Céus turvos
Céus cinzas
Céus negros
Aproxima-se a tempestade
A natureza se curva
Num ato de pura maldade
A destruir a ordem que se arruma
Raios amarelos cruzam o céu
Cortando impiedosamente o negro véu
A água cai e machuca
Sem dó o solo fura
As folhas e os galhos balançam
Numa dança frenética
Passarinhos não mais clamam
A beleza da natureza épica
Formigas se afogam no chão
Para elas, a chuva é mortal
As bichas nadam em vão
E poucas sobem o varal
Mas, eis que de repente
A chuva acaba parando
A natureza torna-se dormente
E a vida vai voltando
Abre-se no cinza do céu
Um tímido Sol
Ainda do translúcido sendo réu
O Astro Rei busca novo rol
Surge um azul aqui
Outro ali
Mais um acolá
Fazendo o calor chegar
A vida volta a pulsar
Passarinhos saem do esconderijo
Folhas brilham reflexos
Reflexos de água
Água vinda dos céus
Céus que bordam firmamentos
Firmamentos que definem Universos
Universos que cabem na noz
Noz que esquilos comem
Mas, eis que chega a brisa
E da brisa, um leve vento
Vento que cresce, cresce
E tudo novamente se fecha
Apaga-se o arco-íris
Decreta-se a morte do Sol
As fractais do negro cinza
Tomam mais uma vez conta de tudo
Sim, pequenos seres!
Preparem-se para a nova torrente!