Star Trek: The Next Generation Season 1 Episode 4: The Last Outpost -  Full show on Paramount Plus
Picard fala um palavrão em francês…

Batata Movies 2 (Especial Oscar 2021). Era Uma Vez Um Sonho. Uma Sofrida História Real Que Acontece Em Qualquer Esquina.

Era Uma Vez um Sonho - Filme 2020 - AdoroCinema
Cartaz do Filme…

Dando sequência às nossas análises de filmes que concorrem ao Oscar, vamos falar hoje de “Era Uma Vez Um Sonho” (“Hillbilly Elegy”), mais uma produção da Netflix que concorre a duas estatuetas: Melhor Atriz Coadjuvante para Glenn Close e Melhor Maquiagem e Cabelo. Curiosamente, Ron Howard, o diretor do filme, não recebeu indicação para Melhor Diretor. Para podermos falar desse filme, vamos precisar dos spoilers de sempre.

Era Uma Vez Um Sonho | Crítica: Um filme difícil de se assistir que tenta  desesperadamente garantir indicações para suas atrizes | Arroba Nerd
O jovem J.D. e sua avó Mamav…

Vemos aqui a história real de J. D. Vance (o livro é baseado em sua autobiografia), um rapazinho do interior que vive em Middletowm, uma cidade decadente de Ohio, considerado um lugar de interior, com gente muito simples, mas que também não progride muito na vida (o jovem J.D. é interpretado por Owen Asztalos e, na fase adulta, por Gabriel Basso). Sua mãe, Bev (interpretada por uma incrível e esculhambada Amy Adams) é uma enfermeira que se viciou em remédios, perdendo seu emprego e se tornando uma mulher muito descontrolada e agressiva, o que gerava muitas brigas internas na família. Quem apagava os incêndios era a mãe de Bev, Mamaw (interpretada também por uma inacreditável Glenn Close), que buscava restabelecer o equilíbrio de sua família caótica, pois como dizia Mamaw, a família era tudo o que eles tinham. A falta de perspectiva do lugar e das pessoas que viviam na cidadezinha só não era maior que esse caos familiar, propiciando um terreno fértil para ninguém ir adiante. O caso de Bev era emblemático, pois ela estudou e se formou como enfermeira, mas o vício destruiu qualquer chance de progresso dela, levando-a ao fundo do poço. Mamav a protegia de seus destemperos, o que levantava a ira de J.D., que reclamava com Mamav sobre isso e queria morar com ela, já que Bev fazia um enorme rodízio de maridos e amantes que somente desestabilizava ainda mais as coisas. Até que, um belo dia, Mamav não aguentou o baque de tudo e baixou no hospital. Foi ali que ela pôde dar um tempo e fazer uma reavaliação das coisas, saindo do hospital pela porta da frente e indo à casa de Bev para pegar J. D. para criar. O menino, que sempre foi um bom garoto, já começava a se perder com as amizades erradas, e Mamav começa a lhe impor limites. Até que ele finalmente cai na real e começa a lutar por algo melhor, trabalhando e estudando, enquanto sua mãe caía ainda mais no buraco.

Saiba a mudança de Amy Adams para 'Era uma vez um Sonho', da Netflix
Uma Amy Adams desfigurada pelo choque de realidade…

O tempo passou e J.D. foi para Yale estudar advocacia. Ele tem uma semana decisiva de entrevistas para conseguir um bom emprego num escritório. Mas consegue apenas uma entrevista, justamente no momento em que sua irmã liga e diz que sua mãe está no hospital com overdose de heroína. J.D. tem que retornar a Ohio para cuidar disso justamente a poucos dias da entrevista decisiva, ficando por lá o máximo de tempo que podia antes de retornar de carro, dirigindo por toda a noite (parece nome de música isso), para chegar a tempo da única entrevista que tinha conseguido. Mas a mãe teve alta do hospital, não tendo onde ficar, com nosso J.D. ainda andando por aí atrás de um lugar onde ela pudesse ficar provisoriamente, antes dele retornar para a entrevista. Realmente, não é mole não.

Era Uma Vez um Sonho: aqueles que conseguiram superar as adversidades -  Folha de Campo Grande
Uma família de interior, que tem somente a si mesma…

É um filme muito envolvente, pois mostra uma família mergulhada na instabilidade emocional, como há muitas por aí em cada esquina. Parecia que todas as dificuldades que J.D. passava com os seus só o deixava mais forte ainda para progredir e sair de toda a estagnação da cidade e de seu círculo familiar. A coisa teve cara de loop, pois era muito fácil culpar Bev por sua irresponsabilidade, mas ela também teve uma infância difícil com sua irmã, onde Mamav apanhava de seu marido bêbado e ela até botou fogo no corpo dele, com as meninas tendo que literalmente apagar o pai. J. D. vai encarar um mundo totalmente novo e cheio de preconceitos contra essa decadência interiorana, com ele sendo ríspido contra isso num meio altamente elitista, não se esquecendo de suas raízes. Entretanto, chega uma hora em que os problemas pregressos de sua família começam a impedi-lo de seguir adiante, e J.D. precisa tomar a dura decisão de não ficar o tempo todo prestando assistência à sua mãe, pois ele deve tocar a vida que está construindo.

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Mamav irá rever seus conceitos para salvar J. D. da mediocridade…

Esse é mais um filme pesado, mas muito cativante, pois a gente se identifica demais com os personagens. Quem nunca teve um arranca-rabo com um parente muito próximo? A gente abraça junto com J.D. todas as suas angústias, revoltas e esperanças. Glenn Close e Amy Adams estavam supremas, onde a maquiagem tirou qualquer glamour hollywoodiano delas e as tornaram pessoas reais, que passam por angústias reais, sendo um o filme um concorrente forte ao Oscar de Melhor Maquiagem e Cabelo. Mas toda a maquiagem não seria suficiente se não fosse amparada pelas atuações das duas atrizes. Amy Adams era o paroxismo em pessoa, indo do extremo agressivo ao sofrimento incontido, passando por raros momentos de carinho, enquanto que Glenn Close era um misto de serenidade e firmeza, sempre nas horas certas. Torço muito para Glenn Close aqui, pois já queria ter visto ela ganhar o Oscar de Melhor Atriz na última vez que concorreu. Que ela consiga a Melhor Atriz Coadjuvante agora.

Era Uma Vez um Sonho': Glenn Close passa por uma transformação incrível em  nova imagem de bastidores | CinePOP
A maquiagem e cabelo arrebentaram!!!

Dessa forma, “Era Uma Vez Um Sonho” pode até ser um filme que não tem muitas indicações, mas ainda assim é um filmaço, pois trabalha de forma bem contundente um choque de realidade ao radiografar uma família de interior dos Estados Unidos cheia de problemas e vivendo numa região decadente. Esse é um tema com o qual muitos se identificam, amparado por uma maquiagem e cabelo muito fortes e com atuações divinas de Amy Adams e Glenn Close. Merece, e muito, pelo menos um dos dois Oscars aos quais concorre.

Batata Movies 2 (Especial Oscar 2021). Rosa E Momo. Amparos Humanos.

ROSA E MOMO" - Protagonistas maiores que o filme – Nosso Cinema
Cartaz do Filme

Vamos continuar aqui a falar dos filmes que concorrem ao Oscar esse ano de 2021. “Rosa e Momo” (“La Vita Davanti a Sé”) é uma produção italiana que concorre ao Oscar de Melhor Música e conta com a presença mais do que especial de Sophia Loren. Esse é um drama que trabalha muito as relações humanas. Para podermos falar desse filme, vamos precisar dos spoilers de sempre.

Aos 86 anos, Sophia Loren brilha em 'Rosa e Momo' - Bem Paraná
Uma dupla que tem mais em comum do que se imagina…

O filme fala de Rosa (interpretada por Loren), uma senhora de origem judia que sobreviveu ao holocausto e ao campo de concentração de Auschwitz. Ela cuida de crianças abandonadas pelos pais ou em situação de rua, até que elas consigam um novo lar e uma nova família. Um belo dia, ela anda pela rua e tem dois castiçais roubados por um menino, Momo (interpretado por Ibrahima Gueye). O garoto é criado pelo Dr. Coen (interpretado por Renato Carpentieri), médico de Rosa, que devolve os castiçais a ela, que pretendia vendê-los para pagar o aluguel. Curiosamente, ele pede a Rosa que fique com Momo por dois meses, o que exaspera Rosa, sem falar do fato de que Momo é um menino bem complicado e indisciplinado. Ele vende drogas para um traficante e tem muitas dificuldades de adaptação à nova casa. Mas, aos poucos e com muita paciência, Rosa e Momo se aproximam, com este último também trabalhando para um comerciante muçulmano, Hamil (interpretado por Babak Karimi). Momo tem origem muçulmana senegalesa e consegue se identificar com as tradições ensinadas por Hamil. O grande detalhe que irá aproximar definitivamente Momo e Rosa é a doença da senhora, que começa a ficar esquecida, simplesmente saindo do ar, ou seja, o mal de Alzheimer. Com o tempo, seu estado de saúde piora e ela pede a Momo que não fique no hospital, pois os médicos são ruins e “fazem experiências” com as pessoas, numa clara referência ao que acontecia nos campos de concentração. Quando isso acontece, Momo se desliga do tráfico, se reaproxima de Hamil, com quem havia se desentendido (apesar dessa aproximação progressiva, Momo mostra um comportamento complicado o tempo todo no filme, por ter sido muito barbarizado em vida, como o assassinato da mãe pelo pai, que queria que ela continuasse se prostituindo) e vai ao hospital tirar Rosa de lá, colocando-a num porão que era o refúgio de Rosa, o lugar onde ela realmente se sentia segura do mundo (quando ela estava em Auschwitz, se escondia embaixo dos alojamentos dos prisioneiros, onde estava livre dos olhos dos nazistas). Os dois serão encontrados por Lola (interpretado por Abril Zamora), uma travesti muito amiga de Rosa, com a idosa já morta. O filme termina com Momo indo ao enterro de Rosa, deixando em seu túmulo uma foto de um campo com flores que ela adorava e o menino indo com Lola e Hamil, que passariam a ser sua família.

Em “Rosa e Momo”, da Netflix, Sophia Loren mostra o que é ser estrela |  Isabela Boscov
O relacionamento tinha altos e baixos…

É um filme cujo tema não é uma grande novidade. O detalhe aqui é que Rosa tem origem judia, perseguida pelo nazismo na Segunda Guerra Mundial, enquanto que Momo tem origem muçulmana, igualmente perseguido nos dias de hoje, mas como imigrante. Eles são membros de dois povos que são inimigos em muitas circunstâncias, mas que são também igualmente perseguidos na Europa e assim nossos dois personagens acabam se aproximando. Momo não tinha a menor ideia do que eram os números tatuados no braço de Rosa, e esta achava muito bom que ele não soubesse, sendo ela consciente da perseguição que tanto ela quanto Momo sofriam.

Netflix tira vencedora do Oscar da aposentadoria com Rosa e Momo
Dançando ao som de Elza Soares…

Sophia Loren, apesar da idade avançada, ainda atua com grande vitalidade e dá um carisma todo especial ao filme. Ela fez um bom par com Abril Zamora e sua Lola, com destaque todo especial para a dança que as duas fizeram ao som de uma música na vitrola, no vinilzão mesmo, cantada por ninguém mais, ninguém menos que Elza Soares (!). Mas creio que quem mais chamou a atenção mesmo foi o jovem ator Ibrahima Gueye, O Momo, apelido surgido de seu nome Mohamad. Ele conseguiu aliar a agressividade  e rispidez que o papel exigia com uma visão mais terna e frágil nos momentos com Hamil e, principalmente, Rosa. A metáfora da leoa que cuidava dele como uma mostra da carência afetiva do menino deu um tom lúdico a um filme que é muito duro e sem um happy end.

OQVER Cinema & Streaming | Rosa e Momo
A doença de Rosa unirá os dois…

Dessa forma, “Rosa e Momo” é mais um filme que concorre ao Oscar, que recebeu uma indicação talvez mais pela simpatia em que ele desperta (poderia ter ficado somente no Globo de Ouro mesmo, onde ganhou o prêmio por melhor música). Vamos ver se ele também vai ganhar a estatueta.  

Batata Movies (Especial Oscar 2021). Os Sete De Chicago. A Arte De Criar Bodes Expiatórios.

Os 7 de Chicago: Netflix divulga trailer do filme de Aaron Sorkin - TecMundo
Cartaz do Filme

Mais um filme que concorre ao Oscar 2021. “Os Sete de Chicago” concorre a seis estatuetas (Melhor Filme, Melhor Ator Coadjuvante para Sacha Baron Cohen, Melhor Roteiro Original para Aaron Sorkin, Melhor Montagem, Melhor Fotografia, Melhor Canção). Para que possamos analisar o filme mais a fundo aqui, vamos precisar de spoilers.

The Trial of the Chicago 7 Netflix Cast and Real People | POPSUGAR  Entertainment
Um julgamento de veredicto já decidido…

Vemos aqui a trajetória de oito (isso mesmo, não sete como está no titulo do filme) ativistas americanos numa época extremamente turbulenta, que foi o momento em que Lyndon Johnson deixa a presidência dos Estados Unidos para dar lugar a Richard Nixon. Uma Convenção do Partido Democrata irá acontecer em Chicago e membros de três grupos planejam ir para essa cidade com o objetivo de se fazer manifestações em frente ao hotel em que acontecerá o Congresso. Mas a turbulência política daqueles dias fez com que muita violência e repressão policial acontecesse e nossos oito protagonistas foram injustamente presos, sendo acusados de incitar as revoltas e levados a julgamento, com o objetivo claro por parte do governo e dos setores mais conservadores de se forjar bodes expiatórios. Um deles, um líder dos Panteras Negras, Bobby Seale (interpretado por  Yahya Adbul Mateen II), não tinha advogado, pois ele se encontrava hospitalizado, mas foi a julgamento assim mesmo e sendo tratado com muita rispidez pelo juiz Hoffman (interpretado por Frank Langella, que fez o ministro Jaro em Jornada nas Estrelas Deep Space Nine). Aliás esse juiz meteu os pés pelas mãos no julgamento, trocando nomes, falas dos advogados e confundindo situações, mostrando-se claramente desqualificado para um julgamento de tamanha magnitude.

Aventuras na História · 7 de Chicago: Conheça a história real por trás do  novo filme da Netflix
Passeatas com direito a P-2

Desde cedo fica clara a intenção de se condenar os réus, onde o direito de defesa deles é constantemente cerceado. Por mais que o advogado deles, William Kunstler (interpretado por Mark Rylance) busque artifícios e argumentos, Hoffman sempre deixa registrado que o advogado o desacata. Testemunhos importantes como o do ex-procurador-geral (interpretado rapidamente por Michael Keaton), que poderia inocentar a todos, são desconsiderados pelo juiz, com o testemunho sendo dado sem o júri. Ou seja, o juiz atua de uma forma extremamente arbitrária, deixando bem claro o circo armado onde todos já estavam condenados de antemão pelo próprio juiz, que atuou mais como acusador do que qualquer outra coisa. Vale frisar aqui que dois dos acusados foram absolvidos para mostrar uma suposta benevolência do sistema, que seria implacável com os acusados politicamente mais repulsivos pelos conservadores.

Os Sete de Chicago', na Netflix: julgamento do filme foi armado?
Uma mordaça bem conservadora…

O grande momento do filme, e o mais traumático, é quando um amigo de Seale que o orientava no julgamento foi assassinado pela polícia e Seale surta, desacatando continuamente o juiz, que obriga que os seguranças lhe deem uma surra num lugar reservado, além de algemá-lo e amordaçá-lo. Tal atitude foi de um impacto tão grande que até a promotoria pediu para se anular a acusação sobre Seale, que permaneceu preso pelos desacatos ao juiz e por uma outra acusação de homicídio que, a essa altura do campeonato, a gente tem muitas suspeitas de sua veracidade. Ficava bem claro que até os ativistas brancos e “comunistas” eram mais bem tratados que o membro dos Panteras Negras.

Os Sete de Chicago', na Netflix: julgamento do filme foi armado?
Um juiz sob suspeita, na arte e na vida real…

O filme tem um elenco estelar. Além de Keaton, Rylance e Langella, também temos a presença de Sacha Baron Cohen, que faz um dos acusados que tinha a toada mais irreverente de todas, e Eddie Redmayne, que fazia um líder estudantil mais “corretinho” que leria a declaração final antes do veredicto, uma declaração que devia ser despolitizada (já ouvi isso em algum lugar) e breve. O líder estudantil optou, então, por ler os nomes de todos os mais de cinco mil soldados mortos na Guerra do Vietnã, levando o juiz Hoffman à loucura. O veredicto… bom, estamos falando de um roteiro que é inspirado numa história real. Um happy end aqui seria praticamente um corpo estranho. Esse é um daqueles filmes que termina abruptamente e depois se diz o que aconteceu com cada pessoa (nem vou falar personagem aqui, pois se trata de pessoas reais) depois do fim da película, com a ajuda dos letreiros.

A violenta (e verdadeira) história dos Sete de Chicago - NiT
Um filme de personagens reais…

Dessa forma, “Os Sete de Chicago”, disponível no Netflix, é um filme que merece demais a atenção do espectador, pois mostra em cores vivas a clara intenção do movimento conservador americano, amparado pelo aparelho de Estado, de perseguir seus opositores políticos que lutavam pelos direitos civis e contra a Guerra do Vietnã. A arte de produzir bodes expiatórios podia ir até as últimas consequências naqueles dias tão opressores. E vemos isso de forma bem clara nessa película.

Batata Séries – Jornada Nas Estrelas, A Série Clássica (S01 Ep 04), Onde Nenhum Homem Jamais Esteve. Todo Mundo Merece Uma Segunda Chance.

Star Trek: The Original Series" Where No Man Has Gone Before (TV Episode  1966) - IMDb

Dando sequência às nossas análises de episódios de Jornada nas Estrelas, retornemos à série clássica para investigar “Onde Nenhum Homem Jamais Esteve”, o segundo piloto de Jornada nas Estrelas que fez a série pegar no tranco e se transformar em todo o Universo que conhecemos. Sabemos como é, todos merecem uma segunda chance.

E qual é o plot? A Enterprise recebe um sinal de socorro de uma nave perdida há mais de dois séculos. Spock e Kirk jogam xadrez tridimensional e sabemos o basicão do vulcano: ele não tem emoções humanas, mas é filho de uma terráquea com um vulcano. Uma espécie de sonda muito pequena é detectada e teletransportada para dentro da nave por um Scott que é mais um figurante do que personagem. A sonda guarda informações da nave em que estava e é expelida antes da nave explodir. Kirk ordena que a sonda seja ligada ao computador da nave para se ver quais são as informações em suas “fitas”.

Star Trek The Original Series Rewatch: “Where No Man Has Gone Before” |  Tor.com
Kirk e Spock, os grandes protagonistas…

Kirk e Spock vão para a ponte e, na navegação está o senhor Mitchell (interpretado por Gary Lockwood, que trabalhou em “2001, Uma Odisseia no Espaço”). Kirk ordena que a nave saia de dobra e deixa a tripulação à parte da sonda da antiga nave S. S. Valiant. Ele recebe uma equipe de membros da tripulação (onde temos um Sulu calado como um bom figurante) e, entre esses membros está a psiquiatra Dra. Dehner, cuja missão é verificar a reação da tripulação em emergências. Mitchell joga um gracejo para Dehner e esta o coloca em seu lugar. Ao receber o fora, fala com o colega ao lado que a doutora é um congelador ambulante, por não ter caído no seu gracejo, em mais uma manifestação machista da década de 60, como já vista em outros episódios de TOS. Spock lê os dados da sonda e descobre que a S. S. Valiant interagiu com uma espécie de grande força desconhecida que atiçou a percepção extrassensorial (PES) dos tripulantes, sendo que, ao final, o capitão mandou destruir a nave.

Pin on TV Serie: Star Trek / Jornada nas Estrelas
Um Scott ainda na figuração…

Kirk ordena que a nave entre em dobra 1 e ela atravessa uma espécie de barreira que tem algo que é detectado pela nave, mas não é sabido muito bem o que é. Mitchell e Dehner são atingidos por uma força desconhecida e perdem os sentidos. A Enterprise atravessa a barreira. Houve nove mortos nessa passagem da Enterprise pela barreira, sinal que os roteiristas carregavam nas tintas no início da série (o KIrk nem ficou tão abalado assim, justamente ele, que pira na batatinha quando perde um tripulante). Mitchell acorda e está com os olhos totalmente prateados.

A Enterprise está sem força de dobra e KIrk se pergunta o que aconteceu com a Valiant, já que ela também atravessou a barreira. Só foram atingidos pela energia desconhecida aqueles que tinham percepção extrassensorial, ou seja, os nove tripulantes que morreram, Dehner e Mitchell. Os dois últimos tinham alta PES e não morreram. Mitchell, com a maior PES de todas, ficou com os olhos prateados. Kirk e Spock desconfiam desse dom de Dehner e Mitchell.

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Uma tripulação meio diferente…

Kirk visita Mitchell na enfermaria e este diz que está se sentindo bem e quer voltar ao seu posto. Ele está estranho, meio desafiante, meio petulante. E lendo filosofia de forma muito rápida. Kirk ordena a Spock que se façam exames completos em Mitchell e que ele seja vigiado.

Dehner visita Mitchell e esse tenta impressioná-la alterando as leituras do seu corpo. Um outro tripulante que conserta a nave o visita e Mitchell recomenda os consertos certos lendo a mente do tripulante. Este reporta a situação na sala de reuniões para Kirk e os demais tripulantes. Dehner entra na sala determinada a defender Mitchell, mas Kirk, Spock e os demais mostram grande preocupação com o crescimento das habilidades de Mitchell, que pode afetar severamente a segurança da nave. Quando a reunião termina, Spock dá duas opções ao capitão: ou deixar Mitchell sozinho num planeta minerador (Delta Vega, onde eles tentarão obter o dilítio para recuperar o motor de dobra), ou matá-lo. Kirk decide pela primeira opção. Devemos nos lembrar que o personagem de Spock ainda estava em desenvolvimento e essa opção por matar Mitchell estava em sua pura visão lógica dos fatos para proteger a Enterprise. Nimoy não gostou nada disso e, como veríamos mais tarde, o vulcano teria a chance de abraçar opções muito mais fraternais e multiculturalistas (leia-se a Horta; mas isso é em outro episódio que será discutido no momento oportuno).

Where No Man Has Gone Before (Star Trek: The Original Series) Review |
Mithcell, a ameaça…

O grande problema é que Mitchell já sabe dos planos contra ele e, ao ser recebido por Kirk, Spock e Dehner na enfermaria, joga uns raiozinhos no capitão e no primeiro oficial. Mas conseguem imobilizá-lo e sedá-lo. Todos eles descem para a superfície do planeta, cujas instalações mineradoras parecem a fachada do Palácio da Alvorada, em Brasília. Mitchell é confinado a uma cela com campo de força e fala de forma ameaçadora com os demais, dizendo que é melhor realmente matá-lo. Ele se joga contra o campo de force e, enfraquecido volta ao normal por uns segundos (seus olhos passam a ser o que eram antes), mas logo se recupera, dizendo que vai ficar cada vez mais forte. E, quando isso acontece, Mitchell mata um tripulante, joga mais uns raiozinhos em Kirk e Spock e passa a controlar a Dra. Dehmer, alem de desligar o campo de força da cela. A doutora também fica com os olhos prateados. Eles fogem. Kirk é reanimado pelo médico e vai atrás de Mitchell e Dehner. Ao encontrar com eles, Kirk tenta convencer Dehmer a voltar a ser psiquiatra e dar um prognóstico a Mitchell. Este, já se sentindo um deus e totalmente corrompido pelo poder, deixa clara toda a sua arrogância e Kirk  mostra isso a Dehmer, que joga uns raiozinhos em Mitchell, que responde o fogo e se enfraquece. É a deixa para Kirk entrar em luta corporal com Mitchell, ficar com marcas de sangue, camisa rasgada, etc. Ao fim, Kirk consegue, com um rifle phaser, atirar numas pedras que soterram e matam Mitchell. Quando Kirk vai prestar assistência a Dehmer, ela também morre, dizendo, em suas últimas palavras a Kirk, que ele não sabe o que é estar perto de ser um deus.

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Dehmer, também possuída…

Na ponte, Kirk, registra que Dehmer e Mitchell morreram no cumprimento do dever, pois não foi por vontade deles tudo o que aconteceu. Spock diz que lamenta também a morte dos dois. Kirk diz a Spock que ainda pode haver uma esperança para ele, já que ele expressou ali uma emoção. Fim do episódio.

O que podemos dizer do novo episódio piloto de TOS “Onde Nenhum Homem Jamais Esteve”? Em primeiro lugar, esse episódio foi possível depois do rejeitado “The Cage”, pois o pessoal da NBC decidiu dar uma segunda chance, já que eles mesmos haviam aprovado o roteiro que depois acharam muito cerebral com a execução do episódio. Assim, “Onde Nenhum Homem Jamais Esteve” foi executado tendo somente Leonard Nimoy e Majel Barrett do episódio original. Houve, de cara, uma preocupação em construir o personagem Spock, o alienígena de orelhas pontudas que assustava os puritanos WASPs por se parecer com o demônio. Já sabemos, nos primeiros minutos, que Spock parece não ter emoções, mas é um mestiço alienígena, pois sua mãe é terráquea. A frieza vulcana é até mal vista ao longo do episódio quando Spock dá a Kirk apenas duas alternativas para salvar a nave e a tripulação de Mitchell: ou abandoná-lo num planeta deserto ou matá-lo. Kirk aceita a primeira alternativa, mas não sem muita relutância. Pelo menos, ao final do episódio, com a morte de Mitchell e as palavras de lamento de Spock, Kirk disse que o vulcano ainda poderia ter salvação, como realmente o teve posteriormente. De qualquer forma, analisando toda a crise de forma fria e pragmática, não podemos deixar de concordar que Spock tinha a sua razão.

Star Trek The Original Series Rewatch: “Where No Man Has Gone Before” |  Tor.com
A primeira camisa rasgada, a gente nunca esquece…

Esse foi também um episódio que falou muito de percepção extrassensorial, um assunto que parecia estar muito em voga naqueles anos. Eu me lembro muito bem quando Uri Geller veio ao Brasil, uns dez anos depois de “Onde Nenhum Homem Jamais Esteve”, e ficava entortando colheres e garfos na TV usando a força da mente (depois falaram que era tudo uma tremenda duma mutreta). No caso, a percepção extrassensorial tinha origem na grande barreira e funcionava como a vilã da história, pois dava ao ser humano poderes ilimitados que o corrompiam totalmente, tornando-se verdadeiros deuses que usavam de forma completamente imoral o poder que tinham. E aí está a grande reflexão do episódio: até onde o ser humano está preparado para assumir um grande poder e, consequentemente, uma grande responsabilidade? Era Jornada nas Estrelas dando mais uma vez o cartão de visitas. Se em “The Cage” a execução do episódio foi mais cerebral, em “Onde Nenhum Homem Jamais Esteve”, houve a preocupação de se enxertar mais cenas de ação para o espetáculo televisivo, mas essa reflexão sobre poder absoluto que corrompe absolutamente estava lá nas entrelinhas.

Star Trek's phaser rifle helped sell the series but was never used again
Um rifle irado…

No mais, vemos futuros personagens em participações tão furtivas que mais pareciam figurantes, leia-se Scott e Sulu, com pouquíssimas falas, mas que já estavam ali juntamente com Kirk e Spock. Nada de Uhura e McCoy, entretanto. Aliás, o médico era outro, Mark Piper (interpretado por Paul Fix).

Assim, “Onde Nenhum Homem Jamais Esteve” pode ser descrito como um episódio que começava a construir Jornada nas Estrelas tal como conhecemos. Questões reflexivas, as cenas de ação que a TV exigia, os personagens de TOS que depois seríamos bem íntimos, um machismo latente da década de 60 que insistia em dar o ar de sua (des)graça, etc. O mais divertido aqui será ver como cada pecinha dessas foi se alocando nesse quebra-cabeça com o passar dos episódios.

Frota Estelar do Distrito Federal - Archive: Brasília e Star Trek
Brasília!!!!

Batata Séries – Jornada Nas Estrelas Enterprise (S01, Ep 04), Inesperado. Contatos Imediatos De Quatro Grau.

Vamos dar sequência às nossas análises de episódios de Jornada nas Estrelas, falando hoje do quarto episódio da primeira temporada de Enterprise, intitulado “Inesperado”.

Star Trek: Enterprise - Season 1 Episode 5 - Rotten Tomatoes
Uma nave funcionando mal…

Muitos problemas ocorrem dentro da NX-01. Archer sofre com o desconforto da placa de gravidade dando defeito durante seu banho, o sintetizador de alimentos não funciona direito quando T’Pol tenta usá-lo, e outros problemas. Trip acha que o problema está no exaustor de plasma. Eles saem de dobra para consertar. T’Pol percebe que o plasma que sai dos exaustores está muito próximo da nave. Eles investigam e descobrem que há uma nave camuflada no meio do plasma. Archer pede para Hoshi abrir as frequências de saudação e, ao falar com os alienígenas, descobrem que eles estão com problemas em sua nave e usam o campo de dobra da Enterprise para se deslocar. Archer pede que eles retirem a camuflagem. Trip é escalado para ajudar a nave alienígena (xyriliana) e vai ficar três dias lá. Ele passa um tempo desagradável numa câmara de descompressão e se encontra com os alienígenas da nave. Trip está meio grogue,  mas trabalha nas máquinas da nave com uma alienígena. Ele entra em contato com Archer, diz que não se sente bem e que quer voltar para a Enterprise. Archer entra em contato com o capitão da nave alienígena e este diz que Trip deve dormir um pouco, pois chegou à nave e não quis descansar. Archer ordena que Trip permaneça na nave e descanse uma hora antes de começar a trabalhar. Depois do descanso, Trip conversa com a alienígena que mostra que a nave tem uma espécie de ecossistema vegetal de onde os alienígenas extraem comida e assim ele se aproxima da alienígena que, mesmo com uma pele cheia de escamas, é mais sensual do que T’Pol (se me permitem o comentário macho heterossexual). A alienígena leva Trip para uma sala que reproduz, por meio de hologramas, o planeta natal dela (isso mesmo, caro leitor trekker, um holodeck no século 22). A moça xyriliana convence Trip a participar de uma espécie de jogo onde eles trocam informações um do outro telepaticamente, o que faz rolar um clima entre eles. Mas os motores são consertados e Trip retorna à Enterprise. A tripulação das duas naves se despedem e a nave xyriliana entra em dobra. Enquanto comia, Trip percebe uma espécie de verruga no braço. Ao mostrá-la a Phlox, este diz que a verruga é um mamilo e que existe uma forma de vida dentro dele. Ou seja, Trip está grávido e rolou um contato imediato de quarto grau entre ele e a moça xyriliana. Assim, ficou difícil para Trip convencer Phlox, Archer e T’Pol (que zoou imensamente da cara dele) de que não rolou nenhum contato sexual. Foi nesse momento que Trip lembrou do jogo telepático feito com a xyriliana, onde os dois colocavam suas mãos juntos numa caixa de pedrinhas para se ter o elo telepático. Archer decide procurar os xyrilianos para resolver a questão. O mais curioso é que Trip começa a despertar sentimentos maternais, além de ficar com mania de perseguição e mais sensível. Como eles procuram os xyrilianos há oito dias e não conseguem achá-los, Archer fala a Trip para este já cogitar a hipótese de ser mãe para esse ser que vai nascer, o que deixa o engenheiro-chefe transtornado.

Star Trek: Enterprise: Season 1 - Episode 5 ( Watch Full Episodes)) -  OpenloadMovies
Uma alienígena interessante…

A nave xyriliana é encontrada, mas a Enterprise intercepta um cruzador klingon. Conclui-se  que a nave xyriliana pifou de novo e está camuflada pegando uma carona na nave klingon. Archer tenta entrar em contato com a nave klingon e toma uns dois torpedos fotônicos pela proa. Ele retoma a comunicação e fala com os klingos dos xyrilianos. Os klingons decidem matar os xyrilianos mas Archer insiste que não faça isso. Diante da irredutibilidade dos klingons, T’Pol entra na conversa e diz que foi Archer que levou Klaang ao Império (episódio piloto), evitando uma guerra entre as casas. Trip fala também que os xyrilianos têm uma fantástica tecnologia holográfica. O capitão klingon diz que irá à nave xyriliana. Trip quer ir junto mas o klingon não quer sua presença. Archer então abre o jogo e fala da gravidez de Trip para o klingon, fazendo os klingons caírem na risada, sob os olhos atônitos da tripulação da ponte da Enterprise. Na nave xyriliana, O capitão klingon aceita o holodeck e Trip mostra sua gravidez à alienígena, que diz que o embrião ainda pode ser transferido para outro corpo. Com tudo resolvido, T’Pol fala a Trip que, pelos registros, ele é o primeiro ser humano do sexo masculino a ficar grávido. Trip diz ironicamente que sempre quis entrar para a História. Fim do episódio.

Star Trek: Enterprise" Unexpected (TV Episode 2001) - IMDb
Brincando de holodeck…

O que podemos falar do episódio “Inesperado”? Em primeiro lugar, não há aqui uma mensagem ou reflexão mais profunda. Esse foi um episódio com um leve acento cômico, que foi a gravidez de Trip e os comentários muito engraçados de T’Pol sobre a situação. Mas o episódio mantém a linha dos episódios anteriores de que os humanos ainda aprendem a fazer contato com novas civilizações e saber lidar com os percalços disso. Se dessa vez eles encontram uma espécie muito pacífica que é a dos xyrilianos, responsáveis por passar a tecnologia do holodeck, que apareceu mais em TNG, isso não significa que esse contato não tenha trazido problemas. Se Trip foi descuidado ao se relacionar com a xyriliana, não prevendo qualquer coisa inesperada, o mesmo ocorre com a xyriliana, que sabia que podia engravidar seu parceiro, mas não acreditava que isso poderia acontecer com um ser de outra espécie. Ou seja, a moral da história desse episódio muito bem podia ser aquela máxima ancestral: “cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém”.  

Enterprise "Unexpected" Season 1 Episode 5 | Star trek enterprise, Star trek,  Episode 5
Um Trip mais sensível…

No mais, foi muito legal ver o Archer bonachão e inexperiente interagir com os klingons casca grossa, onde a diplomacia não ajuda muito. Os argumentos de Archer para salvar os xyrilianos da destruição certa já estavam se esgotando quando T’Pol (sempre ela) salva o dia mais uma vez e, entendendo a cultura klingon, fazendo sempre o mais lógico, consegue convencer o capitão do cruzador a conversar com os xyrilianos, não sem Trip passar um ridículo por todos e ter que revelar a sua gravidez até na frente dos klingons.

Dessa forma, “Inesperado” é um episódio de Enterprise que mostra que a interação de humanos com espécies alienígenas pode ser mais problemática do que meras questões de beligerância. Até na paz e na boa compreensão pode rolar um probleminha inesperado. E assim, a corajosa tripulação da Enterprise vai adquirindo suas experiências, sob os olhos frios de uma T’Pol que, dessa vez, deve estar morrendo de rir por dentro, como pudemos ver no seu fino e delicioso sarcasmo com Trip.

Star Trek: Enterprise Episode Guide - Season 1 | Star trek enterprise, Star  trek, Star trek universe
Uma gravidez indesejada…

Batata Séries – The Orville (S01 Ep01), Feridas Antigas. Buscando Recomeçar.

Amazon.com: The Orville Season 1 [DVD]: Movies & TV
Uma série Inspirada em Jornada nas Estrelas

A Batata Séries, depois de ouvir especialistas renomados em Jornada nas Estrelas, decidiu dar atenção para um seriado que mistura ficção científica e comédia chamado The Orville, que conta com pessoas que pertenceram à produção de Jornada nas Estrelas nas décadas de 90 e 2000, do quilate de um Branon Braga, Andre Bormanis e que conta com direções de Robert Duncan McNeil, Jonathan Frakes e participações de Robert Picardo, Charlize Theron e Liam Neeson. Ou seja, somente por esses nomes podemos perceber como a coisa é gabaritada. Exibida paralelamente à Jornada nas Estrelas Discovery, The Orville ficou conhecida como muito mais fiel ao espírito de Jornada nas Estrelas que a própria Discovery. Vamos aqui fazer um esforço para analisar os doze episódios da primeira temporada, já de olho na segunda temporada em tempos futuros. Seus episódios têm uma média de 45 minutos e o primeiro é intitulado “Feridas Antigas”.

The Orville Season 1 Episode 2 Review: “Command Performance”
Ed, um capitão com um trauma no passado…

Do que se trata o plot? Estamos no século 25. Um homem chamado Ed encontra sua mulher na cama com um alienígena azul que expele um líquido da mesma cor. Um ano depois, esse mesmo homem recebe a missão de capitanear uma nave espacial média exploratória chamada Orville.  Ed ainda não se recuperou da traição e o comando da Orville será a sua última chance. Falta um piloto e um primeiro oficial para a sua nave. Ed pensa no amigo Gordon, que é um brincalhão de primeira, para piloto. Gordon aceita, mas quando os dois vão para Orville na nave auxiliar, ele está bebendo cerveja. Ed pede que pare e Gordon quase bate numa nave. A chefe de segurança se chama Catan e parece ser uma menininha frágil, mas ela tem uma força descomunal. O outro piloto é o tenente John Lamarr e será amigo de Gordon na série. O Tenente Borthos é o segundo oficial e é de uma espécie onde só há machos. A Doutora Claire Finn, que foi namorada de Sisko em DS9, é uma excelente médica. E, finalmente, Isaac é um robô oficial de ciências e engenharia que se acha melhor que os humanos e está aproveitando essa oportunidade para conhecer os humanos melhor.

Orville Season 1 Review: What's Improved and The Show's Fatal Flaw |  IndieWire
O capitão terá que interagir com sua ex-esposa Kelly…

A Orville parte em sua primeira missão. Um primeiro-oficial é selecionado para a Orville, que é Kelly, justamente a ex-esposa de Ed, o que deixa o capitão transtornado. Mas a ficha dele está cheia de problemas e Ed vai ter que engolir. Ed também sabe que a própria Kelly pediu para servir na Orville. O encontro entre os dois será tenso. Kelly pede desculpas, mas Ed ainda não superou o passado. Kelly quis pedir transferência para ajudar em algo. Kelly disse que o traiu porque Ed não era um marido presente. E a discussão começa. Ela vai terminar com Kelly dizendo que, assim que puder, pedirá uma transferência.

THE ORVILLE Trailer SEASON 1 (2017) Seth McFarlane Fox Series - YouTube
Uma chefe de segurança franzina, mas muito forte…

Ao chegar ao planeta da missão para o qual a nave levou suprimentos, o responsável pelo planeta disse que não precisava desses suprimentos e pediu para que um grupo avançado descesse ao planeta. O responsável pelo planeta disse que chamou a Orville porque o planeta precisa de proteção contra os krills, uma espécie de povo klingon. O responsável pelo planeta, que dirige uma instalação científica, mostra uma descoberta: uma bolha quântica que pode acelerar o ritmo do tempo para a frente. Essa invenção pode produzir comida rapidamente, assim como sarar ferimentos rapidamente, mas também pode ser uma arma que envelheça soldados. O cientista disse que chamou a Orville para lá, pois se enviasse uma comunicação da descoberta, os krills poderiam interceptar. Um dos cientistas do laboratório saca uma arma e rende todos. Ele é um agente Krill. Os Krills aparecem num destróier e mandam duas naves para a superfície. Catan rende o cientista e eles pegam o dispositivo que produz a bolha quântica para evitar que os Krills o peguem. Começa uma batalha entre a nave Krill e a Orville e entre o grupo avançado e os Krills. O grupo avançado consegue fugir com o dispositivo na nave auxiliar. Mas um Krill se escondeu dentro da nave auxiliar e rende o grupo avançado. Ed freia a nave repentinamente e o Krill se choca contra o para-brisa. A nave auxiliar perde o controle gravitacional e Gordon vai ter que fazer umas manobras especiais na Orville para a nave auxiliar atracar. Dois dos três motores da Orville foram destruídos. O comandante da nave Krill exige a entrega do dispositivo e Ed e Kelly começam a conversar a natureza das DRs para ganhar tempo. Mas o comandante Krill não engole por muito tempo a conversa e atira na Orville. Eles decidem entregar o dispositivo, mas com uma semente de sequóia juntamente. Como o dispositivo acelera o tempo, a sequóia cresce dentro da nave Krill, quando o dispositivo é acionado dentro da nave Krill e a destrói.

Bob Canada's BlogWorld: The Orville Season 1, Episode 6: Krill
Os krills são os grandes vilões…

Kelly diz que pintou uma chance de outro primeiro-oficial chegar à Orville e ela ir embora. Mas Ed decide ficar com Kelly, pois foi a ideia dela de mandar a semente para a nave Krill e salvar a Orville. O episódio termina com Kelly falando com o almirante e descobrimos que foi ela que recomendou que Ed fosse ser o capitão da Orville (o almirante é amigo da família de Kelly). Fim do episódio.

Orville Personnel – Gordon Malloy -
Gordon, um navegador sacana…

O que podemos falar desse primeiro episódio, “Feridas Antigas”? Em primeiro lugar, é um episódio mais para apresentar esse novo Universo. Vemos a apresentação dos personagens principais e, em destaque, como Orville se assemelha a Jornada nas Estrelas: há uma União ao invés de Federação, motor quântico ao invés de motor de dobra, Krills ao invés de klingons, e por aí vai. Foi um episódio para apresentar os Krills como inimigos, mas principalmente, um roteiro com uma narrativa muito enxuta, permeada por muitas falas cômicas para ficar bem claro de que a série se trata de uma comédia espacial. Algumas dessas piadas pareceram, num primeiro momento, inconvenientes, já que estamos nos adaptando a uma espécie de Jornada nas Estrelas cômica, mas com piadas um tanto chulas em alguns momentos. Entretanto, isso não prejudica o andamento do episódio que é bom e simpático. No mais, ver que Ed e Kelly conseguem se entender ao final do primeiro episódio faz a série como um todo parecer promissora. Apesar de algum estranhamento incial, a gente sente que The Orville é uma série que tem como dar certo depois que vemos esse primeiro episódio.

Serious Doctor - The Orville Season 1 Episode 10 - TV Fanatic
Claire, a médica…

Assim, The Orville é uma série que chama a atenção por sua semelhança com Jornada nas Estrelas em tom de galhofa. Há um estranhamento com as piadas, mas o episódio não é só uma gozação e há os seus momentos sérios e até ternos. Uma boa perspectiva de futuro para a série.

The Orville" Old Wounds (TV Episode 2017) - IMDb
Protegendo um dispositivo temporal…
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