Quando chego a casa
A danadinha logo pula em cima de mim
Seu pelo branco meu nariz arrasa
É uma festa sem fim
E tem as lambidas
Duradouras, incontidas
Além dos pedidos de ossinhos
E o rodopiar dos bifinhos
Seu nome é Rebeca
Que lhe foi dado desde moleca
Mas muita besteira ela tem cometido
Então, Poia é justamente seu apelido
Quando ela chegou a casa, parecia um ratinho
Andando para lá e para cá em rápido passinho
De noite, chorava como um neném
E, assim, não deixava dormir ninguém
Ela teve, também, uma fase destruidora
Celular, chinelo, lingerie, tudo entrava em sua zorra
Ela quase do lar foi expulsa
Mas eu bati o pé e dessa decisão fiz repulsa
A Poia, em casa continuou
E, finalmente, ela direito se comportou
Embora, às vezes, tenha uma recaída
E, enquanto recebe bronca, atrás de mim fica escondida
Essa cadela é quase humana
Me pede guloseimas em linguagem insana
Abre a boca e emite sons agudos no ar
Por um momento, até parece que ela vai falar
Mas, divertido mesmo, é quando brincamos de brigar
Ela late, me morde de leve e fica a arfar
Mas, legal mesmo é a brincadeira de picolé
Quando ela me lambe da cabeça ao pé